Kart: Grupo BIG alega que Débora pediu curso em Harvard

O Grupo BIG diz que acusações "não correspondem à verdade" e revelou que Débora Dantas apresentou uma lista de exigências sem "nenhuma relação com o acidente ou com sua saúde"

por Victor Gouveia sex, 17/01/2020 - 11:41
Reprodução/Instagram/@llluaa O Procon-PE emitiu a maior multa da história às empresas envolvidas no acidente Reprodução/Instagram/@llluaa

Acusado de descompromisso com o tratamento de Débora Dantas, de 19 anos, o Grupo BIG afirma que manteve os esforços para custear os procedimentos da vítima de escalpelamento em um kart, no Recife. Nessa quinta-feira (16), a organização, responsável pelo antigo Walmart, foi multada pelo Procon-PE em R$ 5 milhões pela interrupção do tratamento.

Débora alega que os valores do tratamento não são repassados desde dezembro de 2019. Devido à limitação financeira, ela não pôde realizar o procedimento de lipoenxertia agendado para o dia 6 de janeiro, no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Uma nova cirurgia está marcada para o dia 6 de fevereiro.

Por meio de nota, o Grupo BIG rebateu as acusações e afirmou que elas "não correspondem à verdade". A assessoria frisou a preocupação com a saúde da jovem e garantiu que "jamais se negou, e nem se negará, a custear os procedimentos necessários para à plena recuperação" da jovem.

A rede de supermercados diz que, após o fim da primeira etapa do tratamento, em outubro do ano passado, já negociava com o advogado a continuidade dos procedimentos. Contudo, foi-lhe apresentada uma lista de exigências sem "nenhuma relação com o acidente ou com a sua saúde".

A jovem teria sinalizado que queria seguir com o tratamento nos Estados Unidos. Dentre os pedidos estão: o “financiamento de um curso preparatório de sua escolha em qualquer lugar do mundo; financiamento do curso da Universidade de Medicina de Harvard; custeio de plano de saúde internacional; uma casa em Longwood, nos EUA; e o pagamento de $ 10 milhões de dólares".

O grupo defende-se ao relatar que a jovem não mantém uma negociação direta e suas únicas manifestações são veiculadas na imprensa. Logo, faltaria contato entre as partes. Sobre a perda da cirurgia em janeiro, a assessoria destaca que ela era responsável pelos agendamentos e não confirmou a marcação.

Sobre a responsabilidade, o comunicado aponta que o circuito Adrenalina Kart Racing, instalado em uma unidade de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, é desvinculado à rede e que a área da pista é de integral responsabilidade da empresa. Entretanto, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, explicou que há responsabilidade solidária, pois o kart estava alocado em uma de suas unidades.

Confira a nota na íntegra:

Em virtude da repercussão do acidente envolvendo Débora Stéfany Dantas de Oliveira, o Grupo BIG esclarece que jamais se negou, e nem se negará, a custear os procedimentos necessários à plena recuperação da sua saúde. A empresa recebeu com surpresa as manifestações dela e de seu advogado que não correspondem à verdade, nem representam a conduta que o Grupo BIG tem adotado desde o início.



O acidente ocorreu nas dependências do circuito Adrenalina Kart Racing, empresa desvinculada do Grupo BIG, locatária do espaço onde operava o circuito. Independentemente de o fato ter acontecido em área usada por terceiro e, portanto, ser integralmente de responsabilidade deste, o Grupo BIG prontificou-se a amparar Débora desde o primeiro momento arcando com todos os custos de seu tratamento, sem medir esforços e sem nenhuma limitação de valores.



Até o momento, o tratamento foi realizado com êxito no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, instituição referência em cirurgias de alta complexidade. Em outubro de 2019, foi concluída a primeira etapa do tratamento e iniciaram-se conversas entre o seu representante legal e o Grupo BIG sobre a segunda etapa do tratamento, a se realizar ao longo de 2020.



Por intermédio do seu advogado, Débora então apresentou uma lista de pleitos que não guardam nenhuma relação com o acidente ou com a sua saúde, como: financiamento de curso preparatório de sua escolha em qualquer lugar do mundo; financiamento do curso da Universidade de Medicina de Harvard; custeio de plano de saúde internacional; casa em Longwood, nos EUA; e pagamento do valor de 10 milhões de dólares. Foi nessa oportunidade, ainda por meio do seu então advogado, que Débora sinalizou interesse em seguir com o seu tratamento nos Estados Unidos.



A consulta médica prevista para o dia 6 de janeiro no Hospital de Ribeirão Preto, acabou, em razão desses fatos, não sendo confirmada por Débora, que sempre realizou os agendamentos de acordo com a sua conveniência.



O Grupo BIG segue aguardando definição de Débora a respeito da continuidade do seu tratamento em Ribeirão Preto, tendo em vista que a plena recuperação da sua saúde sempre foi prioridade da empresa. No entanto, as únicas manifestações por parte de Débora são aquelas veiculadas por meio da imprensa.



Em razão disso, o Grupo Big vem a público para reiterar – como já havia feito diretamente a Débora – que não se nega e nem se negou a seguir custeando totalmente o tratamento de Débora junto ao Hospital Especializado de Ribeirão Preto.

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