Polícia prende 14 acusados de fraudes contra idosos
Grupo que instalou o call center do crime na região norte de São Paulo aplicava estelionato contra vítimas de outros estados
Uma quadrilha acusada de fraudes contra idosos foi desarticulada em uma ação conjunta da Polícia Civil de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Ao todo, dez integrantes do bando foram presos no estado gaúcho e quatro na capital paulista. Segundo os agentes, o grupo era especializado na prática de estelionato por meio de ligações telefônicas e funcionava como uma empresa de call center. Eles são suspeitos de golpes que superam R$ 2 milhões contra correntistas bancários nos estados de Alagoas e Rio Grande do Sul.
De acordo com a investigação policial, o bando organizou uma central telefônica no bairro da Vila Brasilândia, região norte da capital paulista. Para praticar os golpes, a quadrilha entrava em contato com as vítimas, que vivem em cidades como Maceió (AL) e Santa Maria (RS), e comunicava aos correntistas que o cartão de crédito de uso pessoal deles havia sido clonado. Com a falsa afirmação, iniciava-se um procedimento fictício de cancelamento do objeto em que o cliente era convencido a quebrar o magnético ao meio e entregar a um representante que, autorizado pelos golpistas, chegaria ao endereço da pessoa em instantes.
Após um membro da quadrilha retirar o cartão quebrado, o grupo, que já estava em posse da senha digitada pelo cliente no sistema utilizado pelos acusados, fazia saques e transferências de valores para outras contas. Segundo a polícia gaúcha, só na cidade de Santa Maria foram mais de 100 vítimas, e 43 criminosos vinculados ao grupo já foram identificados.
Em Maceió, capital alagoana, os golpes superam R$ 1,5 milhão. Ainda de acordo com os agentes paulistas, no escritório desativado pela ação foram encontradas anotações que podem levar à localização de outros grupos que atuam no mesmo segmento criminoso. A suspeita é de que quadrilhas instaladas em São Paulo apliquem golpes nos estados do Espírito Santo, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Além dos acusados, no "call center do crime" foram apreendidos 20 notebooks, aparelhos celulares, máquinas leitoras de cartão magnético e mais de 100 chips utilizados em telefonia móvel. Todos os presos vão responder por associação criminosa e estelionato.