PE: turistas encontram "câmera espiã" em quarto de resort
O flat localizado na Praia de Muro Alto tem diárias em torno de R$ 750
Uma câmera de vídeo escondida em frente à cama de um flat do resort OKA Beach Residence foi encontrada por um casal de turistas de São Paulo, na praia de Muro Alto, em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Civil, que periciou o quarto e investiga o caso.
Os hóspedes estiveram no flat entre os dias 13 e 17 deste mês. Em sites de hospedagem, uma diária no OKA Beach Residence custa cerca de R$ 750.
No fim da tarde do dia 16, a esposa ouviu um barulho próximo da televisão e encontrou um receptor de tomada que não encaixou em nenhum dos carregadores. Ela desconfiou do dispositivo e ligou a lanterna do celular para verificar. A luz refletiu na entrada central do receptor e revelou a câmera.
Ela e o marido pesquisaram o modelo na internet e encontraram anúncios do dispositivo vendido como "câmera espiã". A gerência do resort foi comunicada e teria oferecido que os clientes passassem a noite em outro quarto, mas eles preferiram permanecer no flat e colocaram um papel em frente à câmera.
À noite, um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia da 43ª Circunscrição, em Porto de Galinhas. No dia seguinte, a polícia ligou para os turistas para que acompanhasse a perícia no local. Entretanto, eles já estavam no Aeroporto Internacional do Recife a caminho de São Paulo.
O crime investigado é de "registro não autorizado de intimidade sexual", previsto no Código Penal, que tipifica o ato de "produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes". A pena é de detenção de seis meses a um ano com o pagamento de multa.
Pela posição da câmera, o delegado Ney Luiz Rodrigues chegou a observar que a intenção de quem instala esse tipo de dispositivo é captar cenas de sexo ou nudez. Ele descartou o envolvimento dos donos do flat e vai buscar a identificação do responsável.
O casal teme que algum conteúdo íntimo seja vazado. O advogado da família alegou que a mulher está abalada e é acompanhada por um psiquiatra.
O Carpe Diem, empresa responsável pela administração do resort, e o Booking, plataforma de reservas onde a hospedagem foi contratada, devem ser processados.