'Vi a morte de perto', diz jovem agredida por namorado

Ela teve unha arrancada e todo o corpo marcado pela agressão do, então, namorado. "Não desejo para ninguém", diz a jovem

por Jameson Ramos sex, 10/05/2019 - 18:22

Larissa Almeida foi mais uma mulher vítima do machismo travestido de ciúmes. A  jovem alega ter visto a “morte de perto” após as agressões de seu namorado. Larissa teve unha arrancada, braço, perna, pescoço e várias outras partes do corpo machucadas pelo seu, então, namorado que - segundo ela - é integrante de um famoso grupo de pagode do Recife, mas não teve o nome revelado.

As agressões só foram reveladas pela vítima na tarde desta sexta-feira (10), mas tudo aconteceu na madrugada do dia 2 para o dia 3 de maio, na casa onde os dois estavam vivendo. "Vi a morte de perto. Me vi sendo jogada no chão, sendo pega pelo braço com força, sendo agredida fisicamente e psicologicamente. Vi não só a minha vida, como de toda a minha família e amigos mudar (sic)”, relembra Larissa Almeida.

Ela acentua que as agressões físicas e psicológicas começaram porque o suspeito havia ficado com ciúmes de coisas que a jovem havia feito enquanto solteira e, por isso, começou a interrogá-la. “Eu não queria falar, eu não achava que aquele assunto tinha mais cabimento, já tínhamos nos resolvido e não precisávamos voltar no passado do qual ele sempre fazia questão de manter vivo e de me acusar por coisas que só existiam na mente dele (um verdadeiro terrorismo). Pedi para parar. Não parou (sic)”, diz a vítima.

Larissa aponta que neste momento disse que ia embora e fez suas malas. Por ela estar muito pesada, pediu para que o rapaz ajudasse a colocar no carro. “Ele se negou, disse que eu não podia ir embora, me jogou no chão e pegou a chave da minha mão com tanta força que quando eu vi, tava sangrando”.

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Fui agredida. Quem foi? MEU EX NAMORADO, INTEGRANTE DE UMA BANDA MUITO CONHECIDA DE PAGODE DE RECIFE. É isso, lamentável, porém real... Entrei para o número de mulheres que foram violentadas pelos seus parceiros/ex parceiros. . Motivo? Diz ele q foi ciúmes/amor (amor?). Do dia 02/05 para o dia 03/05 eu vivi momentos de terror. Vi a morte de perto, me vi sendo jogada no chão, sendo pega pelo braço com força, sendo agredida fisicamente e psicologicamente. Vi n só a minha vida, como de toda a minha família e amigos, mudar. Tudo começou quando ele ficou com ciúmes enquanto eu estava solteira. Começou a me interrogar sobre o assunto. Eu não queria falar, eu não achava que aquele assunto tinha mais cabimento, já tínhamos nos resolvido e não precisávamos voltar no passado, do qual ele sempre fazia questão de manter vivo e de me acusar por coisas que só existiam na mente dele (um verdadeiro terrorismo). Pedi para parar. Não parou. Eu cheguei no meu limite e disse que ia embora. Estava com uma mala muito pesada e pedi a ajuda dele para colocar no carro. Ele se negou, disse que eu não podia ir embora, me jogou no chão e pegou a chave da minha mão com tanta força, que quando eu vi, tava sangrando. “Está saindo sangue da minha mão”, eu disse. A resposta dele? “E qual é o problema? Foi você que procurou isso.” Friamente. Exatamente assim. Continuei arrumando as minhas coisas. E ele me questionou se eu ia realmente embora. “Você vai embora? Eu vou me matar. E a culpada será sua.” Ele ia tirar a própria vida e a culpa seria minha. A partir desse momento, ele começou a ligar para todos os filhos e familiares “para se despedir”, até carta suicida ele fez. Depois ficou me questionando se eu o amava, se eu estava arrependida de algo. Com medo e acuada, eu disse tudo que ele queria escutar. Disse que amava, que estava arrependida (de q?). Em seguida, se trancou em um dos quartos para se jogar da janela. Depois de muita conversa e terrorismo, consegui fazer ele dormir. Mas às 3h da manhã TUDO voltou e com bem mais intensidade e violência (detalhe: eu estava sem poder sair, pois ele havia tirado a chave da porta e me deixado trancada). (Continua nos comentários)

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De acordo com os relatos da vítima, o homem começou a questionar se ela realmente ia embora e começou a dizer que iria se matar e que a culpa iria ser dela. “Até carta suicida ele fez”, reforça Larissa.

Numa típica agressão psicológica, a jovem diz que o namorado começou a questionar se ela o amava, se estava arrependida e em seguida se trancou em um dos quartos para se jogar da janela.

“Depois de muita conversa e terrorismo consegui fazer ele dormir. Mas às 3h da manhã tudo voltou e com bem mais intensidade e violência. Pulou por cima de mim, pegou o meu pescoço e apertou, me jogou no chão, abriu minha boca e ficou tentando colocar a mão dentro dela. Um horror! (sic)”, recorda Larissa Almeida.

Em determinado momento a vítima conseguiu gritar por socorro. O suspeito, com medo de ser preso em flagrante, fugiu. Larissa diz que ainda ligou para a polícia e nenhum socorro apareceu. “Marcas desaparecem, dores medicadas somem. E os traumas psicológicos? Esses permanecem durante muito tempo. Espero que todas as medidas sejam tomadas contra ele (o agressor). Uma madrugada como a que eu tive não desejo para ninguém”, finaliza a jovem.

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