Presidente chinês expressa confiança na líder de Hong Kong
Xi pediu esforços efetivos para melhorar a vida da população e diálogo com todos os setores da sociedade, informou a agência de notícias Xinhua
O presidente chinês, Xi Jinping, expressou nesta terça-feira (5) um "alto grau de confiança" na impopular chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, com quem se reuniu em Xangai enquanto a violência continua na ex-colônia britânica.
Xi pediu esforços efetivos para melhorar a vida da população e diálogo com todos os setores da sociedade, informou a agência de notícias Xinhua.
"Lam dirige o governo da região administrativa especial (de Hong Kong) cumprindo plenamente seu trabalho, tentando estabilizar a situação e melhorar o clima social. Ela tem trabalhado duro", afirmou o presidente chinês, de acordo com agência oficial.
"Xi expressou o alto grau de confiança do governo central em Lam e o pleno reconhecimento de seu trabalho e de sua equipe", indicou a Xinhua. Ao mesmo tempo, a agência destacou que "acabar com a violência e o caos e restaurar a ordem continua sendo a tarefa mais importante para Hong Kong no momento".
A manifestação de apoio acontece após muitas especulações sobre o desejo de Pequim de substituir Lam por um chefe de Executivo interino em Hong Kong, cenário de manifestações pró-democracia marcadas por episódios de violência.
Hong Kong, um território semitautônomo, registra cinco meses de protestos que denunciam a interferência de Pequim e exigem reformas democráticas.
Os manifestantes pedem, entre outras coisas, a escolha por sufrágio universal direto do chefe do Executivo, principal autoridade do território, atualmente designado por um colégio de 1.200 grandes eleitores vinculados a Pequim.
Willy Lam, analista político radicado em Hong Kong, ressalta que Pequim demonstra apoio no momento. "Não significa que gostam de Carrie Lam, nem que façam uma boa avaliação de seu desempenho".
Para o analista, Pequim deseja que Hong Kong promulgue uma lei de segurança nacional que conceda mais poderes à polícia para punir os manifestantes. E Carrie Lam ainda pode sera afastada, recorda, dentro de um ano ou em março, durante a sessão plenária anual da Assembleia Nacional Popular (ANP).
Com base em sua Lei Fundamental, a ex-colônia britânica devolvida a Pequim em 1997 desfruta de uma grande autonomia e de liberdades inexistentes na China continental: liberdade de expressão e de manifestação e um sistema judicial independente.
O Partido Comunista Chinês anunciou na semana passada que mudará o processo de designação do chefe do Executivo de Hong Kong, sem explicar se o ajuste previsto responde aos pedidos de mais democracia dos manifestantes, mas advertiu que não toleraria nenhuma atividade que divida o país ou ameace a segurança nacional.
A deputada pró-democracia Claudia Mo afirmou que os defensores da democracia ficarão consternados ao ver o apoio de Xi a Carrie Lam.
"Pequim reforça sua influência sobre Hong Kong e piora as coisas aqui. É um espetáculo de marionetes", afirmou à AFP.