Em vídeo, aluno é agredido por policial dentro da escola

Denúncia foi feita no Facebook por alunos da Escola Polivalente Abreu e Lima, que filmaram o momento da agressão ao estudante

por Eduarda Esteves sex, 15/04/2016 - 13:39
Reprodução/Facebook Momento em que o policial agride o aluno que já estava imobilizado Reprodução/Facebook

A Polícia Militar de Pernambuco está investigando uma denúncia de agressão, na tarde dessa quinta-feira (14), de um policial contra um estudante de 16 anos dentro da Escola Polivalente de Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O caso chegou ao conhecimento do órgão após um dos alunos que presenciaram o fato postar um vídeo da suposta agressão no Facebook.

Nas imagens, é possível ver que o adolescente está deitado no chão e dois policiais imobilizam o jovem, enquanto uma mulher acompanha tudo de perto. Espantados, os alunos observam a situação e no vídeo, é possível perceber que muitos pedem que os oficiais não agridam o aluno e se acalmem.

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Em um momento das imagens, o policial, que de acordo com a gestão da escola é um oficial fixo da 'Patrulha Escolar', agride com um tapa o rosto do estudante, que já se encontra no chão. Após a violência, alunos da escola disseram para o policial ter calma. Em seguida, o PM disse: "Calma? Pedir calma a quem? Profissional, rapaz, eu sou!".

De acordo com a gestora da Escola Polivalente de Abreu e Lima, Teresa Gabriel, não houve agressão por parte dos policiais. "O que aconteceu foi apenas uma imbobilização porque o aluno estava agitado", contou. Ela explicou que a confusão começou após a Patrulha Escolar da PM, que atua na escola, ter pedido ao estudante que ele colocasse algumas carteiras de volta à sala de aula. 

A gestora argumentou que nunca deixaria uma agressão ou espancamento acontecer na rede de ensino. "Houve um desacato por parte do aluno, que de acordo com o policial, o agrediu e rasgou a sua roupa. Eu não cheguei a tempo de ver a cena, e acho que esse vídeo que está sendo divulgado sem que uma apuração correta seja feita. Não houve agressão", pontuou Teresa. 

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), um dos professores da escola contou que a atitude do PM foi violenta e que o garoto teria ido Delegacia de Abreu e Lima para fazer um boletim de ocorrência. A assessoria de comunicação do Sintepe informou que o Conselho Tutelar acompanhará o caso.

À frente do caso, o delegado Arlindo Teixeira confirmou que a queixa foi feitas pelos familiares do estudante no final da tarde de quinta-feira. Ele afirmou que na manhã desta sexta-feira uma equipe foi enviada à escola para averiguar o caso. "Vamos instaurar um procedimento para checar se houve excesso dos policiais ou se houve uma conduta inapropriada do aluno em questão", pontuou o delegado.

Nas redes sociais, o vídeo já foi compartilhado mais de 100 vezes e os comentários se dividem entre os que apoiam o ato do PM e os que acham a atitude desnecessária. Colegas de turma do estudante marcaram nas redes sociais um protesto em apoio ao aluno, que seria realizado nesta sexta (15). Para evitar tumulto, a rede de ensino cancelou as aulas dessa turma para que não houvesse uma mobilização dos alunos, informou o Sintepe. Em nota, a Assessoria de Comunicação da Polícia Militar de Pernambuco informou que já encaminhou a demanda para a Diretoria de Articulação Social e Direitos Humanos, a qual a Patrulha escolar é subordinada, e que vai apurar as circunstâncias da ocorrência e seu desdobramento.

Patrulha Escolar 

No site oficial da Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado, o órgão celebra a atuação do programa da Patrulha Escolar nas escolas da rede de ensino Estadual e Municipal de Pernambuco. No texto, a SDS confirma que a ação não atua apenas como garantia de segurança nas unidades de ensino. "Atua também aproximando a polícia das comunidades, através da realização de palestras e da organização de eventos esportivos, dentre outras atividades de lazer. 

Para o delegado da Delegacia de Abreu e Lima, Arlindo Teixeira, essa suposta agressão pode ser um momento de entender o programa e saber se há relevância no seu meio de atuação. "Temos que saber se é apropriado policiais dentro do ambiente escolar. Isso tem que ser avaliado novamente", conluiu. 

De acordo com a Secretaria de Educação de Pernambuco (SEE), as escolas foram selecionadas após estudos, em que foram levados em consideração diversos pontos, tais como vulnerabilidade social e os índices de criminalidade da comunidade em que a escola está localizada. Ainda de acordo com a SEE, a segurança é feita por policiais militares na parte interna da escola, havendo também o complemento com viaturas disponibilizadas pelos Batalhões de Polícia Militar (BPM) que cobrem as áreas em que as estão inseridas.

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