África do Sul homenageia Frederik de Klerk

Devido ao fato de o funeral do ex-líder ter sido uma cerimônia privada poucos dias depois de sua morte em 11 de novembro, a homenagem deste domingo foi presidida por um retrato e várias flores brancas

dom, 12/12/2021 - 14:30
RODGER BOSCH Retrato do ex-presidente Frederik de Klerk na igreja Groote Kerk, da Cidade do Cabo, África do Sul RODGER BOSCH

A África do Sul homenageou neste domingo (12) Frederik de Klerk, seu último presidente branco que morreu no mês passado aos 85 anos e que foi quem libertou Nelson Mandela e encaminhou o país a deixar o apartheid e se tornar uma democracia.

Devido ao fato de o funeral do ex-líder ter sido uma cerimônia privada poucos dias depois de sua morte em 11 de novembro, a homenagem deste domingo foi presidida por um retrato e várias flores brancas.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi cumprimentado em sua chegada pela viúva Elita Georgiadis, pouco antes do início do hino nacional interpretado pela orquestra filarmônica da Cidade do Cabo.

"Era geralmente mal interpretado devido ao seu excesso de correção", disse a viúva para as cerca de 200 pessoas reunidas na igreja protestante Groote Kerk, uma das mais antigas do país.

"Nunca esquecerei deste homem que me hipnotizou, que me fez querer ajudá-lo a conseguir esta enorme tarefa que teve pela frente", acrescentou.

Em fevereiro de 1990 em um inesperado discurso ao Parlamento, De Klerk anunciou a libertação do inimigo número um do regime do apartheid Nelson Mandela, a legalização de seu partido, o Congresso Nacional Africano (ANC) e de outros partidos que lutaram contra a segregação.

Apesar de este político ter feito parte do Partido Nacional, que lançou o apartheid em 1948, sua visão pragmática o convenceu da necessidade de uma mudança. Nas primeiras eleições democráticas em 1994, Nelson Mandela se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul.

Apesar de uma reputação positiva no exterior, De Klerk gera divisão na África do Sul e muitos consideram que sua figura continua sendo inseparável dos crimes do apartheid e que se tivesse vivido por mais tempo poderia ter enfrentado suas responsabilidades.

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