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| Ciência e Saúde

Um tratamento em teste contra o câncer de mama em estágio inicial demonstrou ser capaz de reduzir o risco de recorrência em 25%, de acordo com resultados de um grande ensaio clínico, divulgados nesta sexta-feira (2).

Os resultados preliminares foram publicados durante a maior conferência anual de especialistas em câncer, realizada pela Sociedade de Oncologia Clínica Americana (ASCO), em Chicago.

Este "é um ensaio clínico muito importante que vai mudar a prática" dos médicos, disse Rita Nanda, oncologista da Universidade de Chicago, que não participou do ensaio.

O medicamento ribociclibe é desenvolvido pela Novartis contra o tipo mais comum de câncer de mama, chamado HR+/HR2-.

Ele já é utilizado juntamente com a terapia hormonal para as pacientes afetadas por câncer em estágio avançado, com metástase.

O objetivo deste novo estudo foi testar o medicamento para câncer em estágio inicial (1 a 3).

Geralmente, o tratamento de câncer envolve cirurgia, radioterapia, uma possível quimioterapia e, em seguida, anos de terapia hormonal.

Apesar disso, "um terço das pacientes com câncer de mama em estágio 2 (...) terão uma recorrência", disse o oncologista da Universidade da Califórnia, Dennis Slamon, ao apresentar os resultados em uma coletiva de imprensa. "E essas recorrências podem acontecer em duas ou três décadas após o diagnóstico", revelou.

Mais de 5.000 pessoas participaram do ensaio clínico. Metade tomou o medicamento ribociclibe juntamente com a terapia hormonal. Outra metade tomou exclusivamente a terapia hormonal.

Os resultados preliminares revelaram que o risco de recorrência diminuiu 25% com o ribociclibe. O medicamento atua nas proteínas (CDK4 e CDK6), que afetam o crescimento das células cancerígenas.

Dois outros tratamentos com inibidores de CDK - palbociclibe e abemaciclibe - também são aprovados para o câncer de mama metastático.

O abemaciclibe também foi recentemente aprovado nos Estados Unidos para a doença em estágio inicial, mas apenas para mulheres com alto risco de recorrência cujos gânglios linfáticos também são afetados.

Rita Nanda enfatiza que o ribociclibe pode representar uma opção para mulheres cujos gânglios linfáticos não são afetados.

"Provavelmente haverá muita discussão sobre o nível de benefício para os pacientes, o tipo de efeitos colaterais e os pacientes para os quais há benefício real do uso desse tipo de medicamento para prevenção", disse o chefe do departamento de oncologia e médico do Instituto Curie, Jean-Yves Pierga, durante uma coletiva de imprensa em separado.

Todos os anos, mais de dois milhões de casos de câncer de mama são diagnosticados em todo o mundo, e a doença causa mais de 600.000 mortes por ano. A maioria dos diagnósticos é feita no estágio inicial.

Dados do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (1º), mostram aumento do número de casos de gripe em adultos. Os casos estão associados à influenza A, sendo a maioria por H1N1, vírus que pode ser combatido pela vacina contra a gripe. A análise considera registros até o dia 22 de maio. 

O coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, avalia que é significativo o crescimento de diagnósticos de gripe e por outro lado a queda de casos de Covid-19, na mesma faixa etária. "Nas últimas quatro semanas, essa atualização mais recente, 31% dos casos na população a partir de 15 anos estão associados ao influenza A", disse.

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Crianças 

Já em relação às crianças, Marcelo Gomes destaca o crescimento também importante de novos casos semanais e de internações por Vírus Sincicial Respiratório, que vem se mantendo desde o mês de abril. "Em diversos estados do país, a gente vem mantendo o ritmo de aumento no número de internações no público infantil até quatro anos de idade, especialmente nas crianças até dois anos", explicou. 

Das 27 unidades federativas, 19 apresentam tendência de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Entre as capitais, o número chega a 14. 

Campanha contra Gripe

Apenas 40% do público-alvo tomaram a vacina contra a gripe no país. Em função da baixa procura, a Campanha Nacional de Vacinação, que terminaria nessa quarta-feira, foi prorrogada em ao menos sete estados, entre eles Rio de Janeiro e São Paulo.

Todas as pessoas com mais de seis meses de idade podem ser imunizadas contra a influenza.

Um estudo feito pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a Proteste, apontou que comprimidos de vitamina C de algumas fabricantes farmacêuticas apresentam altos níveis de aditivos e sódio, e a ingestão dessas cápsulas em excesso pode ocasionar formação de cálculos renais, entre outros riscos para saúde.

A pesquisa ainda mostrou que a quantidade média de sódio nesses comprimidos efervescentes é de 243mg, o que corresponde a 12% do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao considerar que a agência mundial recomenda o consumo de até 2 mil mg de sódio por dia, os valores observados representam 12% da ingestão total do nutriente, algo que é bastante expressivo.

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Ao analisar cinco marcas presentes no mercado, o exame constatou que as procentagens de vitaminas, proteínas e minerais mostrados nos rótulos, estavam de acordo com o que foi testado em laboratório, e as empresas cumprem com o que prometem, porém, os valores de sódio e aditivos trazem sérios riscos à saúde de quem ingeri os comprimidos.

Erros também foram identificados nas informações das embalagens. A marca Benegrip, por exemplo, não informa aos consumidores a frequência para se tomar o efervescente. Vitaxin e Vit Care, não incluem a idade indicada na recomendação de uso, e sim em outras seções do rótulo. A BIO-C apesar de informar a presença do edulcorante aspartame – aditivo alimentar que dá sabor doce e que é composto pelo aminoácido fenilalanina –, não inclui o alerta ''Contém fenilalanina'' no rótulo, como orienta a legislação.

Mesmo o micronutriente sendo muito recomendado por especialista devido sua contribuição para o funcionamento do sistema imunológico, esses estudos indicam que é necessário ingeri-lo sob orientação médica.

O relatório afirma que, caso não haja indicação médica para o uso desses comprimidos, basta uma alimentação equilibrada e rica em vitamina C. O micronutriente está presente em frutas como acerola, laranja, goiaba e limão, e também em vegetais como brócolis, couve e espinafre.

Nesta quarta-feira (31) celebra-se o Dia Mundial Sem Tabaco, uma data de conscientização sobre os perigos provocados pelo cigarro à saúde das pessoas. Sendo assim, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) que é o principal responsável pela divulgação e elaboração de campanhas sobre o assunto, vem orientando a população brasileiras sobre as dependências comportamentais, físicas e psicológicas que o tabagismo pode ocasionar.  

As dependências que são originadas pela presença da nicotina nos produtos à base de tabaco, fazem com que os fumantes inalem centenas de substâncias tóxicas, como: amônia, cetonas, acroleína, monóxido de carbono, formaldeído e acetaldeído. Além dessas, 43 substâncias cancerígenas são inseridas, sendo as principais: níquel, arsênio, chumbo, cádmio, benzopireno, elementos radioativos e resíduos de agrotóxicos.

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Em entrevista ao LeiaJá, o médico cardiologista Giordano Parente alertou sobre as doenças causadas pelo uso dos cigarros. Ele disse que a nicotina e as mais de 1200 substâncias tóxicas presentes no cigarro, são responsáveis na atualidade pela maioria das doenças pulmonares e do trato respiratório.

Créditos: Arquivo pessoal

''Enfisema, bronquite, perda da função pulmonar, perda da capacidade de eliminar secreção pulmonar são só alguns exemplos. Além disso o cigarro está implicado na maior parte dos casos de câncer sendo conhecido hoje como o fator evitável mais comum da doença. O cigarro também, em conjunto com a hipertensão, colesterol e diabetes é o responsável pelo surgimento de doenças cardiovasculares como o infarto, angina, acidente vascular cerebral (conhecido popularmente como derrame) e morte súbita'', afirmou.

Tratamento

Para o paciente se livrar do vício de fumar, o especialista recomenda que o fumante fique atento as primeiras recomendações sugeridas pela equipe médica responsável pelo tratamento.

''O tratamento inicia com a informação, favorecendo que o paciente tenha a consciência dos males provocados pelo vício e tendo, portanto, a vontade de se tratar'', pontuou o doutor, ao também informar que ''não adianta medicar quem não tem a intenção de abandonar o cigarro''.

Inicialmente, a intervenção identifica e trata qualquer transtorno psicológico que possa estar presente na vida de quem procura o apoio médico. ''Existem hoje 2 medicações orais disponíveis para reduzir os sintomas da dependência e que podem ser combinadas com adesivos ou goma de mascar contendo nicotina nas primeiras semanas. O índice de sucesso ainda é considerado baixo, em torno de 40%, principalmente pela dependência psicológica que muitos possuem.''

O cardiologista Giordano Parente ainda acredita que o dia de hoje é muito importante para alertar as pessoas a buscarem o tratamento adequado.

''A conscientização dos males, mas principalmente a informação da disponibilidade de tratamento seja por médicos especialistas ou não, é a principal arma no combate a esse flagelo tão comum. Além disso, agir em grupos populacionais específicos como jovens com alta incidência de cigarros eletrônicos é fundamental pelo menos para evitar que as próximas gerações não se vinculem a um mal tão grande'', disse.

Inca e SUS oferecem tratamento gratuito

O Inca reforça que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o tratamento gratuito para quem deseja abandonar o vício de fumar. O instituto é responsável pelo Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) e pela articulação da rede de tratamento no SUS, em parceria com municípios, estados e o Distrito Federal. É possível conhecer mais sobre o programa e encontrar as unidades de atendimento no site do Inca.

 

Na semana em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Digestiva, um alerta. Nem todo mundo sabe, mas ter “um intestino mais sensível" pode ser sinal de contaminação pela bactéria H. Pylori. Ela é uma bactéria do sistema gastrointestinal (órgãos como o estômago e o intestino) que é adquirida pelo contato direto com a saliva de pessoas que já tenham a bactéria ou por meio da qualidade da alimentação (alimentos mal lavados).  

Segundo os especialistas, cerca de 60% da população mundial está acometida por essa bactéria, tantas vezes silenciosa, isso porque nem sempre a infecção causa sintomas nos pacientes acometidos. Ela pode ser assintomática por anos, mas se tornar sintomática com o passar do tempo, pode causar uma degradação das mucosas intestinais e estomacais.

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Quando isso ocorre, os sintomas são: dor estomacal ou intestinal, sensação de queimação na barriga, diminuição do apetite, emagrecimento progressivo, enjoo e vômito, sensação de estufamento, presença de arrotos frequentes e fezes com a presença de sangue.

O diagnóstico pode ser feito de diferentes maneiras, mesclando técnicas não invasivas e algumas mais complexas. Exames de sangue, testes respiratórios com ureia marcada, exame de fezes, endoscopia e biópsia são alguns que podem ser feitos para o diagnóstico.  

O tratamento da H. Pylori envolve uma série de estratégias que, juntas, trazem sucesso. É preciso que todas as recomendações do médico sejam seguidas à risca, incluindo o tempo de medicação prescrito. De modo geral, o tratamento inclui o uso de protetores gástricos e a prescrição de antibióticos, para matar a bactéria. É importante que eles sejam usados pelo tempo exato pedido pelo médico, para evitar a resistência dos micro-organismos. O tratamento não é indicado para todas as pessoas, sendo direcionado e normalmente orientado apenas aos que têm maiores chances de desenvolver complicações ou para os que estão vivenciando alguma consequência. Normalmente, os sintomas são controlados com uma boa alimentação e algumas medicações de suporte.

Risco e prevenção 

Um dos riscos comuns é o de desenvolver anemia. Por conta da destruição das paredes estomacais e intestinais, os pacientes têm sangramentos que levam à diminuição do estoque de ferro no organismo ou até mesmo dificuldade de absorver nutrientes, como os essenciais para o metabolismo do ferro no organismo.

Outras consequências são: a ocorrência de úlceras, o desenvolvimento de gastrite, inflamações variadas e câncer de estômago. Ou seja, é importante fazer um acompanhamento médico para combater esse problema. Para isso, algumas dicas para evitar esse problema são: lavar as mãos antes de se alimentar, lavar as mãos após usar o banheiro, evitar contato direto com talheres e produtos utilizados por outras pessoas e lavar bem os alimentos antes do consumo.

Além disso, por mais que não seja um meio de prevenção, investir em consultas frequentes com uma equipe médica e estar atento aos sinais do corpo são formas de obter um diagnóstico de forma rápida. 

 

 

 

A campanha nacional de vacinação contra a influenza (gripe) imunizou apenas 40,69% do público alvo. A mobilização - iniciada em 10 de abril - termina nesta quarta-feira (31), mas o Ministério da Saúde divulgou uma orientação para que estados e municípios ampliem o calendário e continuem com as imunizações, enquanto durarem os estoques de vacinas. 

“Quero conclamar a união de todos pelo nosso Movimento Nacional pela Vacinação, um movimento do Ministério da Saúde, dos estados, dos municípios e de toda a sociedade civil. A ciência voltou e precisamos retomar a confiança da população nas vacinas. Essa é uma missão de todos nós”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, através da nota divulgada à imprensa na noite de segunda-feira (29). 

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Casos graves

Segundo o Ministério da Saúde, a imunização ajuda a evitar casos graves da doença. Os últimos dados do governo mostram que foram aplicadas 35,2 milhões de doses, o que atingiu 40,69% do público formado por grupos de idosos, crianças com seis meses a cinco anos de idade, gestantes, profissionais de saúde, puérperas e professores, entre outros. 

O Amapá conseguiu a melhor cobertura, atingindo 85,2% do público alvo, e o único a superar 75%. Acre, com 19,3%, e Roraima, com 24,3%, foram os únicos estados a atingir menos de 25% de cobertura.  

A cidade do Rio de Janeiro anunciou que vai prorrogar a vacinação para além do dia 31. Qualquer pessoa com mais de seis meses de idade pode ser imunizada. Na cidade, a vacina contra a gripe está disponível nas 237 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde), de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. 

Durante a gravidez, muitos medos assombram a gestante. A felicidade de gerar uma vida vem acompanhada com a responsabilidade, que cresce junto com a barriga, e o medo de alguma intercorrência na gestação e até mesmo da morte. Para quem esteve grávida durante a pandemia, este medo aumentou por conta da ameaça do coronavírus, principalmente para quem tinha ou desenvolveu alguma comorbidade na gravidez.

Este domingo (28) é o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a mortalidade materna é inaceitavelmente alta no mundo. Cerca de 287 mil mulheres morreram durante a gravidez, o parto e no puerpério em 2020. Quase 95% de todas as mortes maternas ocorreram em países de baixa e média renda, e a maioria poderia ter sido evitada. 

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Entre os países da América Latina e do Caribe, a mortalidade materna aumentou em 15% entre 2016 e 2020, com 8.400 mortes de mulheres a cada ano. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), "um retrocesso de 20 anos na saúde materna na região", após uma redução de 16,4% entre 1990 e 2015. A meta é menos de 30 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos. Hoje são 68 mortes por 100 mil nascidos vivos. A OMS define óbito materno como a morte de uma mulher, ocorrida durante a gestação, parto ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, por qualquer causa relacionada com a gravidez, não incluídas causas acidentais ou incidentais. 

Dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, do Ministério da Saúde, mostram que em 2020, 71.879 mulheres morreram durante a gravidez, o parto ou puerpério no Brasil. Em 2022, dados preliminares mostram que foram 66.862 mortes maternas. 

Estudo do Observatório Covid-19 Fiocruz revela que, em 2020, houve alta de óbitos maternos em 40%, quando comparado com números dos anos anteriores. Mesmo considerando a expectativa de aumento das mortes em geral em decorrência da pandemia de covid-19, ainda assim houve um excesso de 14%. A pesquisa, que estimou o aumento de mortes maternas causadas direta e indiretamente pela covid-19 no Brasil no ano de 2020, foi publicada no começo deste ano na revista cientifica BMC Pregnancy and Childbirth

O estudo identificou as características clínicas e manejo clínico das mulheres grávidas e puérperas atendidas por covid-19. As chances de hospitalização de gestantes com diagnóstico da doença foram 337% maiores. Para as internações em UTI, as chances foram 73% maiores e o uso de suporte ventilatório invasivo 64% acima em relação aos demais pacientes com covid-19, que morreram em 2020.

A Agência Brasil conversou com mulheres que estiveram grávidas nos três anos da pandemia.

"Não tive com quem dividir a alegria de estar grávida"

A psicóloga Ana Caroline Saldanha Martins, de São Paulo, 37 anos, contou que o primeiro desafio foi o distanciamento. “Fiquei grávida bem em 2020. O primeiro desafio de estar grávida na pandemia foi estar longe da família, não tive com quem dividir essa alegria. Trabalhava em um residencial para idosos, então as pessoas tinham muito receio de chegar perto de uma mulher grávida na pandemia, de passar alguma coisa. Não tive isso das pessoas pegarem minha barriga e fazerem carinho”. 

Além de manter-se longe de parentes e amigos, ela teve que lidar com a diabetes gestacional. “Fiz a dieta corretamente, mas a glicose não baixava. Então tive que tomar medicação, mas não cheguei a precisar de insulina”. Havia outros medos também. “O medo era generalizado. A diabetes me dava mais medo de afetar o neném. Eu descobri também que existem vários medos normais na gestação. A gente tem muito mais medo de morrer e existe um risco muito grande. E meu pai morreu quando eu tinha oito anos, eu falava que não queria isso para minha filha. O medo era uma constante”. 

O ano virou e apesar da vacina contra a covid ter chegado, em 2021, ainda não estava acessível para as grávidas. “Como trabalhava em uma instituição para idosos, lá nós fomos os primeiros a serem vacinados no Brasil. Mas, a minha chefe, uma médica, não queria deixar eu vacinar porque ainda não sabia bem os efeitos da vacina em grávida. Tive que pedir uma autorização da minha médica, depois procurar o posto de saúde com o meu crachá [da instituição]. Fui uma das primeiras a ser vacinadas contra a covid estando grávida”. Em 14 de julho de 2021, nasceu Maria Fernanda, filha da Ana Caroline. 

Demora para conseguir vacinar

Já a gerente de produto Julia Resende, 33 anos, do Rio de Janeiro, engravidou em janeiro de 2021. O Joseph nasceu em 8 de outubro daquele ano. Ela conta que a gravidez foi tranquila, mas ficou assustada quando o marido testou positivo para covid-19. 

“Quando engravidei, a covid ainda estava em um período bem ruim no Brasil. No começo foi bem tenso, a gente morava em São Paulo na época e fiquei bem presa em casa. Meu marido foi para uma reunião presencial, onde todo mundo se testou, mas ele pegou covid. Ficamos bem chateados”.

Ela se isolou em uma acomodação para evitar a contaminação. “Foi uma situação bem chata, ele demorou bastante para testar negativo e na época também não tinha acesso a teste rápido”. Em seguida chegou a vacina para as grávidas. “Liberaram a vacina para as grávidas, mas foi muito confuso. Primeiro, São Paulo liberou, depois tirou, mas como eu sou do Rio e lá tinha liberado, peguei um voo para lá, apesar de estar morrendo de medo, coloquei uma máscara N95 e fui vacinar lá”. 

Como a família do marido é dos Estados Unidos, Julia foi ao país para tomar a segunda dose. “No Brasil ainda estava demorando uns 40 dias entre as dose. Lá [Estados Unidos], já podia tomar em duas semanas, então eu e meu marido vacinamos lá”. O final da gestação foi menos tenso, conta. “Foi melhorando, mas eu diria que os primeiros seis meses da gestação a gente se isolou bastante e correu bastante atrás da vacina. Mas, tinha muito medo de morrer no parto”.

"Tive medo de pegar covid e morrer"

Já Débora Watanabe, 35 anos, analista de planejamento financeiro em São Paulo, ficou grávida entre fevereiro e outubro de 2022. “Estava bem assistida, mas tive alguns sangramentos e diabetes gestacional, o que caracterizou como de alto risco. Quando soube da diabetes foi um choque, mas me mantive tranquila com as orientações da obstetra e da nutricionista, levei a risca as recomendações e consegui me manter saudável, esse tipo de acompanhamento é essencial.” Mas, ainda assim, ela ficou preocupada. 

“Tive bastante medo de pegar covid ou gripe durante a gestação, mas já tinha tomado as vacinas antes, e durante a gestação também tomei. Fiquei mais confiante, usei máscara durante todo período, álcool gel e distanciamento. Mas, tive medo de morrer e de acontecer algo com o Gabriel”. Com o pré-natal em dia, Gabriel nasceu saudável em 30 de outubro de 2022. 

Comorbidades

A obstetra e ginecologista Larissa Flosi viveu os dois lados da moeda. “Fui gestante no pico da pandemia. Descobri que estava grávida em fevereiro [de 2020] e em março fechou tudo. A gravidez inteira passei em casa, só acompanhando as notícias e sem trabalhar, me afastei um pouco da prática para não pegar covid. A gente tinha muito medo do que de fato essa doença podia causar”, conta a médica que atua na Theia, clínica de saúde que combina atendimentos virtuais e presenciais.

A especialista relembra porque a covid tem relevância no contexto da gestação. “Além da gestante já ter uma imunidade mais baixa, ela tem algumas alterações fisiológicas da respiração, das funções pulmonares e cardiológicas que fazem com que ela fique mais suscetível a pegar doenças que possam acometer os pulmões, como a covid”.

Na prática clínica, ela recorda as comorbidades mais comuns nas gestantes no período crítico da pandemia. “A covid também tem uma gama de sintomas e de acometimentos vasculares. Essas repercussões vasculares também podem afetar a placenta e observamos isso na prática. Além dos casos de sedentarismo, hipertensão e diabetes gestacional. Uma mulher com gestação de alto risco e com covid era mais problemático ainda.”

Vacina e queda de internações

Na opinião da obstetra, o atraso da vacina contra a covid para as grávidas pode ter piorado a situação. “Não tenho nenhuma dúvida de que o atraso da vacina piorou a situação das gestantes, até porque teve uma segunda onda que foi muito intensa, em março de 2021, quando teoricamente já teríamos acesso à vacina”, disse. 

No entanto, quando observado a segurança e eficácia da vacina nas gestantes, as internações diminuíram, observou a obstetra. “Inicialmente havia um certo receio em relação a como a vacina ia se comportar para gestantes, mas depois que começou a vacinar as gestantes foi brutal a queda de internações e de desfechos graves de casos de covid”. 

Para ela, o atraso piorou a situação das gestantes socialmente vulneráveis. “Pensando em um cenário de privilégios, em que uma gestante pode se isolar, é muito diferente em um cenário de privação: essa mulher não tem acesso a uma teleconsulta, então o pré-natal também foi muito prejudicado tanto pelo atraso das vacinas, quanto pela pandemia em si. Temos estudos de que a aderência ao pré-natal nesse momento caiu muito, então é relevante pensar que se tivesse gestantes vacinadas mais precocemente com certeza teria um impacto positivo nesses desfechos”, ressalta. 

Vulnerabilidade

O estudo da Fiocruz mostra que as gestantes mais vulneráveis foram as mais afetadas. As chances de uma mulher negra, residente da zona rural e internada fora do município de residência entre os óbitos maternos foram 44%, 61% e 28% maiores em comparação ao grupo controle. Ao longo de 2020, o país registrou 549 mortes maternas por covid-19, principalmente em gestantes no segundo e terceiro trimestre.

“O excesso de óbitos teve a covid-19 não apenas como causa direta, mas inflacionou o número de mortes de mulheres que não conseguem acesso ao pré-natal e condições adequadas de realização do seu parto no país”, pondera o principal investigador do estudo, Raphael Mendonça Guimarães, pesquisador da Fiocruz.

O estudo utilizou dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) para óbitos por covid-19 nos anos de 2020 e 2021, e comparou com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade no ano de 2020 (quando já havia pandemia) e nos cinco anos anteriores, para estimar o número esperado de mortes maternas no país.

Este cenário compromete o desafio de alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030. “O atraso do início da vacinação entre as grávidas e puérperas pode ter sido decisivo na maior penalização destas mulheres", disse Guimarães.

Pré-natal

O acompanhamento médico durante os nove meses de gravidez é fundamental para melhorar e evitar problemas para a mãe e a criança e pode diminuir a mortalidade materna. “O pré-natal tem uma importância absoluta, avaliamos o histórico da mulher, qual é o cenário em que ela está inserida, quais são as medicações que usa. A gente faz um exame físico completo, ouve os sintomas, as queixas e a partir traça um plano que pode incluir medicações para profilaxia de algumas doenças. É importante que o pré-natal seja transdisciplinar, que a gestante tenha contato com as enfermeiras obstetras ou obstetrizes, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, tudo isso melhora o desfecho da gestação”, explica a obstetra Larissa Flosi. 

Embora a covid não seja mais emergência em saúde pública de importância internacional, o coronavírus ainda circula e a vacinação continua sendo fundamental, principalmente para as grávidas, ressalta a obstetra.  

“É importante que as gestantes se protejam contra a covid: usar máscara em lugares de muita aglomeração, evitar contato com pessoas doentes e se vacinar. A vacinação ajuda a reduzir a mortalidade materna. Isso também faz parte das políticas públicas, incentivar a vacinação. Para as mulheres, indico buscar um pré-natal de qualidade onde você seja ouvida e ajude-a realmente a assumir esse papel de protagonista. O pré-natal é essencial para que a gente tenha bons desfechos”, orienta a médica.

Rede Cegonha

O Ministério da Saúde implementa, em parceria com os estados e municípios, ações para o enfrentamento à mortalidade materna e infantil com o objetivo de reduzir as mortes evitáveis. Uma das principais estratégias, segundo a pasta, é a Rede Cegonha, criada em 2011 e desenvolvida para assegurar às mulheres o direito ao planejamento da gravidez e a atenção humanizada no período da gestação, parto e puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

A pasta também atua no fortalecimento das redes de serviços de atenção ao parto e, neste ano, em alusão ao mês de enfrentamento à mortalidade materna, o Ministério também aderiu aos 10 passos do Cuidado obstétrico para Redução da Morbimortalidade Materna, além de já seguir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que tem, entre as metas, a redução da mortalidade materna no Brasil até 2030.

Na capital paulista, o programa Mãe Paulistana, conduzido pela Secretaria Municipal da Saúde, atendeu mais de 500 mil mulheres nos últimos seis anos e realiza atualmente o acompanhamento de 51 mil gestantes na capital.

Entre as diretrizes do Mãe Paulistana estão a captação precoce da gestante (até a 12ª semana de gravidez), garantia de sete ou mais consultas de pré-natal e realização de exames laboratoriais e ultrassonografia. As consultas (mensais, quinzenais e semanais, de acordo com o período da gestação) permitem não apenas a detecção precoce de eventuais problemas na saúde da mulher, como hipertensão, mas também a transmissão vertical (na gestão, parto ou amamentação) de doenças como HIV/Aids, sífilis e hepatite B.

O programa ainda promove a qualificação da rede para redução da mortalidade materna e infantil; estímulo ao parto normal humanizado, com visita antecipada à maternidade de referência para o parto, grade de parto acessível; agendamento pela maternidade e garantia da consulta da puérpera e da primeira consulta do recém-nascido; bolsa e enxoval para o recém-nascido e estímulo ao aleitamento materno.

Para ingressar no programa Mãe Paulistana, a mulher com suspeita de gravidez deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima à sua residência, trabalho ou escola e realizar o teste de gravidez. Se confirmada a gestação, são pedidos alguns exames e feito o cadastro no programa. Todo o atendimento é feito mediante a apresentação do cartão SUS, obtido na própria UBS mediante a apresentação do RG e comprovante de residência.

Cientistas da Universidade McMaster, do Canadá, descobriram um novo antibiótico capaz de matar uma espécie mortal de superbactéria com a ajuda de inteligência artificial. O medicamento experimental, chamado "abaucin", passará agora por testes de segurança antes de ser utilizado em pessoas. Essa é a primeira prova de que a IA pode ser utilizada no desenvolvimento rápido de medicamentos, afirmam os pesquisadores.

As superbactérias são um desafio para a medicina. São evoluções de espécies que desenvolvem resistência aos antibióticos comumente utilizados pelos médicos e por isso exigem estudos constantes para criação de novos medicamentos.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que mais de um milhão de pessoas morrem todos os anos por infecções que resistem ao tratamento com antibióticos no mundo.

Neste estudo, os pesquisadores focaram na espécie Acinetobacter baumannii, descrita pela OMS como uma das três superbactérias mais "críticas". Capaz de captar o DNA de outras espécies de bactérias no ambiente, incluindo genes de resistência a antibióticos, ela é resistente a quase todos os antibióticos.

Jonathan Stokes, um dos responsáveis pelo estudo, descreve a superbactéria como "inimigo público número um". Isso porque, além de ser extremamente resistente, ela também é muito comum em hospitais e casas de repouso.

Geralmente, sobrevive em superfícies e equipamentos médicos e infecta feridas, causando pneumonia e levando à quadros graves de saúde.

Inteligência artificial à serviço da medicina

No estudo da universidade canadense, a inteligência artificial ajudou a reduzir milhares de produtos químicos em potencial a um conjunto que poderia ser testado em laboratório contra a superbactéria. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Chemical Biology.

Os cientistas utilizaram drogas conhecidas e com estrutura química exata em testes manuais para ver qual seria capaz de retardar ou matar a Acinetobacter baumannii. Depois, inseriram essas informações na plataforma de inteligência artificial para que ela pudesse aprender as características químicas das drogas que poderiam atacar a bactéria.

A tecnologia foi colocada para rastrear, então, uma lista de 6.680 compostos cuja eficácia era desconhecida. Em uma hora e meia, chegou a uma lista restrita de cerca de 240.

Por fim, os pesquisadores testaram as substâncias selecionadas pela inteligência artificial e encontraram nove antibióticos em potencial. Um deles, a abaucin, se demonstrou extremamente potente nos testes em laboratório: é capaz de tratar feridas infectadas em camundongos e matar amostras da superbactéria.

Os próximos passos, segundo Stokes, são aperfeiçoar o medicamento em laboratório e realizar ensaios clínicos. A expectativa é de que em 2030 o antibiótico esteja disponível para ser prescrito a pacientes.

Os testes mostraram que o abaucin não tem efeito sobre outras espécies de bactérias, apenas na Acinetobacter baumannii. A descoberta surpreendeu os cientistas da McMaster, já que muitos antibióticos matam bactérias indiscriminadamente.

O pronto positivo é que os pesquisadores acreditam que essa precisão da abaucin tornará mais difícil o surgimento de resistência da superbactéria ao medicamento e pode levar a menos efeitos colaterais.

Segundo os pesquisadores, para além da descoberta do novo antibiótico, o experimento provou que a inteligência artificial consegue acelerar massivamente a descoberta de novos medicamentos de maneira geral.

"As abordagens de inteligência artificial para a descoberta de medicamentos vieram para ficar e continuarão a ser refinadas", diz James J. Collins, professor de engenharia médica e ciência no MIT, em publicação da McMaster.

"Sabemos que os modelos algorítmicos funcionam, agora é uma questão de adotar amplamente esses métodos para descobrir novos antibióticos de maneira mais eficiente e econômica", completa o especialista.

O Ministério da Agricultura e Pecuária anunciou a suspensão da fabricação e venda da vacina Leish-Tec, contra a doença Leishmaniose. A justificativa é evitar riscos à saúde animal e humana. A decisão vale para 8 lotes da vacina e foi tomada depois de uma fiscalização que identificou a possibilidade de riscos à saúde.

As fiscalizações ocorrem em fábricas de produtos veterinários, de forma rotineira. O objetivo é verificar as práticas de fabricação, controle de qualidade e os relatos de eventos adversos enviados para os fabricantes.

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De acordo com a pasta, a empresa fabricante já iniciou o recolhimento dos lotes em questão, que são: 29, 37 43, 44 e 60, de 2022; e os lotes 004, 006 e 17 de 2023. Esses produtos apresentam teor de proteína chamada A2, abaixo do mínimo exigido.

A chamada leishmaniose visceral é uma doença animal e causa grave problema para toda a saúde pública. Essa zoonose é transmitida para animais e até humanos, através da picada de insetos fêmeas infectadas. Esses vetores são conhecidos popularmente como “mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui”, entre outros. No Brasil, as transmissões mais comuns ocorrem com os mosquitos-palha.

Estudo realizado por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revela que há menos internações hospitalares por doenças respiratórias em municípios com mais áreas verdes. A pesquisa, que envolveu ciência de dados, usou bases de informações públicas como o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (Datasus), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Secretaria Nacional de Trânsito e o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná.

O objetivo do trabalho era avaliar como a infraestrutura verde urbana (IVU), composta por praças, parques, jardins planejados, fragmentos florestais, reservas florestais urbanas, bosques e arborização, impacta na saúde da população.

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“Combinamos várias informações e fizemos um estudo que envolve aplicação de ciências de dados, realizando, primeiro, uma análise multivariada de tais dados e, depois, análise de padrão. E chegamos à conclusão com base nesses estudos”, disse à Agência Brasil a engenheira civil Luciene Pimentel, professora do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da PUCPR e uma das autoras da pesquisa.

A pesquisa usou também dados censitários, porque o estudo, que envolvia somente a questão das internações por doenças respiratórias, analisou também indicadores de pobreza. “Encontramos resultados interessantes nesse sentido. Na verdade, os municípios que têm índices de pobreza mais altos também apresentam mais internações hospitalares na comparação com municípios em que os índices são menores.”

A pesquisa envolveu 397 dos 399 municípios paranaenses, porque dois apresentavam falhas de dados. As informações foram coletadas em 2021 e 2022, sendo os resultados divulgados agora. Artigo referente ao estudo, intitulado Ecosystems services and green infrastructure for respiratory health protection: A data science approach for Paraná, Brazil (Serviços ecossistêmicos e infraestrutura verde para a proteção da saúde respiratória: Uma abordagem de ciência de dados para o Paraná, Brasil, em tradução livre), foi publicado na liga internacional de revistas científicas MDPI e pode ser acessado na íntegra neste link.

O estudo é assinado por Luciene Pimentel e pelos professores Edilberto Nunes de Moura e Fábio Teodoro de Souza, da PUCPR, e pelo doutorando da mesma universidade Murilo Noli da Fonseca.

Importância

Luciene salientou a importância do resultado, porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) reporta 4 milhões de mortes anuais por doenças respiratórias, das quais 40% são por doenças pulmonares obstrutivas crônicas. “O mundo inteiro está muito preocupado com essa situação.”

Ainda de acordo com a OMS, 99% da população mundial respiram ar que excede os limites de qualidade recomendados. Além de inúmeros problemas de saúde, a poluição atmosférica causa 7 milhões de mortes anuais em todo o mundo.

Luciene ressaltou a existência de uma dúvida na literatura científica sobre até que ponto a vegetação realmente contribui para diminuir a poluição do ar, tendo em vista que as doenças respiratórias são fortemente conectadas com esse problema nas áreas urbanas, ou se a forma como se dispõe a vegetação urbana pode até piorar a saúde respiratória pela dispersão de pólen.

A professora disse acreditar que os resultados do estudo podem subsidiar políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e a gestão da saúde urbana. A redução das taxas de internações por doenças respiratórias traz acoplada a redução dos custos com hospitalizações por agravos de saúde e outras infecções, podendo contribuir ainda para a queda das faltas ao trabalho e à escola.

Continuidade

A equipe de pesquisadores pretende dar continuidade agora ao estudo envolvendo a capital paranaense, Curitiba, em escala intraurbana, e não mais municipal, com participação da rede de pesquisa Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação, financiada pela Fundação Araucária, no âmbito de emergências climáticas. Será medida, por exemplo, a distribuição de pólen na cidade. De acordo com Luciene, as medições serão usadas para analisar dados em uma escala mais detalhada.

“O que estamos querendo fazer agora é começar a olhar por tipologia de doenças respiratórias, como a asma, por exemplo, que tem aumentado muito no mundo. A asma é uma doença que preocupa. Na faixa de crianças, que interessa à nossa pesquisa, a doença vai comprometer a vida adulta. Asma não tem cura, é doença crônica. A pessoa vai depender de remédios o tempo todo. Enquanto crianças, faltam à escola por causa da doença; os pais faltam ao trabalho”, disse Luciene.

As doenças respiratórias têm sinais diferentes. Daí a razão de o estudo continuar, no sentido de esmiuçar os detalhes. O objetivo dos pesquisadores, mais adiante, é estender a pesquisa para outros estados do país. “A ideia é termos uma pesquisa nacional.”

O Dia Nacional do Café, no Brasil, é comemorado todos os anos em 24 de maio, data importante para lembrar que o consumo do tradicional cafezinho e dos suplementos de cafeína deve ser visto com algumas ressalvas. Os efeitos da bebida para a saúde podem ser muito positivos, mas é necessário limite, pois seu uso excessivo gera efeitos colaterais prejudiciais. 

“Além de ser saboroso e rico em antioxidantes, vitaminas e minerais, o café melhora a concentração, a atenção, memória, aprendizado e o humor, devido ao efeito estimulante", ressalta a nutricionista Karen Dantas.

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Ela informa mais razões para ter na sua mesa essa bebida popular. “Estudos apontam que o café é um grande aliado na luta contra algumas enfermidades, como a diabetes tipo 2, Parkinson, Alzheimer e na redução de doenças crônicas. Algumas das propriedades do café incluem, além da presença de cafeína, antioxidantes, como o ácido clorogênico e nutrientes como magnésio e vitamina B3.”, salientou. 

A nutricionista destaca também que a bebida aumenta a energia, auxiliando, inclusive, na prática de esportes. “Melhora o desempenho físico e a disposição, além de poder ser apreciado em diversas ocasiões, como reuniões com amigos ou no trabalho, trazendo prazer e satisfação”, enfatiza a especialista, que também é professora do curso de Nutrição da UniFTC Juazeiro. 

Quantidade segura da cafeína

Karen completa dizendo que não existe problema tomar café todos os dias, mas é necessário, em alguns casos, limitar o consumo.

“O excesso, como para todos os alimentos, é prejudicial. Mulheres grávidas ou que amamentam, crianças e pessoas sensíveis à cafeína devem beber em equilíbrio. O café não é a única fonte de cafeína. Outras bebidas e alimentos também podem contribuir para o consumo diário”. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) preconiza que os suplementos de cafeína devem ser utilizados com cautela e sempre com acompanhamento de um profissional de saúde, pois o uso excessivo pode causar efeitos adversos à saúde.

De acordo com a Anvisa,o limite de uso seguro recomendado de cafeína varia de pessoa para pessoa, mas a maioria dos adultos pode consumir até 400 miligramas por dia, o que equivale a cerca de 4 xícaras de café, a depender do modo de preparo. 

As crianças (a partir de 2 anos) e adolescentes, 100 mg de cafeína (1 xícara), gestantes e lactantes, 200 mg ( 2 xícaras) e sensíveis ao composto químico, de 100 a 200 mg. 

Por outro lado, abusar do café pode causar problemas para a saúde. “A ingestão superior geralmente causa efeitos colaterais como ansiedade, irritabilidade, insônia, e aumento da frequência cardíaca. Para saber se o café está fazendo mal, observe se a bebida está causando dores de cabeça, desconforto gastrointestinal e aumento da pressão arterial”, explicou a professora da faculdade em Juazeiro, Karen Dantas.       

Curiosidades 

O café é a segunda bebida mais consumida no mundo, depois da água. O Brasil é o maior produtor mundial, além disso, o produto é uma importante fonte de emprego e renda em muitos países, e existe uma ampla variedade de métodos de preparo e tipos de grãos de café.

*Da assessoria 

O Instituto Butantan, em São Paulo, começou a desenvolver uma vacina contra a gripe aviária. Segundo o instituto, os testes estão sendo realizados com cepas vacinais que foram cedidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o primeiro lote já está pronto para o início dos testes pré-clínicos, ou seja, testes em laboratório.

O Butantan informou que a vacina começou a ser desenvolvida devido à preocupação de que ela possa se tornar uma nova pandemia. “A gripe aviária tem o potencial de causar nova pandemia, daí a mobilização da instituição, que se iniciou em janeiro deste ano”, disse o instituto, em nota. 

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O processo de desenvolvimento de uma vacina é demorado e feito em diversas etapas. Após o estágio da realização dos testes pré-clínicos, que vão demonstrar a segurança e o potencial da vacina, são realizados os testes clínicos em humanos, que é a etapa mais longa. Na fase clínica, que necessita de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser realizada, são analisadas a segurança, a eficiência e a eficácia da vacina. Caso a vacina tenha um bom desempenho na fase clínica, ela é submetida a um registro pela Anvisa e só então poderá ser aplicada na população. 

A influenza aviária (H1N5), também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa. A transmissão da doença ocorre pelo contato com aves doentes, vivas ou mortas. O vírus não infecta humanos com facilidade, mas o aumento de casos recentemente deixou as autoridades sanitárias do mundo todo em alerta.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), as infecções deste vírus em humanos têm sido pouco frequentes. Mas sempre que o vírus da gripe aviária circula entre as aves, como alertou o Ministério da Agricultura do Brasil na semana passada, quando confirmou os primeiros casos de gripe aviária em animais no país, há um risco de casos humanos esporádicos.

Em humanos, a gripe aviária pode ser grave, com alta taxa de mortalidade. Ainda segundo o Ministério da Saúde, a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada, ou seja, por enquanto, o vírus não se espalha facilmente de pessoa para pessoa.

Neste final de semana, o Ministério da Saúde descartou a suspeita de gripe aviária que teria acometido um funcionário do Parque da Fazendinha, no Espírito Santo. No local, foi encontrada uma ave com a doença.

No dia 6 de junho, a Central do Voluntariado de Guarulhos (CVG) promoverá uma campanha para doação de sangue, na Subsecretaria da Juventude (Gopoúva), das 9h às 15h. Serão disponibilizadas 90 vagas e as inscrições vão até 5 de junho no link: bit.ly/DoeSangue6junhoGru.

É necessário chegar ao local, com 10 minutos de antecedência do horário agendado - o tempo de tolerância para atrasos é o mesmo. Caso a pessoa não consiga comparecer no horário, fica sujeita à encaixe e disponibilidade de vaga para realizar a doação.

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A Central do Voluntariado faz parte da Subsecretaria da Juventude, integrante da Secretaria de Direitos Humanos de Guarulhos. O programa da administração visa  conciliar e integrar as pessoas que desejam ser voluntárias, junto aos órgãos e instituições.

Os requisitos para a doação de sangue são: 

ter de 16 a 69 anos: sendo que a primeira doação deve ter sido feita antes dos 60 anos. Menores de idade devem estar acompanhados de responsáveis legais, com autorização formal por escrito; 

levar documento oficial com foto: RG, CNH, Carteira de Trabalho) físicos ou digitais. Fotos, prints, xerox não serão aceitos;

Peso: igual ou superior a 50 kg;

Respeitar o intervalo mínimo entre doações: 60 dias para homens e 90 dias para mulheres. Não ultrapassar o limite de quatro doações em um ano para homens e de três para mulheres;

Estar alimentado: No período da manhã, a doação pode ser realizada 30 minutos após o café da manhã. Já no período da tarde: a doação pode ser feita depois de uma e 30 minutos do almoço. A alimentação deve ter baixo teor calórico, para não criar placas de gordura na bolsa de sangue coletada;

Ter dormido pelo menos seis horas nas últimas 24 horas;

Não ter hepatite após 11 anos de idade;

Estar em boas condições de saúde;

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

- Vacina da Gripe: Poderá efetuar a doação após três dias;

- Vacina do Sarampo: Poderá efetuar a doação após 30 dias;

- Vacina de Hepatite: Poderá efetuar a doação após dois dias;

- Sintomas: Gripe, resfriado, febre ou diarreia, aguardar sete dias após o desaparecimento dos sintomas;

- Período gestacional, durante a amamentação e após a criança completar um ano;

- Extração dentária, será avaliado na triagem clínica;

- Exames de endoscopia, colonoscopia, nasofibroscopia, aguardar por seis meses;

- Covid-19: aguardar após 30 dias, com alta médica e cura. Caso haja contato com alguém que positivou, aguardar no período de 15 dias;

- Ter sido exposto a situações de risco acrescido para infecções sexualmente transmissíveis, aguardar 12 meses após a exposição;

- Ter tido episódios de crise convulsiva ou epilepsia, não poderá doar definitivamente;

- Uso de medicação contínua: será avaliado na triagem clínica;

- Transfusão de sangue, aguardar por um ano;

- Tatuagem, micropigmentação e piercing nos últimos seis meses: piercing em cavidade oral ou região genital impedem a doação. Só é permitido doar um ano após a retirada;

Serviço - Campanha de Doação de Sangue na CVG

Data: 6 de junho de 2023

Horário: 9h às 15h

Local: Subsecretaria da Juventude de Guarulhos

Endereço: Rua Guarulhos, número 22 - Gopoúva, Guarulhos/SP

Inscrições online: https://www.sympla.com.br/evento/doacao-de-sangue-subsecretaria-da-juventude/1992893

Pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), intitulada Levantamento da Adequação de Crianças e Adolescentes Brasileiros às Diretrizes do Movimento 24 Horas Antes e Durante a Pandemia da Covid-19, mostra impacto significativo das restrições da pandemia na redução da atividade física e no aumento do tempo de tela de crianças e adolescentes brasileiros.

O estudo foi feito com 525 crianças e adolescentes até 18 anos de idade de diferentes regiões do Brasil, sendo realizado por meio de um formulário de entrevista digital que inluiu características sociodemográficas das famílias, atividade física moderada a vigorosa, tempo recreativo de tela e duração do sono antes e durante a pandemia. 

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Os pesquisadores do IFF/Fiocruz, Natália Molleri, Saint Clair Gomes Jr, Daniele Marano e Andrea Zin investigaram a adequação a estes hábitos durante a pandemia da covid-19.

“A quantidade de atividade física moderada a vigorosa, tempo de tela recreativo (televisão, celular, computador, notebook ou tablet) e a duração adequada do sono têm reconhecida importância para a saúde de crianças e adolescentes, mostrando associações positivas com o desenvolvimento motor, condicionamento físico, redução da adiposidade (excesso de gordura no organismo) e melhora no condicionamento cardiometabólico. Ainda assim, poucos estudos avaliaram a adequação a estes hábitos em países de baixa e média renda”, informou, em nota, a terapeuta ocupacional do Instituto, Natália Molleri.

Segunda a pesquisadora, as medidas de isolamento social contribuíram para a redução da atividade física. A proporção de famílias que faziam essa adequação baixou de 61,43% antes da pandemia para 38,57% durante a pandemia. Também foi menor a correta adequação do tempo de tela recreativo entre crianças e adolescentes brasileiros, que antes era feita por 67,22% das famílias e reduziu para 27,27%, na pandemia.

“Portanto, enquanto Instituto Nacional, exercemos papel essencial na educação quanto à importância da atividade física, redução do uso de telas e tempo de sono adequado de acordo com a faixa etária”, explicou Natália.

Uma das pesquisadoras responsáveis pelo levantamento, Andrea Zin, disse que as crianças já estavam dormindo menos, se exercitando menos e estavam muito tempo em frente à tela antes da pandemia. Segundo ela, com as aulas remotas, aumentou muito o tempo de tela à frente do computador e do celular e cresceu o sedentarismo decorrente do confinamento. “A pergunta é: até que ponto a gente conseguiu voltar à normalidade dessas atividades?”. 

Vila Olímpica da Gamboa

A Vila Olímpica da Gamboa, na região central do Rio, vinculada à Secretaria Municipal de Esportes, atende a cerca de 800 crianças e adolescentes a partir de 2 anos com aulas de natação, skate, judô, futebol, futsal, basquete e balé. 

O coordenador técnico da vila olímpica e professor de educação física, Luciano Machado Barros, observou que, na volta às atividades após o período do isolamento social da pandemia, muitas crianças estavam com sobrepeso e com dificuldades de interação social. 

“Elas estavam com nível de paciência menor, com dificuldade de lidar com os coleguinhas e com o professor. O esporte, além de trazer benefícios motores e de prevenção a doenças, engloba as questões sociais, porque envolve convívio social e melhora da autoestima”, disse.

Referência na produção de Primaquina 15 mg, medicamento para malária em adultos, reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2020, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tornou-se este ano referência também para o medicamento Primaquina 5mg, voltado para o público adulto e pediátrico a partir de 6 meses de idade.

O reconhecimento ocorreu em fevereiro, mas a informação foi divulgada nesta sexta-feira (19) pela Fiocruz. A tecnologista em saúde pública e chefe do Departamento de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos/Fiocruz, Juliana Johansson, disse à Agência Brasil que o instituto já vem suprindo o Ministério da Saúde com a Primaquina de 15mg e de 5mg.

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“A distribuição da Primaquina 5mg começou no mês de fevereiro de 2023 e a de 15mg a gente distribui desde 2022. Com isso, a gente garante que o país tenha autonomia no tratamento da malária.”

Os próximos passos são Farmanguinhos continuar recebendo as demandas do Ministério da Saúde para fornecimento ao Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM). Os estudos para a Primaquina 5mg foram iniciados em 2014, junto com o desenvolvimento da Primaquina 15mg. “Foi um projeto bastante complexo do ponto de vista tecnológico e bem-sucedido, porque a gente conseguiu agora ter o registro na Anvisa e virar um medicamento de referência”, destacou a tecnologista.

Laboratórios

Juliana esclareceu que, a partir da entrada do medicamento produzido por Farmanguinhos na lista da Anvisa, qualquer laboratório que pretenda registrar ou regularizar seu produto perante o órgão deverá comprovar a intercambialidade com o produto do instituto, por meio de estudo de bioequivalência. Ser um medicamento de referência significa que o instituto teve a qualidade assegurada pela agência reguladora e que foram demonstradas as provas de eficácia, de segurança, estabilidade do medicamento, garantindo a segurança do paciente e a efetividade do tratamento. 

“A gente virou um patamar de qualidade a ser atingido. É um parâmetro, é um exemplo, um modelo do que deve ser atingido em termos de qualidade”. Os laboratórios terão que comprovar perante a Anvisa similaridade, equivalência farmacêutica em relação ao medicamento de Farmanguinhos. “Demonstrar que eles têm o mesmo comportamento que o nosso medicamento”, disse Juliana Johansson. 

Malária

Na América do Sul, o Brasil é o país que tem maior número de casos de malária. Em boletim epidemiológico publicado em abril de 2023, o Ministério da Saúde informou que, em 2021, 193 mil casos da doença foram registrados no Brasil, com  58 mortes. Em 2022, foram 129 mil casos e 50 óbitos. Dados preliminares da pasta mostram que, nos dois primeiros meses de 2023, já foram registrados 21.273 casos, crescimento de 12,2% em relação a igual período do ano passado.

A chefe do Departamento de Gestão de Desenvolvimento Tecnológico de Farmanguinhos/Fiocruz, Juliana Johansson, destacou que a doença infecciosa acomete de maneira igual adultos e crianças e é transmitida pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego). O agente causador da doença é um protozoário do gênero Plasmodium. Esses mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer.

Segundo a Fiocruz, os sintomas da malária são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Há pessoas que, antes de apresentar tais manifestações, sentem náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. A malária também é conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre. O Ministério da Saúde adverte que a malária é uma doença que tem cura e tem tratamento eficaz, simples e gratuito. A pasta destaca, contudo, que a doença pode evoluir para suas formas graves e até para óbito se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.

Portfólio

Além das primaquinas, Farmanguinhos aparece na lista da Anvisa como referência para outros medicamentos, separados em grupos que contenham um único insumo farmacêutico ativo (grupo A) e medicamentos que contenham dois ou mais insumos farmacêuticos ativos em uma única forma farmacêutica (grupo B). Na lista A, por exemplo, são encontrados a Nevirapina 200 mg, Zidovudina 100 mg e Efavirenz 600 mg, para o tratamento de HIV/aids e os tuberculostáticos Etionamida 250 mg e Isoniazida 100 mg. Já na lista B, aparece a Isoniazida + Rifampicina 150 mg + 300 mg, para o tratamento de tuberculose.

Um estudo publicado no Reino Unido destacou, nesta quinta-feira (18), que cientistas identificaram fungos e bactérias comedores de plásticos nos pântanos salgados da China, uma possível nova arma na luta contra os resíduos.

Os pesquisadores identificaram "fungos e bactérias que degradam o plástico nos pântanos costeiros de Jiangsu", no leste da China, afirma um comunicado do Jardim Botânico britânico Kew Gardens.

De acordo com o Kew Gardens, seus cientistas encontraram "um total de 184 espécies de fungos e 55 espécies de bactérias capazes de decompor" diferentes tipos de plásticos.

As amostras foram coletadas pelos profissionais do Kew Gardens em maio de 2021, em Dafeng, no leste da China, um local incluído na lista de Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Um pântano na China. Foto: Pixabay

O material coletado confirmou a presença de uma "plastífera" terrestre – um ecossistema ainda pouco conhecido dos dejetos plásticos na costa.

O Jardim Botânico britânico destacou que "os cientistas estão cada vez mais interessados em micro-organismos, como fungos e bactérias, para enfrentar alguns dos desafios mais urgentes da era moderna, incluindo a crescente onda de poluição por plásticos".

Estudos anteriores já haviam reconhecido o potencial dos micro-organismos para combater a poluição por plásticos.

Até o momento, foram identificadas "436 espécies de fungos e bactérias capazes de decompor o plástico", afirma a instituição.

"Os cientistas do Kew e seus parceiros acreditam que suas últimas descobertas podem levar ao desenvolvimento de enzimas eficazes projetadas para decompor biologicamente os resíduos plásticos", acrescenta.

O estudo é publicado duas semanas antes de negociações em Paris, as quais devem culminar em um tratado internacional juridicamente vinculante contra a poluição por plástico até o final de 2024

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em 2019, foram produzidas 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos em todo o mundo. Deste total, 22% acabaram em lixões ilegais, foram queimados a céu aberto, ou descartados na natureza.

E, de acordo com o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a quantidade total de plástico nos oceanos aumentou 50% nos últimos cinco anos, apesar de as políticas nacionais de combate terem aumentado 60%.

Consumo excessivo de industrializados, bebidas alcoólicas, obesidade, tabagismo e não praticar exercícios físicos são fatores de risco para o desenvolvimento de câncer. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados 704 mil novos diagnósticos de cânceres a cada ano do triênio de 2023 a 2025 - uma soma que resultará em mais de 2 milhões de novos casos da doença ao longo desses 36 meses. O mais recente estudo do INCA levou em conta mais de 21 tipos de cânceres, considerando, pela primeira vez, também os tumores de pâncreas e fígado.

Entre os mais comuns no Brasil, o câncer de pele do tipo não melanoma fica na liderança. No topo do ranking de incidência no país, aparecem ainda os tumores de mama, próstata, pulmão e intestino, estes dois últimos com fatores de risco altamente evitáveis, ligados a hábitos de vida pouco saudáveis. Em Pernambuco, o ranking é parecido. Depois do câncer de pele não melanoma, o de próstata é o mais recorrente, sendo seguido por câncer de mama, pulmão e cólon e reto. 

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Apesar do cenário exigir atenção da população e dos órgãos de saúde, é preciso reforçar que o acompanhamento médico periódico e realização de exames de rotina para detecção precoce do câncer, aliados às novas frentes avançadas de tratamento da doença, são a chave para que os índices de incidência não levem também ao aumento das taxas de letalidade. “Precisamos estimular a conscientização da população em geral sobre a detecção precoce de tumores. Quanto mais cedo descoberta a doença, melhor o prognóstico, com resultados positivos às terapias e maiores chances de cura”, diz Carlos Gil Ferreira, diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Abaixo, confira as principais informações sobre os 5 tipos de câncer mais comuns no Brasil:

Pele não-melanoma

O principal sinal do câncer de pele não melanoma é o surgimento de marcas ou “lesões” na pele como, manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram, além de feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Ao notar essas alterações, é importante passar por uma consulta com um médico para esta avaliação, de preferência um dermatologista. Além disso, existem sintomas de quando a doença está mais avançada. “Quando o tumor está com metástase, sinais como nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abdominais e de cabeça podem aparecer”, afirma o oncologista Diogo Sales, da Multihemo Oncoclínicas.

Indivíduos de pele clara, cabelos claros ou ruivos, com sardas e olhos claros são mais propensos a desenvolver tumores de pele. A idade é um fator que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao sol, maiores os sinais da exposição crônica da pele, aumentando também a possibilidade de surgimento do câncer não-melanoma. Ainda assim, independente da cor de pele, idade e período do ano, a regra vale para toda a população: use sempre protetor solar, proteja o couro cabeludo com chapéus e use óculos de sol com proteção contra raios UV.

“A análise clínica da mudança nas características de possíveis alterações na pele é de extrema importância e o dermatologista tem o papel de orientar para uma proteção adequada e para avaliar os possíveis riscos que os raios solares podem causar na pele”, diz Rodrigo Perez Pereira, oncologista e líder da especialidade de tumores de pele do Grupo Oncoclínicas.

Uma vez diagnosticado o câncer de pele não melanoma, o médico especialista poderá considerar diferentes opções de tratamento, que serão discutidas e individualizadas para cada paciente. Na maioria dos casos, a cirurgia é a principal terapia recomendada e permite um controle adequado das lesões. Segundo o oncologista, o câncer de pele não melanoma apresenta alto percentual de cura se detectado e tratado precocemente. 

“Apesar dos baixos índices de letalidade pela doença, vale lembrar que o diagnóstico tardio pode levar a perdas funcionais, além de afetar amplamente a qualidade de vida do paciente. A melhor estratégia no combate ao câncer de pele não melanoma é atentar para os cuidados com a exposição contínua ao sol, sempre com a devida proteção. Não existe exposição ao sol 100% segura”, sintetiza. 

Mama

O câncer de mama pode apresentar sintomas que são percebidos no auto exame realizado pela própria mulher ou nas consultas de rotina com o médico ginecologista/mastologista. Na maioria dos casos, os sintomas observados são: nódulo ou caroço fixo e geralmente indolor (presente em cerca de 90% dos casos em que o câncer é percebido pela própria pessoa); vermelhidão na pele da mama acompanhada de retração e aparência de casca de laranja; alterações no mamilo, como retrações ou inversão;  pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido espontâneo e anormal dos mamilos, inclusive líquido sanguinolento.

É essencial lembrar, contudo, que na maioria dos casos os tumores começam a se desenvolver muito antes de se tornarem palpáveis ou apresentarem esses sinais - situação ideal para o diagnóstico. “Uma rotina de acompanhamento médico e realização de exames periódicos, em especial a mamografia anual em mulheres a partir dos 40 anos - exame de imagem na qual a mama é comprimida permite que sejam identificados tumores menores que 1 cm e lesões em início - são determinantes para a descoberta do câncer de mama logo no início. O diagnóstico precoce do câncer de mama, associado ao tratamento adequado”, explica Max Mano, oncologista e líder da especialidade de tumores de mama do Grupo Oncoclínicas.

O tratamento do câncer de mama depende da fase da doença (estadiamento), do tipo molecular do tumor e das condições clínicas do paciente (como idade, doenças preexistentes, se já passou pela menopausa - no caso de mulheres). Entre os procedimentos, pode ser recomendado cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia de bloqueio hormonal, terapia biológica (ou terapia alvo) e  imunoterapia.

“As chances de cura chegam a 95% ou mais quando o tumor é descoberto no início, sendo o tratamento, em geral, menos agressivo que melhora, em muito, a qualidade de vida durante e após o tratamento da doença. Por isso, a principal recomendação é que as mulheres não deixem de realizar os exames de rastreamento periódico, essenciais para a identificação de possíveis tumores, e mantenham uma rotina de acompanhamento médico. A qualquer sinal de alteração nas mamas, não deixe de buscar orientação especializada”, frisa Max Mano.

Próstata

Na fase inicial da doença, pelo fato dos sintomas serem silenciosos, o câncer de próstata é de difícil diagnóstico. A maioria dos pacientes apresentam indícios apenas nas fases mais avançadas da doença.

Quando aparentes, os primeiros sintomas que são detectados no câncer de próstata podem ser semelhantes ao crescimento benigno da glândula como dificuldade para urinar seguida de dor ou ardor, gotejamento prolongado no final, frequência urinária aumentada durante o dia ou à noite. Em fases mais avançadas da doença, é possível a presença de sangue no sêmen e impotência sexual, além de sintomas decorrentes da disseminação para outros órgãos, tal como dor óssea nos casos de metástases ósseas.

“Por apresentar sintomas mais evidentes nas fases mais avançadas, é recomendável que homens a partir de 50 anos, ou 45 anos para quem tem histórico da doença na família, façam anualmente o exame clínico (toque retal) e a medição do antígeno prostático específico (PSA) para rastrear possíveis alterações que indiquem aparecimento da doença”, recomenda Denis Jardim, oncologista especialista em tumores urológicos do Grupo Oncoclínicas.

Quando há suspeita da doença, é indicada uma biópsia através de ultrassonografia transretal para a confirmação do diagnóstico. “E aqui vale mais um lembrete: casos familiares de pai ou irmão com câncer de próstata, antes dos 60 anos de idade, podem aumentar o risco em 3 a 10 vezes em relação à população em geral. Por isso, é preciso que os homens estejam alerta e não deixem de realizar os exames de rastreamento rotineiramente, conforme orientação médica”, alerta o médico.

O tipo de tratamento dependerá do estágio e da agressividade em que a doença se encontra. Cirurgia,  radioterapia associada ou não a bloqueio hormonal e a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) podem ser realizadas com boas taxas de resposta positiva. Há ainda situações em que podem ser adotados quimioterapia, uso de medicamentos que controlam os hormônios por via oral e também uma nova classe de remédios que são conhecidas como radioisótopos - partículas que se ligam em locais que se encontram acometidos pela doença, emitindo doses pequenas de radiação nestes locais.

Quando feito o diagnóstico precoce, as chances de cura podem passar de 90%, além de permitir a adoção de tratamentos menos invasivos e evitar que o paciente tenha outros impactos à saúde em geral. “É importante ressaltar que nem todos os pacientes diagnosticados com câncer de próstata necessitam de tratamento. A vigilância ativa poupa os pacientes de possíveis efeitos colaterais do tratamento cirúrgico ou radioterápico, e é segura para pacientes bem selecionados”, reforça Denis Jardim.

Colorretal

O tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso: no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região (lesões benignas que crescem na parede interna do intestino) que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, podendo se tornar o câncer.

“Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, o que consequentemente representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes dessa condição. Como resultado, mais de 80% dos casos de câncer colorretal acontecem a partir dos 50 anos, o que explica este limite de idade como critério para início do rastreio ativo, por meio dos exames de colonoscopia, principal forma de diagnóstico e prevenção”, comenta Alexandre Jácome, oncologista e líder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas.

O câncer colorretal pode ser uma doença silenciosa e não causar sintomas imediatos. Mas, quando presentes, podem incluir: alteração nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, que perdura por alguns dias;  mesmo após a evacuação, não há sensação de alívio, parecendo que nem todo conteúdo fecal foi eliminado (sintoma especialmente sugestivo nos casos de câncer de reto); sangramento retal (o sangue costuma ser bem vermelho e brilhante); presença de sangue nas fezes, tornando a sua coloração marrom escuro ou preta; cólica ou dor abdominal; sensação de fadiga e fraqueza; e perda de peso sem motivo aparente.

“É importante ressaltar que muitos desses sintomas podem ser causados por outras condições que não sejam câncer colorretal, como infecção, hemorroida ou síndrome do Intestino Irritável. Por isso a importância de, ao primeiro sinal de anormalidade, buscar por uma avaliação médica”, aconselha o médico.

Ele destaca ainda que pessoas com histórico pessoal de pólipos ou de doença inflamatória intestinal, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, bem como registros familiares de câncer colorretal em um ou mais parentes de primeiro grau, principalmente se diagnosticado antes de 45 anos, devem ter atenção redobrada e realizar controles periódicos antes da idade base indicada para a população em geral.

Entre as alternativas de conduta para tratar o câncer colorretal estão cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e/ou terapias-alvo, indicados de acordo com o estágio da doença. “Felizmente, o câncer colorretal conta com um arsenal importante de alternativas terapêuticas e possui altas chances de cura na grande maioria dos casos. No entanto, é muito importante que a doença seja diagnosticada o quanto antes através dos exames de rotina, o que se reflete diretamente nas taxas de sucesso do tratamento”, enfatiza Alexandre Jácome.

Pulmão

Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o hábito de fumar está ligado a 90% dos casos de câncer de pulmão. Por isso, as pessoas que fumam ou fumaram durante longos períodos da vida possuem um risco aumentado para a doença. 

“De forma geral, a grande maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresentam sintomas ligados ao aparelho respiratório. É importante ficar em alerta caso haja tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza, escarro com sangue, dor óssea, cefaléia, rouquidão, pneumonia recorrente ou bronquite; efusão pleural (acúmulo anormal de líquido na pleura); e alteração do ritmo habitual da tosse em fumantes, em que as crises acontecem em horários incomuns”, sintetiza Mariana Laloni, oncologista especialista em tumores torácicos do Grupo Oncoclínicas

A atenção a esses sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico da doença o quanto antes, mas, importante reforçar, embora possam surgir no começo do desenvolvimento do tumor, os sintomas do câncer de pulmão geralmente não ocorrem até que a doença já tenha atingido um estágio avançado, o que reduz as chances de cura e compromete a qualidade de vida do paciente.

“Para os pacientes com suspeita de câncer de pulmão, o médico poderá solicitar alguns dos exames, como tomografia de tórax e biópsia. Se o câncer realmente for diagnosticado, o médico irá solicitar novos exames para determinar o estágio em que ele se encontra, o que será útil na escolha do tratamento. É essencial que cada caso seja avaliado individualmente, abrindo a possibilidade de se identificar tais particularidades”, diz a médica.

As terapêuticas recomendadas variam de acordo com cada caso, mas podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e/ou imunoterapia. Atualmente, com o avanço das pesquisas científicas, já é possível também identificar mutações específicas responsáveis pelo crescimento do tumor, tornando viável a indicação de droga-alvo moleculares como alternativa para tratar a doença de forma ainda mais precisa sempre que possível.

Assim como outros tipos de câncer, se descoberto em fase inicial há chances amplas de cura. Como esse é , contudo, um tumor que avança silenciosamente, quando os primeiros sinais mencionados anteriormente surgem, a doença tende a estar já em estágio avançado. A grande maioria dos casos, em torno de 70%, são diagnosticados já em fase metastática, quando o câncer já avançou para outros órgãos, reduzindo as chances de cura para em torno de 5%.

“Por isso, o foco na conscientização para as formas de prevenção ao câncer de pulmão segue sendo a melhor alternativa. Para ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento da doença, é primordial ressaltar uma medida simples: não começar a fumar ou, se já for fumante, parar o quanto antes”, recomenda Mariana Laloni.

Da assessoria

Com o aumento dos casos de viroses e síndromes respiratórias e gripais em crianças nessa época do ano, os cuidados dos pais e responsáveis devem ser redobrados para evitar a contaminação. Um exemplo desse crescimento, é o vírus sincicial respiratório (VSR) que esteve presente em 30% dos casos de doenças respiratórias registradas no país entre janeiro e março de 2023. No total, foram mais de 3,3 mil infecções computadas - dessas, 95% atingiram apenas bebês e crianças de 0 a 4 anos.

O vírus conhecido por ser o "vilão" da temporada das estações outono e inverno, aparecia pouco nos meses em que as temperaturas são mais elevadas, mas o comportamento mudou nos últimos anos. Os dados do Ministério da Saúde, coletados e monitorados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostram uma mudança de padrão na circulação do VSR, um vírus bastante perigoso e transmissível. Em 2022, ele foi responsável por infectar 13.542 crianças.

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Atenção para os grupos de risco

Grupos de risco, como bebês, crianças, idosos e portadores de distúrbios cardíacos congênitos ou doenças pulmonares crônicas, podem sofrer com a forma mais grave do vírus. ele pode evoluir e atingir alvéolos, brônquios e pulmões, o que pode ser fatal. Entre os sinais, estão muita tosse, febre alta e, principalmente, dificuldades do paciente em respirar.

Bronquiolite

Em casos graves, o vírus causa bronquiolite, uma inflamação dos bronquíolos, que são pequenas ramificações dos canais que levam ar para os pulmões. Além disso, o VSR ocasiona pneumonias, que são infecções no órgão, devido a penetração de um agente infeccioso. Vale ressaltar, que a pneumonia também pode ser causada por outros vírus, bactérias, fungos e por reações alérgicas. Os principais tipos da doença são os que mais acometem crianças.

Pneumonia

A pneumonia viral normalmente começa como um resfriado, e ao longo dos dias, vai evoluindo. A criança pode ter febre acima de 38,5 graus, persistência da tosse, além de respiração rápida e curta. Já na bacteriana, os sintomas surgem com mais rapidez. Febre alta, acima de 39 graus, respiração curta e ofegante, tosse, são os sintomas mais comuns. A perda de apetite e a falta de energia também são marcas registradas da pneumonia, mas é sinal de alerta o fato de a criança continuar prostrada e inerte mesmo depois de controlada a febre. Com a apresentação desses sintomas, os pais precisam procurar a unidade hospitalar mais próximas da residência.

Covid-19

Outra doença que ainda preocupa, é a Covid-19. Nas crianças, os sintomas do coronavírus que requerem atenção médica com urgência incluem dificuldade para respirar, respiração rápida ou superficial, grunhidos e incapacidade dos recém-nascidos de mamar. Os pequenos também podem apresentar lábios ou rosto azuis, incapacidade de despertar, confusão mental, falta de interação, incapacidade de ingerir líquidos e fortes dores na região do estômago. Os médicos também já registraram relatos de erupções ou outros sintomas cutâneos. Comorbidades, podem agravar os sintomas da doença.

Em entrevista ao LeiaJá, o médico infectologista Nayro Ferreira, falou sobre o aumento das internações devido essas doenças neste primeiro semestre de 2023, e sobre os sintomas. ''O número de casos de gripe por influenza ou vírus sincicial respiratório em crianças tem assustado. Os sintomas são os mais diversos possíveis, desde tosse, febre, coriza, falta de ar, queda do estado geral e bastante espirro'', pontuou.

Tratamento

A equipe médica deve estar sempre atenta aos sintomas ocasionados pelas síndromes gripais e doenças respiratórias, porém os pais têm uma função fundamental na observação do quadro clínico dos menores. ''A equipe médica procede principalmente em crianças menores de três anos de idade, observando a gravidade dos sintomas, a piora do padrão respiratório, a piora do padrão do raio-x. A gente não pode deixar que isso piore, sem que os nossos olhos estejam atentos’’, afirmou o especialista.

 Prevenção

Com as crianças brincando juntas é difícil para os pais, evitar que elas contraiam alguma virose. Mas, com alguns aprendizados adquiridos durante toda a pandemia, é possível reforçar cuidados de higiene para proteger a saúde de toda a família:

 -Lavar bem as frutas e verduras antes do consumo;

-Na ausência de água para lavar as mãos das crianças, leve um frasco de álcool em gel para fazer a higienização;

-Lavar as mãos das crianças com água e sabão antes da alimentação, quando saírem do banheiro ou ao voltarem da rua;

-Não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, toalhas, garrafas de água e copos;

 -É importante higienizar os brinquedos compartilhados, especialmente na fase em que as crianças costumam levar os objetos à boca;

-Usem máscaras;

-Manter a carteira de vacinação atualizada. A vacinação contra a Covid-19, salva vidas;

-Não permitir o contato das crianças com pessoas que apresentam sintomas gripais;

 

 

 

 

 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a União e o Estado de Pernambuco devem fornecer medicamento à base de canabidiol à paciente com condição específica de saúde. No julgamento realizado nessa terça-feira (16), a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça decidiu seguir entendimentos do Ministério Público Federal e do Tribunal Regional da 5ª Região.  

Ficou determinada a liberação do uso do remédio à base de canabidiol para tratamento de uma menina menor de idade com condição específica de saúde. A substância química da Cannabis Sativa deve estar acompanhada de prescrição médica que indique dosagem e tempo de uso.  

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 Após um primeiro julgamento do caso no TRF, a União e o Estado de Pernambuco entraram com recurso contra a determinação alegando, entre outros fatores, o fato de não haver registro do remédio na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); ausência de estudos que comprovem a eficácia do medicamento; além da existência de leis que vedam o fornecimento do remédio.

Por outro lado, o Ministério Público Federal argumenta que existe, no caso concreto da paciente, uma excepcionalidade que justifica a utilização do medicamento mesmo que a substância não tenha autorização da Anvisa.   

O Tribunal considerou que não há provas da ineficácia do canabidiol, que inclusive já possui autorização da Anvisa para importação da droga; que há uma prescrição médica recomendando o uso do medicamento; e que os tratamentos alternativos disponíveis no Sistema Único de Saúde não surtiram o efeito desejado. As informações constam do laudo do perito judicial.   

Na decisão, foi destacado ainda que a Anvisa já aprovou um total de 16 produtos medicinais à base de extrato de Cannabis Sativa, sendo que 10 deles são substâncias purificadas e isoladas a partir de canabidiol, não havendo assim proibição para uso no caso julgado. 

“As pessoas ficam muito surpresas quando eu digo ‘não foi acidente de carro não, foi paralisia infantil’”, explica a médica Rivia Ferraz, de 51 anos de idade, quando perguntam por que usa uma prótese na perna direita? “Parece que as pessoas esqueceram o que foi a paralisia infantil”, diz ao se referir à doença que tem preocupado as autoridades de saúde, já que a poliomielite, conhecida como paralisia infantil, está com a cobertura em queda no Brasil.

Os índices de vacinação contra a poliomielite têm apresentado queda desde de 2016, última vez em que o país superou a marca de 90% de cobertura vacinal do público-alvo. A meta do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é vacinar entre 90% e 95% das crianças menores de 5 anos de idade.

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Mas a proteção nunca esteve tão baixa. Em 2022, o percentual de vacinação foi de 72%. No ano anterior, foi menor ainda, pouco menos de 71%, informou o Ministério da Saúde. Os números trazem preocupação porque, apesar de o Brasil ter registrado o último caso da doença em 1989, há 34 anos, outros países ainda não erradicaram a doença, o que pode fazer o vírus voltar a circular por aqui.

A médica disse que nasceu sem nenhuma patologia. “Mas aos 9 meses eu contraí a poliomielite e foi por falta da vacinação”. Ela explica porque não recebeu a vacina contra a pólio. “Isso foi em 1971, já tem algumas décadas, a gente não tinha o SUS [Sistema Único de Saúde]. Sou do Nordeste, de Maceió, cidade linda, mas lá não tinha muitos recursos e naquela época só tinha campanhas, não era como hoje, que em qualquer unidade de saúde você leva seu filho e vacina. Quando houve campanha, eu estava com febre e vomitando, não podia tomar a vacina, aí quando eu estava bem, não tinha a disponibilidade da vacina”.

Nesse intervalo, ela acabou contraindo o vírus da poliomielite. “É um vírus que em algumas crianças pode até não causar sintomas, como acontece hoje com a covid 19, algumas pessoas nem desenvolvem sintomas, com a poliomielite é a mesma forma. Mas crianças desenvolveram a forma grave, que foi o meu caso, que tem o ataque da medula, que acaba trazendo consequências nas células nervosas motoras, que acaba causando uma paralisia flácida”.

Rivia estava justamente na fase de dar os primeiros passos quando a mãe percebeu que ela ficava de pé, mas logo caía. “Ela me levou para uma avaliação médica e foi diagnosticada a paralisia. Passei por 14 cirurgias para conseguir caminhar um pouco, agora estou com esta órtese que é muita boa em me dar segurança para andar, passei por várias fases com e sem órteses, com e sem bengalas, para ter maior estabilidade e mais segurança”.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a grande maioria das infecções não produz sintomas, mas de cinco a dez em cada 100 pessoas infectadas com esse vírus podem apresentar sintomas semelhantes aos da gripe. Em um a 200 casos, o vírus destrói partes do sistema nervoso, causando paralisia permanente nas pernas ou braços. Não há cura. Os principais efeitos da doença são ausência ou diminuição de força muscular no membro afetado e dores nas articulações.

Embora muito raro, o vírus pode atacar as partes do cérebro que ajudam a respirar, o que pode levar à morte. Há 30 anos, a pólio paralisou quase 1.000 crianças por dia em 125 países em todo o mundo, incluindo países das Américas, informou a Opas.

Zé Gotinha

Em 1994, o Brasil foi certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), junto com os demais países das Américas, como livre da poliomielite. O combate à doença fez surgir um dos personagens mais conhecidos da cultura médica nacional, o Zé Gotinha. O nome se refere à vacina atenuada oral (VOP), aplicada como dose de reforço dos 15 meses aos 4 anos de idade.

Mas o esquema vacinal começa antes. O Programa Nacional de Imunizações recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade e depois o reforço. A vacina está disponível em todos os centros públicos de saúde e pode ser administrada simultaneamente com as demais dos calendários de vacinação do Ministério da Saúde.

Estratégias

Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde elaborou as ações a serem realizadas este ano para diminuir o risco de reintrodução da poliomielite e fortalecer a vacinação na maior cidade do país.

A enfermeira e coordenadora do Programa Municipal de Imunizações (PMI), Mariana de Souza Araújo, explica como as ações serão desenvolvidas. “As salas de vacinação têm os horários estendidos, funcionam das 7h às 19h e aos sábados também fazemos a vacinação nas AMA/UBS integradas, para aqueles pais que não conseguem levar a criança durante a semana”.

Outra ação é a Declaração de Vacinação Atualizada (DVA), a ser preenchida e entregue à escola em que o aluno está matriculado, que tem o objetivo de aumentar a cobertura vacinal entre os estudantes. “Todos os pais têm que levar a DVA certificada na escola, assim, as crianças que não devolvem a DVA, fazemos a busca ativa, com os agentes comunitários das UBS, que vão até a casa daquela criança e a vacinam no local”.

Ainda em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, o PMI tem realizado ações nas escolas. “Para os pais que não conseguem levar as crianças nas UBS, vacinamos nas escolas. Divulgamos ainda, nas nossas redes sociais, as informações sobre as vacinas, mas se os pais tiverem ainda alguma dúvida, procure qualquer serviço de saúde que os profissionais poderão orientar”.

A coordenadora reforça que a única maneira de impedir que o vírus retorne ao país é mantendo as altas coberturas. “Em São Paulo, estamos com uma cobertura próxima da meta, com 80%, mas precisamos vacinar mais e que todas as crianças tenham o esquema completo para estarem protegidas”.

Um caso recente da doença foi confirmado em Loreto, no Peru, o que aumentou o risco do Brasil, lembra a coordenadora do PMI. “Temos risco porque o Brasil é um país de portas abertas, recebemos imigrantes e refugiados, então precisamos manter a nossas coberturas vacinais exatamente por isso, porque recebemos pessoas de outros países que têm casos e sabemos que onde tem casos de pólio são os países com baixas coberturas vacinais. Então a nossa cobertura vacinal alta é a única forma de evitar que o vírus se reintroduza no país”.

Outras informações sobre a vacinação estão disponíveis na página Vacina Sampa.

O vírus da poliomielite é transmitido de pessoa a pessoa por via fecal-oral ou, menos frequentemente, por um meio comum, a água ou alimentos contaminados, por exemplo, e se multiplica no intestino.

Para quem hesita em vacinar seus filhos, a médica Rivia tem um alerta e um conselho. “Passei por muitas dores e ainda as sinto, tive que vencer barreiras e a acessibilidade, tudo isso por conta de uma não vacinação. Apesar das pessoas hoje desconhecerem a paralisia infantil, é uma doença totalmente prevenível com a vacina que está aí, com toda a facilidade nas unidades de saúde. Vacinem seus filhos, o nosso desejo é que as crianças continuem saudáveis”.

* Colaborou Priscila Kerche, da TV Brasil

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