Dia Mundial Sem Tabaco: veja riscos gerados pelo cigarro

Dia Mundial Sem Tabaco é celebrado nesta quarta-feira (31), e médico cardiologista ouvido pelo LeiaJá alerta sobre as dependências ocasionadas pelo cigarro

por Guilherme Gusmão qua, 31/05/2023 - 18:04
Marisa Cuesta/Flickr Dia Mundial Sem Tabaco, é celebrado nesta quarta-feira (31) Marisa Cuesta/Flickr

Nesta quarta-feira (31) celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, uma data de conscientização sobre os perigos provocados pelo cigarro à saúde das pessoas. Sendo assim, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) que é o principal responsável pela divulgação e elaboração de campanhas sobre o assunto, vem orientando a população brasileiras sobre as dependências comportamentais, físicas e psicológicas que o tabagismo pode ocasionar.  

As dependências que são originadas pela presença da nicotina nos produtos à base de tabaco, fazem com que os fumantes inalem centenas de substâncias tóxicas, como: amônia, cetonas, acroleína, monóxido de carbono, formaldeído e acetaldeído. Além dessas, 43 substâncias cancerígenas são inseridas, sendo as principais: níquel, arsênio, chumbo, cádmio, benzopireno, elementos radioativos e resíduos de agrotóxicos.

Em entrevista ao LeiaJá, o médico cardiologista Giordano Parente alertou sobre as doenças causadas pelo uso dos cigarros. Ele disse que a nicotina e as mais de 1200 substâncias tóxicas presentes no cigarro, são responsáveis na atualidade pela maioria das doenças pulmonares e do trato respiratório.

Créditos: Arquivo pessoal

''Enfisema, bronquite, perda da função pulmonar, perda da capacidade de eliminar secreção pulmonar são só alguns exemplos. Além disso o cigarro está implicado na maior parte dos casos de câncer sendo conhecido hoje como o fator evitável mais comum da doença. O cigarro também, em conjunto com a hipertensão, colesterol e diabetes é o responsável pelo surgimento de doenças cardiovasculares como o infarto, angina, acidente vascular cerebral (conhecido popularmente como derrame) e morte súbita'', afirmou.

Tratamento

Para o paciente se livrar do vício de fumar, o especialista recomenda que o fumante fique atento as primeiras recomendações sugeridas pela equipe médica responsável pelo tratamento.

''O tratamento inicia com a informação, favorecendo que o paciente tenha a consciência dos males provocados pelo vício e tendo, portanto, a vontade de se tratar'', pontuou o doutor, ao também informar que ''não adianta medicar quem não tem a intenção de abandonar o cigarro''.

Inicialmente, a intervenção identifica e trata qualquer transtorno psicológico que possa estar presente na vida de quem procura o apoio médico. ''Existem hoje 2 medicações orais disponíveis para reduzir os sintomas da dependência e que podem ser combinadas com adesivos ou goma de mascar contendo nicotina nas primeiras semanas. O índice de sucesso ainda é considerado baixo, em torno de 40%, principalmente pela dependência psicológica que muitos possuem.''

O cardiologista Giordano Parente ainda acredita que o dia de hoje é muito importante para alertar as pessoas a buscarem o tratamento adequado.

''A conscientização dos males, mas principalmente a informação da disponibilidade de tratamento seja por médicos especialistas ou não, é a principal arma no combate a esse flagelo tão comum. Além disso, agir em grupos populacionais específicos como jovens com alta incidência de cigarros eletrônicos é fundamental pelo menos para evitar que as próximas gerações não se vinculem a um mal tão grande'', disse.

Inca e SUS oferecem tratamento gratuito

O Inca reforça que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento gratuito para quem deseja abandonar o vício de fumar. O instituto é responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e pela articulação da rede de tratamento no SUS, em parceria com municípios, estados e o Distrito Federal. É possível conhecer mais sobre o programa e encontrar as unidades de atendimento no site do Inca.

 

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