Dia de combate ao fumo destaca os males do cigarro

Campanha internacional contra o tabagismo reforça a importância da saúde e do bem-estar

seg, 31/05/2021 - 21:24

O dia 31 de maio é o Dia Internacional de Combate ao Fumo, instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), e visa colocar em pauta os prejuízos do cigarro, que são inúmeros e afetam de modo constante os fumantes e os quem vivem a sua volta. Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), morrem, por dia, 443 pessoas por tabagismo no Brasil. Esse número alarmante reforça a necessidade urgente do combate ao fumo.

A pneumologista Fátima Amine diz que, antes de tudo, é necessário entender que todas as formas de consumir o tabaco são prejudiciais, inclusive o narguilé e o cigarro eletrônico. “Segundo a OMS, uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde a uma exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros”, explica a médica.

O Inca afirma que os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são tão prejudiciais quanto os cigarros convencionais, não são seguros e possuem substâncias tóxicas além da nicotina, o que pode causar doenças respiratórias. Somado ao risco de intoxicação, há também o risco de explosão, podendo causar danos físicos e materiais.

Além disso, Fátima frisa que, ao ser um fumante, todos os sistemas e órgãos do corpo são afetados, e diversas doenças podem ser desenvolvidas, tais como AVC (acidente vascular cerebral), infarto do miocárdio, enfisema, infertilidade, câncer de pulmão, de estômago, entre outras.

A coordenadora executiva Ana Paula Santos parou de fumar há dez anos, e diz que foi em busca da qualidade de vida. “Pedalava, fazia academia, reduzi o consumo de industrializados, me alimentava melhor e então caí na real que não adiantava nada disso, se continuasse fumando e absorvendo inúmeras substâncias químicas, através do cigarro”, conta Ana Paula.

O processo de combate ao cigarro foi complicado, mas Ana Paula afirma que conseguir parar de fumar foi libertador: “Conseguir frequentar qualquer lugar sem me preocupar onde poderei fumar é libertador, assim como aprender a lidar com o nervosismo e a ansiedade. O cigarro foi minha companhia em situações desse tipo durante muitos anos. Ele traz companhia, acalma e depois a gente vê que existe uma vida normal sem ele. É possível”.

Tanto a pneumologista quanto a coordenadora executiva afirmam que parar de fumar é difícil, mas é um caminho viável e necessário. “Seja forte e corajoso. Não vou mentir, pois é sofrido tentar parar. Não sei qual a crença de quem vai ler esse texto, mas nessas horas ter um lado espiritual fortalecido é fundamental para trazer renovo depois de um dia difícil”, aconselha Ana Paula.

A médica Fátima pontua que a luta contra o tabagismo deve ser feita com ajuda profissional, e citou o programa CRATF – Centro de Referência em Abordagem e Tratamento de Fumante -, oferecido pela Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), para todos os residentes na Região Metropolitana de Belém. O serviço tem como objetivo central preparar os fumantes para largar o fumo, fornecendo atendimento e acompanhamento médico, psicológico, enfermagem, nutricional, assistência social e odontológica.

O centro se encontra na URES – Presidente Vargas, número 513, e pode ser contatado pelo telefone (91)3242-5645.

Por Roberta Cartagenes e Haroldo Pimentel.

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