‘Doce de Festa’ não pode faltar no Morro da Conceição

Nas comemorações da Santa, a guloseima é uma das mais vendidas

por Jameson Ramos dom, 08/12/2019 - 16:56

Na Zona Norte do Recife, a movimentação é intensa para a celebração de Nossa Senhora da Conceição. Em 2019, a festividade do Morro chegou ao 115° ano. Entre velas, santinhos, brinquedos e tudo o que é vendido na festa, uma coisa não pode deixar de ser comprada por parte dos fiéis: o Doce de Festa. Feito com açúcar, erva doce e canela, a iguaria "bate ponto" todos os anos no Morro da Conceição.

Maurilio Luiz de França, 54 anos, vem de Limoeiro, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, há 40 anos, para vender o doce, que já se tornou típico das festividades católicas pernambucanas. "Se as pessoas vierem fazer a sua romaria e a gente não tiver, elas ficam procurando. A gente já se tornou tradicional aqui", revela. Ele afirma que, neste ano, só com ele, vieram mais de 20 familiares, todos envolvidos na produção e venda da iguaria.

O ‘Doce de Festa’, como é chamado, antes de chegar na capital já era bastante comum no interior de Pernambuco. No entanto, com o êxodo rural e a necessidade de dinheiro, os interioranos começaram a incorporar essa guloseima na capital. Maurilio garante ter produzido mais de 20 toneladas da iguaria e que a perspectiva é que não sobre nada até o fim deste domingo (8), último dia de celebração.

Maciel França, um dos fabricantes, revela que esse doce foi trazido para o Brasil pelos portugueses - mais precisamente pela família real - sendo conhecido em Portugal como ‘Doce de Lisboa’. "Hoje nós fazemos o doce do nosso jeito", revela. Vânia Brito, 56 anos, diz que ir para a festa do Morro e não comprar o doce é como se não tivesse ido. "Eu, meu filhos, todo mundo já comeu. Todo ano eu venho e se eu chegar em casa sem esse confeito, todo mundo fica cobrando ", garante.

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