Economia italiana atingida por surto do novo coronavírus

O coração e o motor da terceira economia da zona do Euro foi afetado em um momento delicado por causa do seu débil crescimento

seg, 24/02/2020 - 17:09
Andreas SOLARO Mulher usa máscara de proteção na Piazza del Duomo, na área central de Milão Andreas SOLARO

A Bolsa de Milão fechou nesta segunda-feira (24) com uma forte queda, enquanto várias feiras comerciais e o turismo no geral foram fortemente atingidos por causa da propagação do novo coronavírus em várias regiões do norte da Itália.

O coração e o motor da terceira economia da zona do Euro foi afetado em um momento delicado por causa do seu débil crescimento.

Depois de um final de semana marcado pela confirmação dos primeiros contágios (219 infectados e seis mortes), as autoridades anunciaram duras medidas nas regiões de Vêneto e Lombardia, com o fechamento de escolas, museus, cancelamentos de eventos esportivos e culturais.

Os famosos bares e restaurantes da capital financeira da Itália permaneceram fechados das 18h às 06h. "Quando mais se trabalha", lamentou Luca Paolazzi, especialista do instituto italiano REF. As medidas afetam principalmente os seguintes serviços: lojas, espectáculos, turismo, hotéis, restaurantes, cinemas e bares.

"Como o setor dos serviços foi a atividade que permitiu que a economia italiana mantivesse o fluxo, é muito provável que registremos uma diminuição no PIB no primeiro e no segundo trimestre", alertou.

Debilitada pela desaceleração da economia mundial e a falta de estabilidade política interna, a economia italiana tinha registrado um crescimento de apenas 0,2% no último ano, com uma queda do PIB no final de 2019, ficando em último lugar entre as economias da União Europeia.

Para esse ano, o governo esperava um aumento de 0,6% no PIB, cálculo feito antes do surto do novo coronavírus no país. A preocupação ocorre principalmente entre os investidores, já que a Bolsa de Milão abriu em queda nesta segunda, perdendo 5.43%. Entre as ações mais afetadas estão as das marcas de luxo, como Salvatore Ferragamo (-8,9%).

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