Resiliência faz comércio informal apostar em máscaras

Comerciantes e ambulantes vendem máscaras de proteção caseiras para driblar a crise econômica vinda com a pandemia

por Victor Gouveia sex, 22/05/2020 - 10:31

Fora do rol de serviços essenciais, comerciantes informais encontraram uma única alternativa para prosseguir trabalhando: vender máscaras de proteção caseiras. Nesta sexta-feira (22), o entorno da feira de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR), estava tomado por vendedores, que se arriscam em meio à movimentação de populares.

“Tá dando para levar o pão para casa”, relatou o ambulante Valter Júnior. Antes da crise pandêmica, sua rotina era dentro do BRT, onde vendia gel massageador aos usuários do sistema. Entretanto, a intensificação do isolamento decretado pelo Governo no último sábado (16) resultou na suspensão da sua atividade.

Com promoções e preços atraentes, a popularização do equipamento também foi a solução para o vendedor de panelas Antônio Andrade. “A gente não pode parar. Tem água, aluguel e luz para pagar e a gente tem que correr como pode”, contou. Perguntado sobre a alta concorrência, ele ressaltou a personalização dos produtos e respondeu: “é um pouquinho, mas tá dando”.

O lucro com as máscaras é resultado da burocracia para retirada do auxílio emergencial. Segundo os negociantes, o aplicativo informa que o saque de R$ 600 ainda está em análise. “Tô aqui, mas tô esperando esse auxílio que não sai de jeito nenhum”, apontou Valter.

O decreto também reverbera na relação logística. Jardel Simões é conhecido na região pela venda de calçados, contudo soube pelos fornecedores que a produção seria suspensa para que a confecção de máscaras fosse ampliada. Ele também reforça que o jeito foi se adaptar ao mercado e atender às atuais condições para sustentar a família, “tá vendendo bem e graças a Deus tá dando para pagar as contas”, concluiu.

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