Volta de turistas divide opiniões em Fernando de Noronha
Apenas turistas que já foram contaminados e conseguiram se curar da Covid-19 estão autorizados a desembarcar na ilha
Liberada para receber apenas turistas que comprovem estar curados da Covid-19 a partir desta terça-feira (1º), o acesso à ilha de Fernando de Noronha ainda divide opinião de comerciantes. A maioria comemora o destrave da economia local, enquanto poucos ainda temem pelos impactos da infecção.
De acordo com a Administração, o protocolo de flexibilização que detalha as regras para a reabertura será emitido ainda nesta terça (1º). Para João Melo, proprietário de um restaurante que não recebe clientes há mais de cinco meses, a movimentação turística é fundamental para os empreendedores locais. "É a única economia. Se a gente não morrer do coronavírus, vai morrer de outras questões, como fome e depressão", relata.
Ele admite que, temporariamente, a recepção será menos calorosa que o habitual para que as recomendações fornecidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) sejam atendidas. "A gente não tem medo, até por que estamos preparados. Nós estamos com álcool gel, com os EPIs e vamos manter uma certa distância do cliente. Então, cabe a gente se proteger e tocar a vida em frente. A gente não pode parar", destaca.
O comerciante sugere uma parceria entre o Governo do Estado e laboratórios para garantir que os turistas realizem exames já no desembarque. "Nós temos muitos outros problemas. A Covid-19 a gente já tem como controlar. Para um destino tão complexo quanto Fernando de Noronha, temos que encontrar alternativas", comenta.
Já para Dona Zete, proprietária de uma pousada fechada desde março, ainda não é o momento para reabrir as portas e receber hóspedes. "Mesmo aparecendo [clientes], eu ainda não quero receber ninguém. Só quando liberar mesmo", afirmou.
Ela ressalta o medo da doença e admite que prefere esperar mais um pouco para retomar as atividades. Entretanto, já adapta as instalações da pousada para promover a segurança necessária.
Fernando de Noronha recebe voos de duas empresas e, embora esteja autorizado o translado comercial, apenas uma companhia propôs viagens para o destino em outubro. Um avião pousa na ilha nesta terça-feira, entretanto a administração informa que ele é ocupado por moradores e trabalhadores dos setores essenciais.