São Paulo estuda deixar de usar leitos privados

Dos 1.340 leitos de UTI existentes na cidade para atender pessoas infectadas pelo coronavírus, 648 (53%) estavam com pacientes ontem - 510 em leitos da Prefeitura e 138 em hospitais particulares

ter, 30/06/2020 - 10:25

Após a saída na segunda-feira (29) dos dois últimos pacientes que estavam internados no hospital de campanha do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, a Prefeitura estuda se manterá ou não contratos com os hospitais privados para usar leitos de UTIs. O hospital do Pacaembu, que foi aberto no dia 6 de abril, foi fechado. Segundo a Prefeitura, foram atendidos 1.515 pacientes.

"Tivemos redução no número de novas internações nas últimas quatro semanas", disse o prefeito Bruno Covas (PSDB). No domingo, a cidade teve 11 pedidos de transferência para UTIs. No auge da crise, no mês passado, "o número chegou a ser entre 80 e 90", disse.

Os dois últimos pacientes que deixaram o hospital do Pacaembu, sob aplausos, foram uma mulher de 61 anos e um homem de 55. Segundo a Prefeitura, a previsão de custo inicial do hospital, que tinha 200 leitos, era de R$ 28,4 milhões, mas o gasto final foi de R$ 23 milhões.

Dos 1.340 leitos de UTI existentes na cidade para atender pessoas infectadas pelo coronavírus, 648 (53%) estavam com pacientes ontem - 510 em leitos da Prefeitura e 138 em hospitais particulares. Com 530 leitos públicos sem utilização, há dúvidas na gestão Covas se é preciso manter leitos na rede privada.

Cada leito da rede privada custa à Prefeitura R$ 2,1 mil por dia. Convênios com hospitais privados são assinados por período de 30 dias, e a maioria vence hoje. Nesta semana, os acordos ainda devem ser renovados, mas haverá nova avaliação até sexta-feira. Se os contratos forem mantidos, a Prefeitura deve reduzir a quantidade de leitos solicitados aos hospitais particulares. No momento, estão disponíveis 190 leitos.

Mas a aceleração da covid-19 no interior traz duas preocupações: de que a tendência de queda de internações e óbitos na cidade se altere com a chegada de pessoas infectadas vindas das demais cidades e de que cidades do interior fiquem sem vagas e transfiram, por intermédio do governo do Estado, pacientes para a capital.

A Prefeitura negocia com a gestão João Doria (PSDB) para que leitos ocupados com pacientes do interior não entrem na conta da taxa de ocupação de UTIs da capital, uma vez que esse índice é usado para a reabertura econômica. Na semana passada, com os leitos da cidade lotados, a prefeitura de Sorocaba transferiu cinco pacientes de covid-19 para hospitais da capital.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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