Pandemia deixa crianças mais tempo conectadas à internet

Isolamento social aumenta a permanência nas redes e em jogos eletrônicos. Especialista alerta para os problemas decorrentes dos excessos.

qua, 02/12/2020 - 11:18

A pandemia do novo coronavírus limitou o convívio físico e social. Isso causou impacto no dia a dia dos adultos e também das crianças, que passaram a desperdiçar mais tempo na internet, em redes sociais e jogos eletrônicos, o que vem comprometendo ainda mais o estado psicológico dos pequeninos, bem como sua maneira de lidar com o isolamento social.

Segundo a psicóloga Danielle Faria, quando as crianças estão muito tempo conectadas à rede elas passam a exibir sintomas mentais como ansiedade e, em casos mais sérios, depressão. “É impossível pensar nas crianças sem o acesso à tecnologia. Mas a superexposição à multimídia pode prejudicar o desenvolvimento saudável da criança, entre elas atraso na motricidade. Com a tecnologia as crianças ficam muito tempo sentadas e ociosas. Alterações de sono também são comuns. A criança fica mais distraída e sem a interação com o mundo e quando ela deixa de socializar o desenvolvimento dela atrasa. A convivência é essencial”, afirma a psicóloga.

Jogos eletrônicos podem servir como fonte de diversão, mas se os pais não ficarem atentos às horas passadas na diversão os jogos podem ser fonte de sofrimento psicológico para a criança. “Durante o jogo há liberação de dopamina, uma substância de prazer, alegria e recompensa. Sem os jogos a criança passa a ter crises de ansiedade. A internet faz as pessoas ficarem mais ansiosas, devido ao excesso de estímulo que pode afetar a qualidade do sono, e isso é ainda maior quando nossos filhos estão vidrados nos jogos”, ressaltou a psicóloga.

Para a auxiliar de escritório Denise Santos, mãe de dois filhos, depois que a pandemia começou, o consumo de internet de seus dois filhos, Sarah e Samuel, de 12 e 8 anos, passou a ser mais intenso. As mudanças de comportamento das crianças ficaram evidentes. De dois filhos centrados e quietos ela passou a lidar com crianças inquietas e sem foco. Foi questão de tempo até as notas na escola despencarem. “Meus filhos usam muito a internet e o celular. Eles não assistem vídeo-aula pois são da área pública. Porque elas estão tanto tempo dentro de casa, o tempo dedicado ao estudo agora é dedicado a brincadeiras entre eles. A pandemia mudou a vida dos meus filhos e a maneira deles se relacionarem entre si”, finalizou a Denise.

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Por Lucas Valente e Suellen Cristo.

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