CEO da Pfizer diz que vacina anual é melhor que reforços

CEO da fabricante, Albert Bourla, acredita que vacinar uma vez por ano pode soar mais convincente aos que ainda são resistentes à vacina

por Vitória Silva seg, 24/01/2022 - 11:28
Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF Frasco de vacina da Pfizer Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF

O presidente-executivo da Pfizer, Albert Bourla, disse no último sábado (22) que uma vacina anual contra o Covid-19 seria preferível a doses de reforço mais frequentes no combate à pandemia de coronavírus. No Brasil, as terceiras doses ou doses de reforço, assim como a maior parte das vacinas pediátricas aplicadas, estão sendo manuseadas com o imunizante do laboratório alemão. 

A vacina da Pfizer/BioNtech mostrou ser eficaz contra doenças graves e morte causadas pela variante Ômicron fortemente mutada, mas menos eficaz na prevenção da transmissão. Com o aumento dos casos, alguns países expandiram os programas de reforço da vacina e diminuíram o intervalo entre as doses. Em uma entrevista ao N12 News de Israel, Bourla foi perguntado se ele vê doses de reforço sendo administradas a cada quatro ou cinco meses regularmente. 

"Este não será um bom cenário. O que eu espero é que tenhamos uma vacina feita uma vez no ano. Uma vez por ano é mais fácil convencer as pessoas de tomá-la e é mais fácil para as pessoas lembrarem. Então, do ponto de vista da saúde pública, é uma situação ideal. Estamos procurando ver se podemos criar uma vacina que cubra a Ômicron e não esqueça as outras variantes e isso pode ser uma solução", disse Bourla. 

O CEO afirmou também que a Pfizer pode estar pronta para solicitar a aprovação de uma vacina redesenhada para combater a Ômicron e produzi-la em massa já em março. Citando três estudos, os Centros dos Estados Unidos para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disseram na sexta-feira (21) que uma terceira dose de uma vacina de mRNA é fundamental para combater a Ômicron, fornecendo 90% de proteção contra a hospitalização. 

Um estudo preliminar publicado pelo Sheba Medical Center de Israel na segunda-feira passada (17) descobriu que uma quarta dose aumenta os anticorpos para níveis ainda mais altos do que a terceira, mas provavelmente não foi suficiente para afastar a Ômicron. No entanto, um segundo reforço ainda foi recomendado para grupos de risco, disse Sheba. 

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