MPF investiga Edir Macedo por declaração sobre coronavírus

Pastor disse que o coronavírus era uma tática de Satanás e pediu para fiéis não se preocuparem

sab, 08/08/2020 - 15:58
Alan Santos/PR O MPF pediu a quebra de sigilo do perfil de Edir Macedo no Facebook e de seu canal no YouTube Alan Santos/PR

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo está investigando o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus por suspeita de infringir medida sanitária preventiva. Em 15 de março, o religioso publicou um vídeo nas redes sociais em que minimizava a pandemia do novo coronavírus.

“Meu amigo e minha amiga, não se preocupe com o coronavírus. Porque essa é a tática, ou mais uma tática, de Satanás. Satanás trabalha com o medo, o pavor. E quando as pessoas ficam apavoradas, com medo, em dúvida, as pessoas ficam fracas, débeis e suscetíveis", ele diz no vídeo. O bispo também exibe o depoimento de um médico afirmando que o vírus não faz mal a ninguém.

O MPF pediu a quebra de sigilo do perfil de Edir Macedo no Facebook e de seu canal no YouTube, segundo a Veja. O Objetivo é identificar as circunstâncias da publicação do vídeo. A gravação foi apagada após repercussão negativa.

O crime de infração de medida sanitária preventiva pode resultar em detenção de um mês a um ano mais multa. A assessoria da Igreja Universal do Reino de Deus disse que Macedo não tem conhecimento da investigação e que não houve crime em sua fala. Segundo a assessoria, a declaração foi tirada do contexto e deturpada pela imprensa.

No Brasil, mais de 100 mil pessoas morreram de Covid-19. Em junho, Edir Macedo divulgou ter sido infectado pela doença, chegando a ficar internado em seu hospital em São Paulo.

O MPF de São Paulo também ajuizou no início do mês uma ação civil pública para que o pastor evangélico Valdemiro Santiago e a Igreja Mundial do Poder de Deus paguem R$ 300 mil de indenização por danos sociais e morais coletivos. A cobrança é por causa dos vídeos em que o religioso anunciava a venda de sementes de feijão com a falsa promessa de que, se cultivadas, curariam a Covid-19. O pastor cita o caso de um fiel que teria se recuperado usando os feijões e que o resultado estaria comprovado por atestado médico.

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