Pandemia faz China registrar alta nos pedidos de divórcio

A regra de isolamento fez os casais ficarem isolados juntos e refletirem sobre a continuidade do relacionamento

ter, 24/03/2020 - 12:15
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Quem tinha certeza que estar isolado ao lado da pessoa amada seria proveitoso vai perceber que nem sempre o confinamento forçado rende um final feliz. Além das mortes provocadas na China, a pandemia da Covid-19 fez o país registrar uma alta no índice de divórcios e um recorde na procura por cartórios.

Segundo o The Global Times, em alguns distritos, como Xi'am - que possui cerca de 12 milhões de habitantes - os horários disponíveis nos cartórios do governo estão preenchidos por semanas. Vale destacar que os escritórios ficaram fechados por, pelo menos, um mês. Tal condição pode ter criado uma demanda reprimida.

 “É muito tempo junto. Eu tenho visto cada vez mais histórias sobre separações. Muitas piadas também. Mas o problema parece sério", relatou uma professora, de 29 anos, identificada como Ge pela BBC. Ela não é casada, mas avalia que deve ser estressante ficar um longo tempo isolada junto a um companheiro.

Em novembro do ano passado, o presidente da Suprema Corte do Povo, Zhou Qiang, calculou que 70% dos divórcios seriam solicitados por mulheres. O direito foi garantido em 1950, com a Nova Lei do Casamento criada pelo partido comunista chinês. "Fiz um brinde com a minha filha quando soube da notícia. Considero isso uma conquista de liberação das chinesas, porque elas estão mais assertivas ao buscar o que querem. Já não estão mais dispostas a aceitar um casamento infeliz, como as nossas mães fizeram", disse Lijia Zhang.

Um levantamento do Escritório Nacional de Estatísticas do governo aponta que, em 2018, apenas 7,2 pessoas em cada mil resolveram casar-se oficialmente na China.

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