Marido humilhava advogada morta no Paraná, diz MP

A denúncia do Ministério Público aponta que ele usava várias formas de violência para humilhá-la e até mesmo insultos contra a cor da pele dela eram feitos

ter, 07/08/2018 - 13:27
Reprodução/Facebook Os promotores acusam que a vítima sofreu violência familiar, doméstica, moral e patrimonial nas mãos do marido Reprodução/Facebook

O Ministério Público do Paraná ofereceu nesta segunda-feira (6) a denúncia contra Luís Felipe Manvailer pela morte da advogada Tatiane Spitzner. Os promotores usaram casos de violência doméstica seguidos e graves contra a mulher relatados por testemunhas para pedir a manutenção da prisão preventiva do acusado. Entre as situações mencionadas estão a destruição de peças de roupa da qual ele não gostou e até ofensas e apelidos humilhantes, como "bosta albina", devido à sua cor de pele

Segundo o texto dos promotores, Manvailer, preso desde 22 de julho, "praticou todas as formas de violência familiar e doméstica contra Tatiane Spitzner". O MP alega violência psicológica ao citar que ele obrigava a mulher a fazer todos os serviços domésticos, não ajudava nas tarefas e a proibia de contratar uma diarista. Além disso, o homem também é acusado de violência patrimonial, por impedir que a vítima usasse o dinheiro que recebia do trabalho de forma livre, como para fazer compras.

De acordo com o documento da denúncia, o marido da vítima chegou a rasgar roupas dela por não gostar do modelo. O acusado também não teria aceitado o divórcio e teria ficado dias sem conversar com a mulher; quando não, chegou a expressar sentir "ódio mortal" e "nojo" dela.

Ele também foi denunciado por violência física, com agressões graves e em série, gravadas pelas câmeras de segurança, como "tapas, puxões de cabelo, empurrões, chutes, socos, golpes de artes marciais, que inclusive deixaram a vítima desacordada por aproximadamente dois minutos no dia do crime". 

Segundo o Ministério Público, além destes comportamentos, também são indícios de que é necessária a manutenção da prisão de Luis Felipe Manvailer devido ao "comportamento extremamente agressivo e perigoso" que ele apresentou na execução dos crimes, pela "conduta intensamente violenta, cruel e brutal", por ter mexido "artificiosamente no local do crime" e por tentar fugir para o Paraguai.

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