Moradores de Dois Unidos culpam Compesa por deslizamento

Segundo locais, o motivo do acidente teria sido o rompimento de um cano

por Paula Brasileiro ter, 24/12/2019 - 10:58
Jamesson Ramos/LeiaJáImagens O deslizamento atingiu duas casas e deixou cinco vítimas fatais Jamesson Ramos/LeiaJáImagens

Na madrugada desta terça (24), um deslizamento de barreira, no bairro de Dois Unidos, Zona Norte do Recife, deixou cinco pessoas da mesma família mortas, além de três feridos e duas ainda desaparecidas. Os moradores do local alegam que o motivo da queda da barreira teria sido o rompimento de um cano da Compesa e que um primeiro deslizamento, sem vítimas, já havia acontecido no mesmo lugar há alguns anos. 

Morador da local há duas décadas, e parente das vítimas, o motorista Edvaldo Barbosa contou, em entrevista, sobre o primeiro deslizamento ocorrido na região. Segundo ele, em junho de 2000 a barreira caiu porque um cano de abastecimento de água havia se rompido. "Em 2000, essa barreira desceu, o mesmo cano 'torou' no meio, não ficou um tijolo em pé dessas duas casas".

Ainda de acordo com o morador, à época do acidente, o seu sogro chegou a entrar na Justiça contra a Compesa, que alegou que o acidente teria acontecido por causa das chuvas que caíram naquele mês. Edvaldo conta, também, que em 2005, a própria Prefeitura do Recife construiu um muro no local, e levantou novamente as casas atingidas pelo deslizamento, liberando os moradores para voltaram às suas residências. 

Presente no local do acidente, o engenheiro da Compesa responsável pela área não confirma a acusação dos moradores. Segundo ele, não havia nos sistemas nenhuma ocorrência de vazamento na localidade e, apesar de a última segunda (23) ter sido dia de abastecimento na comunidade, uma vistoria precisa ser feita para levantar o real motivo do deslizamento. "Desde às três e meia da manhã estamos com nossa equipe técnica na área, vamos fazer uma vistoria para ver o que aconteceu. A tubulação está numa profundidade que não dá para detectar se houve vazamento, estamos junto à Defesa Civil fazendo uma vistoria para poder dizer o que realmente aconteceu". 

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