Profissionais essenciais denunciam falta de EPIs no RJ

A falta de equipamentos básicos de prevenção ao novo coronavírus resultou no afastamento de 130 médicos e enfermeiros

qui, 02/04/2020 - 09:39
Pixabay A secretaria informou que já distribuiu cinco mil máscaras nessa quarta-feira (1º) Pixabay

A proliferação do novo coronavírus no Rio de Janeiro já afastou cerca de 30 médicos e 100 enfermeiros. Os profissionais tiveram de deixar os postos de atendimento por suspeita ou após serem confirmados com a covid-19. A classe aponta dificuldades no sistema de saúde e alega que o principal motivo para o contágio é a falta de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados.

De acordo com o diretor do Conselho Regional de Enfermagem, Glauber Amâncio, desde o início da pandemia os sindicatos dos profissionais de saúde estão recebendo várias denúncias. O autor do levantamento também reforçou que as informações serão encaminhadas ao Ministério Público, Ministério Público do Trabalho e Vigilância Sanitária.

O diretor sintetizou os pedidos e elencou as principais reclamações. Os itens que estão em falta na rede de saúde do Estado são: sabão, máscaras N95, papel toalha e máscaras cirúrgicas. Outra denúncia refere-se aos EPIs foram dos padrões. Tanto que profissionais do Hospital Salgado Filho, no bairro do Méier, na Zona Norte, foram flagrados utilizando sacos plásticos como capotes cirúrgicos para continuar atendendo à população.

"O Conselho Regional de Enfermagem já recebeu 127 denúncias de profissionais de enfermagem, em sua grande maioria sobre a falta do EPI (...) em relação à exposição pela falta do EPI, nós temos 15 mil profissionais de enfermagem expostos e 4 mil profissionais médicos expostos", apontou Amâncio ao G1.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que deu início a distribuição de cinco mil máscaras nessa quarta-feira (1º). O material é advindo de doações do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA) e Federação das Indústrias do Estado do RJ (Firjan). Também foi anunciada a compra de 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas, 150 mil máscaras de proteção, 300 mil óculos de proteção e 600 mil aventais, além gorros cirúrgicos e luvas de proteção.

Situação se repete com a PM

A policiais militares também apontaram inconformidades nos esforços do Estado para prevenção do novo coronavírus. A categoria afirma que compartilha objetos entre os agentes, como as próprias armas de fogo, e não recebe orientações sobre o uso. Itens importantes como álcool em gel, luvas e máscaras também estariam em falta.

A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que fechou contrato para compra de 60 mil unidades de máscaras PFF2/95. O primeiro lote, com cinco mil itens, foi entregue na quarta-feira (1º). Os demais lotes serão distribuídos a cada dois dias. Também foram comprados 50 mil litros de álcool 70% para a limpeza de viaturas e 900 mil embalagens de álcool em gel.

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