Especialista alerta para os riscos do tabagismo

O fumo mata o equivalente a uma pandemia todos os anos no Brasil; 90% das mortes são provocadas por câncer de pulmão

seg, 31/08/2020 - 14:43
Divulgação Oncologista Sandro Cavallero: fumo causa milhares de mortes por ano Divulgação

O câncer de pulmão tem grande relação com o tabagismo, que é responsável por cerca de 157 mil mortes todo ano no Brasil. Atualmente, o câncer de pulmão é o que mais mata no mundo, aumentando a preocupação dos médicos com a conscientização para o Dia Nacional do Combate ao Fumo.

Segundo o oncologista Sandro Cavallero, 90% dos casos de câncer de pulmão são causados pelo tabagismo, e o risco de um fumante desenvolver a doença pode ser 150 vezes maior do que um não fumante. “A probabilidade de desenvolver o câncer por um cigarro é diretamente proporcional à quantidade de cigarros que a pessoa fuma por dia, assim como o tempo pelo qual ela já está fumando”, explicou.

Além disso, o tabagismo é responsável por um número muito elevado de mortes no Brasil. De acordo com o oncologista, embora o mundo esteja passando por uma pandemia, todas as doenças merecem destaque. “Nesta pandemia já morreram mais de 100 mil pessoas. O tabagismo mata o equivalente a uma pandemia todos os anos na nossa vida. É uma pandemia ocorrendo todos os anos no Brasil e no mundo”, alertou Sandro.

O especialista explica que, embora existam muitas medidas no mundo e no Brasil proibindo propagandas e colocando anúncios nas carteiras de cigarros, e isso tenha diminuído a incidência da mortalidade do câncer de pulmão, os números ainda são altos. “Um único produto ser responsável por uma pandemia todos os anos, é simplesmente inadmissível a permissão do livre comércio dessa mesma substância”, afirmou.

De acordo com Sandro, na fumaça do cigarro existem aproximadamente quatro mil substâncias, e dessas, pelo menos 60 podem causar câncer. Além do câncer de pulmão, o tabagismo também está relacionado com outros tipos, como o câncer de cavidade oral, faringe, pâncreas, fígado, rim, colo de útero, e até mesmo leucemias. “Existem estudos que dizem que 30% das mortes ocasionadas por câncer são causadas pelo tabagismo. Ou seja, se não existisse tabagismo, 30% de mortes seriam evitadas todos os anos”, ressaltou.

Há também dúvidas sobre o fumante passivo, aquela pessoa não fuma mas convive com um fumante, ser mais afetado pela fumaça do cigarro do que o fumante. O oncologista explica que o fumante passivo tem risco de 15% a 20% de adquirir câncer, mas está longe de ser igual ao fumante ativo. “Essa crença que fumante passivo acaba sendo pior que o fumante ativo é completamente errônea.”

Com o abandono do tabagismo, há um aumento de preocupação para que o paciente não tenha uma recaída. Sandro exemplifica algumas medidas necessárias para a diminuição da possibilidade de o paciente voltar a fumar: evitar contato com fumantes, ter uma excelente alimentação, rica em frutas e verduras, tomar bastante água, praticar atividade física, para que melhore a capacidade respiratória, e ficar em lugares arejados. “Todas essas medidas ajudam tanto a diminuir o risco da recidiva quanto o pulmão se reestabelecer de uma maneira mais eficaz”, finalizou.

Por Quezia Dias.

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