Mulheres reivindicam moradia digna e políticas públicas

Mulheres e famílias de todo o estado vêm à capital pernambucana para se manifestar

por Rachel Andrade qua, 08/03/2023 - 15:47
João Velozo/LeiaJáImagens Acampamento do MST na Casa Marielle Franco, no Recife João Velozo/LeiaJáImagens

A Casa Marielle Franco, localizada em frente à Praça do Derby, no Recife, é onde cerca de 200 mulheres e suas famílias se reúnem em um acampamento provisório realizado pelo Movimento Sem Terra (MST) desde a última segunda-feira (6). A concentração foi montada para que hoje, 8 de março, elas participem do ato do 8M, caminhada pelo Dia Internacional da Mulher.

De acordo com a coordenação de comunicação do MST, nos últimos dias chegaram ônibus de quase todas as regionais do estado com assentadas para participarem da passeata, que sai do Parque 13 de Maio, no centro do Recife, até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. O intuito é entregar à governadora Raquel Lyra (PSDB) as reivindicações de moradia digna para os integrantes do movimento.

Uma das participantes é Mauriceia Matias, vinda do assentamento Normandia, localizado em Caruaru, no Agreste do estado. “Entre outros pontos, pontuamos a condição de produção. Como é que a mulher consegue se empoderar a partir, inclusive, de sua economia, da sua geração de renda? E a partir daí gerar todas as suas condições”, ela explicou ao LeiaJá.

Além disso, Mauriceia menciona outro ponto crucial dentro dos pedidos do movimento, em relação ao acesso à alimentação. Políticas públicas já existentes, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que são iniciativas do governo federal, precisam chegar com mais eficiência a essas populações. “Para que as mulheres camponesas possam produzir em uma larga escala para que possa ser entregue na merenda escolar dos municípios e do estado”, ela defende.

Na terça-feira (7) foram realizadas rodas de debate e oficinas, em que foram elaboradas as pautas inseridas nas reivindicações para o governo do estado. “O campo, infelizmente, não tem a mesma visibilidade do que a capital, mas imaginar que a gente pode fortalecer o campo é uma forma de organização para a gente contribuir para os municípios onde residimos”, concluiu Mauriceia.

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