Surto de Covid-19 infecta 89 presos no Amazonas colombiano

Os infectados representam 75% dos 181 detentos da prisão da localidade de Leticia, com capacidade para 118 presos

qua, 13/05/2020 - 07:06
Luis ROBAYO (8 maio) Policial patrulha rua da cidade colombiana de Cali Luis ROBAYO

Um surto de Covid-19 infectou 89 detentos de uma prisão superlotada do Amazonas colombiano, um departamento pobre e de maioria indígena duramente atingido pela pandemia, anunciou nesta terça-feira (12) a autoridade penitenciária.

Os infectados representam 75% dos 181 detentos da prisão da localidade de Leticia, com capacidade para 118 presos, informou à AFP uma autoridade do Instituto Nacional Penitenciário e Carcerário (Inpec).

Wilson de la Hoz Hernández, diretor da prisão, localizada na capital do departamento do Amazonas, disse estar preocupado com a possibilidade de a situação sair do controle. "Até agora, não chegou até mim nenhum resultado, nem o nome das pessoas infectadas", indicou à emissora Blu Radio.

O diretor não explicou como a doença chegou ao centro de reclusão, uma vez que o governo suspendeu em março as visitas ao local.

Localizado na fronteira com o Brasil, país da região mais castigado pela pandemia, o Amazonas colombiano é o departamento do país com o índice mais alto de infecção por número de habitantes, 94 em cada 10 mil cidadãos.

Autoridades, médicos e ONGs denunciaram a precariedade do sistema de saúde da região, onde vivem mais de 76 mil pessoas e que dispõe de um único hospital público, sem UTI.

A Colômbia, que registra 479 mortos pelo novo coronavírus e 11.613 infectados, mantém a maioria de sua população confinada desde 24 de março.

Para diminuir a superlotação e evitar a propagação do novo coronavírus nas prisões, a Colômbia autorizou a prisão domiciliar de mais de 4 mil detentos condenados por crimes menores, doentes e idosos, entre outros. Mas acadêmicos e organizações de defesa dos direito humanos questionam a lentidão na colocação em prática da medida.

Ainda assim, surgiram focos de contágio em prisões do país. O maior está na superlotada prisão de Villavicencio (centro), com 859 infectados entre os 1.835 presos, segundo seu diretor.

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