RJ: homem branco é preso por roubo de bicicleta no Leblon

No último sábado (12), um casal acusou, sem provas, um jovem negro de ter cometido o crime, na área nobre do Rio de Janeiro

qui, 17/06/2021 - 15:06
Reprodução/TVGlobo Homem suspeito de roubar bicicleta é conduzido por policiais Reprodução/TVGlobo

 Nesta quinta-feira (17), policiais da 14ª DP (Leblon) prenderam Igor Martins Pinheiro, de 22 anos, por suspeita de furtar uma bicicleta elétrica em frente ao no bairro do Leblon, na Zona Sul do Rio, no último sábado (12). Presentes no local do crime, Mariana Spinelli e Tomás Oliveira abordaram um rapaz negro, Matheus Nunes Ribeiro, também de 22 anos, perguntando se ele havia praticado o crime. Os dois prestaram depoimento na última quarta (16) e responderão por calúnia.

Conhecido como “lorão”, Igor Martins é morador do Botafogo, bairro nobre do Rio, e já possui 28 passagens pela polícia. Ele foi preso depois de ter sido reconhecido por um segurança do Shopping Leblon, que foi ouvido pelos policiais. O suspeito já foi preso sete vezes, inclusive por furtos de outras bicicletas, praticados em 2018.

Depois da ampla repercussão do caso, Mariana Spinelli foi demitida do Espaço Vibre, escola de dança, localizada em Ipanema, em que trabalhava como professora. “Estamos consternados com o que tomamos conhecimento e tratando o assunto com toda gravidade que ele merece. Racismo é crime e não vamos compactuar com isso. A professora envolvida no ato foi demitida e já não faz mais parte do nosso quadro de funcionários”, diz nota da instituição.

Apesar disso, em entrevista ao portal G1, a delegada Natacha Oliveira, informou que Mariana Spinelli e Tomás Oliveira não responderão por racismo. “Em nenhum momento, tanto diante da narrativa do Matheus, como diante da narrativa dos investigados, veio aos autos qualquer menção por parte destes no sentido de terem realizado alguma ofensa expressa de caráter racial. Razão pela qual, com base também na análise dos elementos objetivos do fato, da análise do caso concreto, não houve instauração de procedimento para apurar o crime de injúria racial, e sim o crime de calúnia”, colocou.

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