'Essa mulher é um monstro', diz mãe de Miguel

Mirtes Renata afirma que primeira-dama de Tamandaré mentiu sobre ter apertado os botões do elevador

por Katarina Bandeira seg, 29/06/2020 - 13:56
Júlio Gomes/LeiaJáImagens Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Mais de seis horas após o início do depoimento de Sarí Côrte Real, na delegacia da Boa Vista, no bairro de Santo Amaro, Centro do Recife, Mirtes Renata Santana de Souza, mãe do menino Miguel, de cinco anos, saiu transtornada do encontro que teve com a ex-patroa, nesta segunda-feira (29).

"Ela chegou na minha cara e disse que não apertou o botão. Essa mulher é um monstro", afirmou Mirtes Regina, que trabalhava como empregada doméstica, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus, para a primeira-dama de Tamandaré.

"Ela não é a mulher que eu conheço, ela é ingrata. Dizer que a gente não tinha obrigação nenhuma com os filhos dela? Mas eu cuidava porque ela não dava atenção", contou Mirtes. "Ela disse que a gente estava lá sem fazer nada. Então, por que não liberou a gente? Por que manteve a gente em Tamandaré no meio da pandemia?  Não pegou uma vassoura, lavou uns pratos, mas dizer que a gente tava lá sem fazer nada?", desabafou.

As imagens do elevador mostram Sarí colocando o menino sozinho e apertando os botões dos andares mais altos do condomínio conhecido como Torres Gêmeas, no bairro de São José. "Ela disse na minha cara que não apertou o botão, mas todo mundo viu. Ela é fria e calculista", disse Mirtes.

Sarí Côrte Real é investigada pela morte de Miguel Otávio, de cinco anos. De acordo com as irmãs de Mirtes, Sarí teria dito coisas duras à criança, em seus últimos momentos de vida, antes de apertar os botões dos andares superiores do prédio. Isso teria motivado Mirtes a procurar a ex-patroa no momento que soube do depoimento.

Apesar das acusações, Mirtes garante não ter nada contra a família. "Meu problema é só com Sarí. Ela errou com meu filho, ela tirou a vida do meu filho", afirma. Sobre o encontro, a mãe de Miguel comentou "eu disse tudo o que eu queria dizer e escutei absurdos da boca dela".

Para receber Sarí, a delegacia iniciou o expediente duas horas mais cedo. Ela ainda não deixou a delegacia.

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