Bombeiros: Operação Inverno vai até agosto

O comandante geral do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, coronel Coutinho, fez um balanço geral sobre a operação das barreiras e enxurradas

por Alice Albuquerque sex, 03/06/2022 - 18:21
Alice Albuquerque/LeiaJáImagens Comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar de PE, coronel Coutinho Alice Albuquerque/LeiaJáImagens

Após todos os corpos que estavam desaparecidos na Região Metropolitana do Recife devido às fortes chuvas serem encontrados e as buscas cessadas, em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (3), o comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco, coronel Coutinho, deu detalhes sobre a operação realizada nos nas barreiras, e enfatizou que a Operação Inferno da instituição vai até agosto. 

Numa força tarefa para encontrar as vítimas soterradas e que também foram afetadas pelas enxurradas, o Corpo de Bombeiros de 11 estados brasileiros vieram ao Recife auxiliar nas buscas com 85 militares, além dos mais de 500 de Pernambuco. 

Coutinho deu detalhes sobre o funcionamento da Operação Inverno. "O Corpo de Bombeiros está, desde o início das chuvas, na quarta-feira da semana passada, em prontidão, na fase 4 da Operação. Da quarta para a quinta começamos a montar as equipes, distribuir o cenário e, no sábado, foi quando houve o início da queda das barreiras com as chuvas torrenciais, iniciamos efetivamente o nosso trabalho e contamos com toda a nossa força operacional da RMR. Convocamos os militares que estavam de folga, tivemos o apoio de alguns militares do interior do estado e várias equipes do Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Científica, Corpos de Bombeiros de outros estados para que a gente tivesse realmente a capacidade de autuar nos cenários mais diversos possíveis", disse. 

"Foram dias de muitas chuvas torrenciais e que havia o risco das barreiras continuarem caindo, desabando, como realmente aconteceu e por diversos períodos tivemos que recuar as nossas equipes para protegê-las de uma possível tragédia", completou. 

O trabalho dos cães farejadores, conhecidos como binômio, ajudou a encontrar vários corpos que estavam soterrados. Ao todo, foram 22 cães que trabalharam na operação, sendo um de Pernambuco. "Todos especialistas em restos mortais. A vantagem do cão é que ele tem um olfato muito apurado e consegue, diante de um cenário muito extenso que nos deparamos, apontar exatamente qual o local onde provavelmente a vítima estava localizada, e isso fazer com que a gente conseguisse centralizar nossas buscas num perímetro bem menor", ressaltou o comandante. 

O acolhimento e ajuda da própria comunidade também teve destaque na fala de Coutinho, "a gente às vezes se surpreende com a disposição que as pessoas têm de nos receber". "Várias pessoas abriram as suas residências para permitir que o soldado do Corpo de Bombeiros pudesse frequentar a casa, e muitas permitiram que a gente transformasse as casas em posto de comando. A comunidade nos oferecia água e alimentação, mesmo a gente já tendo montado uma equipe de logística de fornecimento de alimentação para as nossas equipes, mas a própria população nos oferecia água, café, alimentação para voltarmos ao trabalho de forma mais rápida", ressaltou. 

"Nas nossas redes a gente sempre veio enfatizar o nosso agradecimento à sociedade pernambucana que, nesse momento de tanto clamor e tanta comoção popular, entendemos que o apoio dela é fundamental", reforçou.

 

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