Mulher negra é acusada de furtar roupa que levou de casa

Empresária diz que foi abordada aos gritos dentro de shopping no Rio de Janeiro por supervisor da loja Leader

qui, 17/06/2021 - 12:05
Reprodução Empresária denunciou o ocorrido nas redes sociais Reprodução

A empresária Juliane Ferraz, de 24 anos, foi acusada de furto após levar um vestido de sua casa para uma loja da Leader. O caso foi registrado na delegacia como calúnia, mas ela diz que a ação foi motivada por racismo.

O episódio ocorreu em 10 de junho no Rio de Janeiro-RJ. Juliane estava com um vestido da enteada na bolsa e foi a uma loja da Leader, no Norte Shopping, comprar outra roupa para a menina. O vestido que levava serviria para ela comparar o tamanho correto da roupa. 

A empresária diz que olhou alguns modelos e saiu sem comprar nada. Alguns minutos depois, ela foi abordada aos gritos pelo supervisor da Leader e um segurança do shopping. O funcionário acusou a mulher de ter levado um vestido de R$ 25 sem pagar.

Juliane pediu para ver as imagens do circuito interno. Ela aparece olhando as araras de roupas, pegando o vestido na bolsa e comparando com outra peça. Em seguida, ela devolve a peça à arara e guarda o vestido que trouxe. 

O funcionário da loja pediu desculpas pelo ocorrido. "Nesse momento, o shopping inteiro já tinha parado para olhar a situação. O shopping inteiro estava olhando para mim. Eu totalmente constrangida, sem graça. Falei que não aceitava as desculpas dele. Nunca vou esquecer a humilhação", ela disse em publicação nas redes sociais.

A Leader se manifestou por nota. A loja reforçou o pedido de desculpas e disse que o responsável foi afastado. "Apresentaremos cada detalhe aos nossos times, cada erro, e reiteraremos o respeito ao ser humano, como já explícita nosso Código de Ética", declara a empresa. A Polícia Civil informou que os envolvidos foram ouvidos e o caso, encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim).

"A gente que é preto já está acostumado com essas desconfianças que as pessoas desenvolvem na gente", diz Juliane no vídeo. "Não existe 'mimimi', existe uma dor , existe uma perseguição, uma coisa que não acaba, não passa e machuca.”

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