MPPE apura se Polícia Militar e 99Pop foram homofóbicos

Órgão instaurou inquérito civil após secretário parlamentar, acompanhado do namorado, ser retirado de carro da plataforma 99Pop e empurrado por policial no Recife

seg, 13/01/2020 - 17:47

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para investigar possível homofobia institucional praticada pela empresa 99 e pela Polícia Militar de Pernambuco contra o professor e secretário parlamentar Eliseu Neto. O secretário alega que o motorista do aplicativo 99Pop determinou que ele saísse do veículo após ter beijado o namorado em 4 de janeiro. Segundo a denúncia, policiais militares acionados para a ocorrência ainda empurraram o secretário duas vezes. 

Na portaria, assinada pelo promotor de Justiça Maxwell Vignoli, é solicitado que a empresa 99 apresente os dados de identificação do motorista e que a Polícia Militar informe quais os policiais militares que estavam na ocorrência. À Corregedoria, o MPPE recomenda a adoção de providência administrativa-disciplinar.

De acordo com a Associação dos Motoristas de Aplicativo de Pernambuco (Amape), o acusado foi descredenciado da plataforma 99Pop. No primeiro momento, a associação repudiou a postura do motorista. Em nota posterior, o grupo disse que prestaria assessoria necessária ao acusado pois ele não teria sido homofóbico. O condutor diz que o casal estava alcoolizado e trocava agressões dentro do carro. Ele prestou queixa por calúnia e difamação.

Por nota, a Polícia Militar informou que o caso é alvo de um procedimento interno de investigação, "no qual o militar envolvido terá direito à ampla defesa e ao contraditório". A 99 disse ter mobilizado uma equipe especializada para oferecer apoio e acolhimento à vítima e ao namorado. A empresa confirmou que o motorista foi banido do aplicativo.

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