Moradores e trabalhadores lutam contra óleo no Cupe
Foram atingidas ainda em Ipojuca, o Pontal de Maracaípe, Enseadinha, Muro Alto e Serrambi
A situação da Praia do Cupe, em Ipojuca, Litoral Sul, não está mais crítica graças aos esforços de moradores e trabalhadores da região que se uniram em um mutirão de limpeza. A praia foi a mais atingida em Pernambuco por fragmentos de óleo neste sábado (19).
"Vim salvar meu ganha-pão", diz o bugueiro Márcio Barbosa, de 42 anos. "Isso está sendo um prejuízo grandioso. Essa situação não acaba hoje, vamos ser impactado por anos", acrescenta.
A dona de casa Josineide de Assis, 45, deixou a moradia no Cupe chorando. Ao longo do caminho para a praia saiu catando o que conseguia. "O paraíso está sendo destruído. Isso aqui é um assassinato. Muitas famílias dependem daqui", diz.
O bugueiro Luiz Eduardo se uniu com outros colegas de profissão para coletar o óleo. "Fizemos uma paralisação. Nenhum bugueiro rodou. Quem queria rodar foi impedido. Pedimos para eles virem para a praia e ajudar na limpeza", afirma. Luiz está preocupado que o turismo diminua na cidade.
O argentino Nahuel Araujo, 32 anos, que mora há um ano e meio em Ipojuca chegou por volta das 8h. "Aqui é um paraíso, o lugar que escolhi morar. Não vou deixar ser destruído."
Além da Praia do Cupe, foram atingidas em Ipojuca Pontal de Maracaípe, Enseadinha, Muro Alto e Serrambi. Segundo a prefeitura, não há previsão de chegada de novas manchas de petróleo.