Número de mortos no Irã por coronavírus supera 4.000

Segundo o porta-voz do ministério da Saúde, Kianuche Jahanpur, os últimos dados relatados mostram, porém, uma tendência de queda no número de novas infecções

qui, 09/04/2020 - 08:23
- O presidente do Irã, Hassan Rouhani, preside uma sessão de gabinete na capital Teerã, em 8 de abril de 2020 -

As autoridades de Teerã anunciaram, nesta quinta-feira (9), 117 mortes adicionais em decorrência do novo coronavírus, elevando para 4.101 o balanço oficial da pandemia no Irã, um dos países mais afetados pela COVID-19.

Segundo o porta-voz do ministério da Saúde, Kianuche Jahanpur, os últimos dados relatados mostram, porém, uma tendência de queda no número de novas infecções.

"Detectamos 1.634 novos casos, elevando o número total de casos confirmados para 66.220", disse Jahanpur durante seu briefing diário à imprensa.

O porta-voz elogiou o povo iraniano por ter seguido as instruções das autoridades de saúde para impedir a propagação da doença no país.

"Devemos a redução no número de casos da doença à participação de nosso querido povo, bem como ao envolvimento" dos profissionais da saúde, ressaltou Jahanpur.

A República Islâmica, que anunciou em 19 de fevereiro os primeiros casos de contaminação na cidade de Qom (centro), é de longe o país mais afetado pela pandemia de COVID-19 no Oriente Médio.

No exterior, alguns suspeitam que os números oficiais iranianos sejam subestimados.

Na quarta, o presidente Hassan Rohani pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que conceda a seu país um empréstimo de emergência de US$ 5 bilhões para combater a pandemia.

"Peço a todas as organizações internacionais que assumam suas responsabilidades", disse Rohani durante o conselho de ministros.

Teerã não recebe ajuda do FMI desde um empréstimo concedido entre 1960 e 1962, antes da proclamação da República Islâmica em 1979, segundo dados da instituição.

E nesta quinta-feira, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, pediu que as pessoas orem em casa durante o mês de jejum muçulmano do Ramadã para impedir a propagação do novo coronavírus.

Em um discurso televisionado, Khamenei solicitou aos iranianos que evitem as aglomerações durante o Ramadã, que deve começar no final de abril.

"Na ausência de reuniões públicas durante o Ramadã, tais como orações (coletivas), discursos (...) dos quais estamos privados este ano, não devemos negligenciar a oração, súplica e humildade em nossas vidas", afirmou o guia supremo iraniano.

"Temos que alimentar a humildade e a súplica nas nossas famílias e em nossos quartos", acrescentou.

Um dos cinco pilares do Islã, o Ramadã corresponde ao nono mês do calendário muçulmano e seu início, fixado com base na observação do crescente lunar, deve ocorrer este ano durante a última semana de abril.

No momento do intervalo diário do jejum, durante as refeições rápidas e festivas, as famílias tradicionalmente se reúnem e a atividade social é intensa.

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