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Ao menos 28 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas em um acidente de trem envolvendo várias composições no estado de Odisha, no leste da Índia — informaram a imprensa e autoridades locais nesta sexta-feira (2).

"Foi confirmada a morte de pelo menos 28 pessoas e 300 estão feridas", disse à AFP Anil Kumar Mohanty, dirigente médico de Balasore, perto do local onde ocorreu o incidente. "Enviamos médicos e pessoal sanitário ao local", acrescentou.

Várias testemunhas e autoridades locais disseram à imprensa que o trem de passageiros Coromandel Express e um trem de carga colidiram perto de Balasore, a cerca de 200 quilômetros da capital do estado, Bhubaneswar.

Um segundo trem de passageiros também se envolveu no acidente, de acordo com o presidente de Odisha, Pradeep Jena.

O escritório do subinspetor-geral da polícia de Balasore disse à AFP que muitos dos feridos se encontram em estado grave.

"Os detalhes ainda não estão muito claros, já que as equipes estão no terreno, e todos estão ocupados com o trabalho de resgate", afirmou um policial que não quis ser identificado.

"Nesta hora de dor, meus pensamentos estão com as famílias (...) Que os feridos se recuperam logo", escreveu o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, no Twitter.

Veículos da imprensa local mostraram imagens de um vagão de trem virado para um lado da via, com o que pareciam ser sobreviventes em cima dele, enquanto moradores tentavam colocar as vítimas em um lugar seguro.

A cidade de Mântua, na região da Lombardia na Itália, está oferecendo ajuda de custo de 150 euros mensais (cerca de R$ 811) para quem quiser morar e trabalhar no local por pelo menos um ano, segundo a agência de notícias italiana Ansa. O objetivo é aumentar o número de pessoas de dentro e de fora na Itália na cidade, uma vez que a área está recebendo diversas indústrias, especialmente de logística.

"Teremos muitas novas vagas de emprego nos próximos dois anos. Há diversas empresas que estão investindo e que estão se instalando em Mântua", disse o prefeito e autor da ação, Mattia Pallazi, ao jornal Corriere di Millani.

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Segundo ele, Adidas, Corneliani, Opto Engineering e My Net estão entre as empresas que estão crescendo na cidade.

Para participar, será necessário se inscrever em um programa que será lançado oficialmente neste mês.

Nesse momento, o foco será em pessoas que têm salários entre 1,2 mil e 1,5 mil euros (entre cerca de R$ 6.490 e R$ 8.115), e a ajuda de custo mensal terá duração de 12 meses.

Segundo o prefeito, o valor equivale a 30% do custo médio de um aluguel de um apartamento de três quartos.

Mântua tem uma história milenar, possui cerca de 50 mil habitantes e fica localizada em uma das áreas mais ricas da Itália.

Para comemorar o vigésimo aniversário da missão espacial não tripulada Mars Express, a Agência Espacial Europeia (ESA) fará a primeira transmissão ao vivo de Marte da história nesta sexta-feira, 2. Por uma hora, a agência mostrará imagens direto do planeta vermelho a partir das 13h.

Acompanhe:

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"Isso será o mais próximo que você poderá chegar de uma exibição ao vivo do planeta vermelho", disse a agência. Sintonize para estar entre os primeiros a ver novas imagens aproximadamente a cada 50 segundos, conforme elas são transmitidas diretamente da Câmera de Monitoramento Visual (VMC)a bordo do orbitador marciano de longa duração, mas ainda altamente produtivo da ESA", disse em comunicado.

Uma vez que a luz é refletida ou enviada por orbitadores e aterrissadores que a exploram e viajam para a Terra, dependendo das posições relativas dos dois planetas em órbita ao redor do Sol, isso pode levar de 3 a 22 minutos.

Desta forma, não será uma transmissão ao vivo de fato, mas o mais próximo que é possível chegar. "Não existem notícias 'ao vivo' no espaço, pois somos limitados pela velocidade da luz que atravessa grandes distâncias", pontuou a agência. Mas, nesta sexta-feira, todos têm a chance de chegar o mais perto possível de Marte.

Durante a transmissão de uma hora nesta sexta-feira, o tempo entre as imagens serem tiradas da órbita de Marte e aparecerem na tela será de cerca de 18 minutos. Conforme a ESA, são 17 minutos para a luz viajar de Marte para a Terra em sua configuração atual e cerca de um minuto para passar pelos fios e servidores no solo.

Segundo a agência, esta é uma câmera antiga, originalmente planejada para fins de engenharia, a uma distância de quase três milhões de quilômetros da Terra. "Isso nunca foi tentado antes e, para ser honesto, não temos 100% de certeza de que funcionará", disse James Godfrey, gerente de operações de Naves Espaciais no centro de controle de missão da ESA em Darmstadt, na Alemanha. "Mas estou bastante otimista. Normalmente, vemos imagens de Marte e sabemos que foram tiradas dias antes. Estou animado para ver Marte como é agora - o mais próximo possível de um 'agora' marciano", afirma Godfrey.

Não há evidência convincente de vida extraterrestre associada a objetos voadores não identificados (óvnis). Essa foi a conclusão apresentada pela Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), na primeira reunião pública sobre o tema, realizada na quarta-feira (31). Um dos obstáculos para isso ainda é a falta de informações de qualidade, problema que pode ser amenizado com a colaboração da população, segundo a agência.

No encontro, que antecipou os principais pontos de um relatório que será publicado pela Nasa possivelmente em julho, os cientistas da agência dedicados a pesquisar fenômenos anômalos não identificados ("UAPs", em inglês), os populares óvnis ou UFOs, explicaram ainda há escassez de dados úteis e de qualidade sobre os avistamentos.

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"Os esforços atuais de coleta de dados sobre UAPs são assistemáticos e fragmentados em várias agências, muitas vezes usando instrumentos não calibrados para coleta de dados científicos", disse David Spergel, que lidera o grupo de trabalho da Nasa formado em 2022 para examinar as informações existentes sobre os fenômenos.

Spergel ainda afirmou que o grupo "sente que muitos eventos permanecem não relatados". Uma das possíveis explicações para isso é o estigma que ronda o assunto. Desconfiança, deboche e teorias da conspiração, muitas vezes, acabam impedindo ou dificultando um diálogo sobre UAPs com a seriedade que a ciência exige.

"Os pilotos comerciais, por exemplo, relutam muito em relatar anomalias. E um de nossos objetivos, e ter a Nasa desempenhando um papel, é remover o estigma e obter dados de alta qualidade", disse o cientista. A partir do painel realizado, o grupo também quis encorajar os pilotos de linhas aéreas e militares se manifestarem quando virem um objeto não identificado, sem temer constrangimento.

App

Outra forma de fomentar os dados sobre os aparecimentos seria incentivando a própria população a compartilhar os seus relatos. A sugestão de Spergel seria um aplicativo de celular, que permitiria a coleta de dados.

"Existem de três a quatro bilhões de telefones celulares no mundo", disse Spergel. "Os telefones celulares não gravam apenas imagens, estamos todos acostumados com câmeras de celulares, mas eles medem o campo magnético local, são gravitômetros, medem som, codificam uma quantidade enorme de informações sobre o ambiente ao seu redor", argumentou o cientista.

"Se você tem algo visto por vários telefones celulares, com bons dados de registro de data e hora, em vários ângulos, pode inferir a localização e a velocidade desse objeto", disse Spergel. "Na maioria das vezes, isso dirá que é um avião, é um balão, seja o que for. E se for algo novo, você tem dados de alta qualidade e uniformemente selecionados que podem ser usados.", complementou.

Com a ferramenta, os dados podem ser combinados com informações coletadas pelos radares oficiais e dados obtidos a partir de outros sensores, para poder filtrar o que realmente é importante, eliminando o que pode ser normal, como um balão, por exemplo. Assim, a agência conseguiria ter acesso a um número muito maior de dados, com potencial para novas descobertas.

Três adolescentes foram presos no nordeste dos Estados Unidos depois que supostamente mataram e comeram um cisne que pensavam que era um pato, informou a polícia.

A ave, conhecida como Faye, foi morta no fim de semana em uma lagoa em Manlius, subúrbio de Syracuse, estado de Nova York, afirmou o departamento de polícia local em um comunicado.

Os suspeitos também sequestraram seus quatro filhotes e tinham a intenção de criá-los como animais de estimação, contou aos jornalistas o sargento Kenneth Hatter, da polícia de Manlius.

Os filhotes de cisne foram encontrados vivos em uma loja próxima, onde trabalhava um dos suspeitos, e também em uma residência particular.

A cisne Faye, no entanto, teve menos sorte.

"A família e os amigos consumiram o cisne adulto. Acreditaram que era um pato muito grande", disse Hatter em coletiva de imprensa na terça-feira.

"Não sabiam que não era um animal selvagem, que na realidade era propriedade do povo de Manlius", acrescentou.

Os suspeitos, de 18, 17 e 16 anos, foram presos por acusações que incluem crime contra a propriedade, roubo e invasão, disse Hatter.

Os cisnes são um símbolo de Manlius, um pequeno povoado de aproximadamente 4.600 habitantes, desde que foram introduzidos pela primeira vez em sua lagoa no início do século XX, assinalaram as autoridades.

"É triste", disse o prefeito Paul Whorrall à imprensa local. "É como perder um membro da família".

A Rússia executou um ataque aéreo nesta quinta-feira contra Kiev que matou pelo menos três pessoas, incluindo uma criança, uma incursão que provocou pânico na capital ucraniana após uma semana de bombardeios.

O ataque, que começou às 3h locais (21h de Brasília, quarta-feira) com mísseis de cruzeiro e balísticos, deixou três mortos e 12 feridos, segundo as autoridades ucranianas.

"No bairro de Desnianski: três pessoas mortas, incluindo uma criança (nascida em 2012), e 10 pessoas feridas, incluindo uma criança. No bairro de Dniprovskyi: duas pessoas feridas", anunciou no Telegram a Administração Militar de Kiev.

Ao mesmo tempo, a Rússia começou a retirar na quarta-feira centenas de crianças de regiões de fronteira com a Ucrânia, alvos de intensos bombardeios nos últimos dias, e onde a situação é "alarmante", segundo o Kremlin.

Nesta quinta-feira, oito pessoas ficaram feridas em uma cidade da região de Belgorod, próxima da fronteira e alvo de disparos contínuos de artilharia, anunciou o governador Vyacheslav Gladkov.

"Shebekino está sob fogo ininterrupto", afirmou Gladkov no Telegram. As forças ucranianas bombardeiam "o centro e os arredores" da cidade, acrescentou.

"Oito pessoas ficaram feridas. Não há mortes", disse.

"A vida dos civis e da população está sob ameaça, em particular em Shebekino e nas localidades próximas", afirmou Gladkov.

O governador, no entanto, negou as informações divulgadas em alguns canais do Telegram sobre um "avanço" das tropas ucranianas na região de Belgorod.

Gladkov anunciou na quarta-feira o início da retirada de menores de duas localidades alvos de disparos de artilharia e morteiros.

"A partir de hoje estamos evacuando nossas crianças dos distritos de Shebekino e Graivoron", disse. "Um primeiro grupo de 300 crianças será enviado hoje para Voronezh", cidade cerca de 250 quilômetros ao nordeste.

Um jornalista da agência Ria Novosti disse que diversos ônibus com cerca de 150 pessoas chegaram à cidade.

Enquanto isso, as tensões com o Ocidente aumentaram nesta quarta-feira, após a Alemanha anunciar uma drástica redução do corpo diplomático russo em seu território, com o fechamento de quatro dos cinco consulados.

Moscou criticou a decisão, que chamou de "provocação impensada", e prometeu uma "resposta justa".

Em Washington, o Pentágono anunciou um novo pacote de armas de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,53 bilhão) para a Ucrânia, incluindo sistemas de defesa aérea e dezenas de milhões de cartuchos de munição.

Na primeira reunião pública da Nasa sobre "objetos voadores não identificados", conhecidos como óvnis, os cientistas pediram, nesta quarta-feira (31), uma abordagem científica mais rigorosa para esclarecer a origem de centenas de avistamentos misteriosos.

No ano passado, a agência espacial anunciou que estava analisando observações no céu que não podem ser identificadas como fenômenos aéreos ou naturais, um tema que fascina o público há bastante tempo, mas foi rejeitado pela ciência convencional.

Uma equipe independente de 16 cientistas deve apresentar suas conclusões em um relatório no final de julho. A reunião de trabalho desta quarta será um fórum para suas deliberações finais.

"Os dados atuais e os relatórios de testemunhas não bastam por si só para proporcionar provas conclusivas", declarou o astrofísico David Spergel, presidente do estudo, em declarações transmitidas ao vivo.

"Uma das lições que tiramos é a necessidade de mais dados de alta qualidade e de dados medidos com instrumentos bem calibrados, múltiplas observações e a necessidade de uma conservação de dados de alta qualidade", acrescentou.

Ao longo de 27 anos foram reunidos mais de 800 eventos, dos quais entre 2% e 5% são considerados possivelmente anômalos, explicou a jornalista científica Nadia Drake, participante do estudo.

Estes são definidos como "qualquer coisa que não seja facilmente compreensível pelo operador ou pelo sensor" ou "que está fazendo algo estranho".

Um exemplo de fenômeno inexplicável é um globo metálico voador avistado por um drone MQ-9 em um lugar não revelado do Oriente Médio, afirmou Sean Kirkpatrick, diretor do escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios do Pentágono, ao reproduzir um vídeo exibido pela primeira vez ao Congresso dos EUA no mês passado.

"Este é um exemplo típico de uma coisa que vemos a maioria das vezes. Vemos isso por todo o mundo, fazendo manobras aparentes muito interessantes", acrescentou.

Enquanto as sondas e os exploradores da Nasa rastreiam o sistema solar em busca de fósseis de micróbios antigos, e seus astrônomos buscam sinais de civilizações inteligentes em planetas distantes, esta é a primeira vez que a Nasa investiga fenômenos inexplicáveis nos céus da Terra.

A postura da agência no passado era "desacreditar" tais avistamentos, o que reforçava o estigma sobre a busca por vida extraterrestre.

O trabalho da Nasa, que se baseia em material não classificado, é independente de uma investigação do Pentágono, embora haja coordenação entre ambos em questões de aplicação de ferramentas e métodos científicos.

"Até o dia de hoje, na literatura científica arbitrada, não há provas conclusivas que sugiram uma origem extraterrestre para os objetos voadores não identificados", resumiu a jornalista Nadia Drake.

Localizada a 370 quilômetros da ilha de North Uist, na Escócia - a área habitada mais próxima -, a ilhota de Rockall, no oceano Atlântico, será o território de uma expedição que pretende quebrar um recorde mundial. Cam Cameron, veterano do exército escocês, pretende ficar 60 dias na ilha que tem apenas 30 metros de largura e 21 metros de comprimento.

A tentativa de quebrar o recorde de maior tempo de permanência na Rockall é uma ação para angariar fundos para instituições de caridade que auxiliam soldados, veteranos de guerra e suas famílias. O objetivo é juntar 50 mil libras (cerca de R$ 313 mil), que serão destinados para as instituições Royal Navy & Royal Marines Charity e ABF The Soldiers’ Charity.

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A ilhota é, na verdade, uma rocha que está cerca de 18 metros acima do nível do mar. A equipe que está organizando a expedição diz que, das 110 pessoas que pousaram com sucesso em Rockall em mais de 200 anos, apenas cinco sobreviveram mais de uma noite lá. Ondas do mar, vento forte e temperaturas baixas são alguns dos fatores que dificultam a estadia.

Foto: Andy Strangeway

Além de Cameron, que é o líder da expedição, a equipe ainda conta com Estilos Nobres, operador de rádio, e Emil Bergmann, operador de rádio e montanhista. Os três chegaram à ilha na terça-feira, 30, dando início à contagem regressiva de 60 dias. "A última atualização é que a equipe está segura e bem na rocha - foi um pouco difícil chegar nela, mas tudo seguro e protegido", publicou a equipe do projeto no Twitter.

A expedição partiu em um iate, o Taeping, de Inverkip, no domingo, 28, às 4h, e chegou a Rockall por volta das 7h30 da terça-feira. Segundo a BBC, o montanhista e o especialista em rádio deixarão a ilhota após dez dias e Cameron ficará sozinho, assim como Robinson Crusoé, protagonista de uma ficção de mesmo nome publicada em 1719, que acaba naufragando em uma ilha deserta e sobrevivendo sozinho por muito anos lá.

Precisamos de comida, não de tabaco”, reforça o tema, em português, da campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Dia Mundial sem Tabaco, comemorado nesta quarta-feira (31). A campanha chama a atenção para a sobrevivência humana e para os impactos negativos do tabaco para o meio ambiente. Em entrevista à Agência Brasil, o diretor executivo da Fundação do Câncer, cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, reconheceu que esse é um desafio imenso ainda.

“Porque a gente sabe que o Brasil é um grande produtor de tabaco, principalmente na Região Sul. E é difícil sensibilizar aquela população do cultivo de que é importante mudar a cultura para outros tipos de plantio. Sobretudo porque naquela região existem incentivos por parte dos governos locais. Fica difícil mudar uma cultura que vem, muitas vezes, de gerações de famílias que cultivam tabaco. É um trabalho que ocorre não só no Brasil, mas no mundo todo e a OMS pegou isso como uma bandeira importante no contexto todo do controle do tabaco”, disse o médico.

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Além de causar dependência, o fumo provoca quatro vezes mais doenças coronarianas, acidente vascular cerebral (AVC); 12 vezes mais doenças de pulmão; no caso das mulheres, de 12 a 13 vezes mais câncer de pulmão; no caso do homem, mais 23 vezes câncer de pulmão. “A gente está cansado de saber o mal que o hábito de fumar traz para o organismo humano. Fora isso, a ideia este ano é chamar a atenção para o mal que faz para a natureza e a sociedade como um todo, a poluição que causa”. Na parte do cultivo, Maltoni destacou que o foco são os alimentos. “Vamos plantar coisas saudáveis, em vez de tabaco”, propôs.

A tarefa, entretanto, não é coisa simples. É um trabalho árduo, porque significa mudar uma cultura e hábitos de tantos anos, mas é preciso chamar a atenção para a necessidade de reversão desse quadro, assegurou o diretor executivo da Fundação do Câncer. “O que se arrecada em impostos com a indústria do tabaco é muito aquém dos gastos com a saúde, com tratamento e com as doenças decorrentes da utilização do tabaco. É preciso sensibilizar as pessoas para fazer mudança; mobilizar a sociedade, os governantes e os tomadores de decisão para que ajudem em mudanças de legislação, na questão dos subsídios legais, para que a gente possa ver isso acontecer de fato”.

Atividades

Este ano, a Fundação do Câncer realiza algumas atividades no Dia Mundial sem Tabaco. Presencialmente, em vários pontos da cidade, como na Ecoponte, na Ponte Rio-Niterói, e em Magé, na EcoRodovia, serão feitas abordagens a motoristas. Placas de led transmitirão informações sobre a questão do cigarro, o controle do tabaco, a necessidade de se parar de fumar. A entidade está distribuindo também um cartão que remete direto a um manual para as pessoas pararem de fumar.

Palestras estão sendo feitas em empresas que demandam a fundação para falar tanto dos malefícios do cigarro convencional como do cigarro eletrônico para a natureza. “Porque essa chamada da OMS tem a questão do meio ambiente”. Maltoni explicou que o plantio do tabaco é muito ruim para o meio ambiente porque, além de exaurir a terra, polui a água da região onde tem plantio e contamina o meio ambiente. “É tudo de ruim; é o que a gente não quer. Se a gente for extrapolar o que o próprio cigarro convencional produz de lixo na sociedade, nos países, é um absurdo globalmente. São toneladas de lixo tóxico, com substâncias tóxicas, jogadas nos mais diversos lugares: praia, oceano, rio. É um volume gigantesco não só de material não reciclável, mas porque tem um volume grande de substâncias tóxicas”, alertou.

Conscientização

Relatório da OMS divulgado em 2022 e intitulado Tobacco: poisoning our planet? (Tabaco: envenenando nosso planeta?, em tradução livre), aponta a produção de tabaco como uma das principais causas de desmatamento, uso excessivo de água e poluição do ar e do solo em diversas regiões do mundo. Em entrevista à Agência Brasil, o oncologista Carlos Gil Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e do Instituto Oncoclínicas, reforçou que o tabagismo provoca grande impacto ambiental. O cultivo do tabaco gera degradação do solo; a produção química do cigarro gera poluição do solo e da água.

“E a gente tem subprodutos do cigarro. Os filtros do cigarro, por exemplo, são altamente poluentes porque, na verdade, são compostos por diversas substâncias químicas. O impacto ambiental do tabaco, em termos de danificar o ambiente, poluir, contaminar solo e água, é muito grande”. Lembrou também que as guimbas dos cigarros e os próprios pacotes do produto sujam as ruas, provocando poluição ambiental como um todo. “Provavelmente, o impacto para o meio ambiente e a humanidade é muito maior do que, até então, a gente levava em consideração”.

Além da dependência que a nicotina e o tabaco criam, os males para a saúde são imensos, assegurou Ferreira. Além de doenças cardiovasculares, citou doenças pulmonares inflamatórias, como enfisema e bronquite e, sobretudo, vários tipos de câncer, desde câncer de pulmão, até câncer de garganta, boca, pâncreas, entre outros, cuja causa está diretamente relacionada com a exposição ao tabaco. “É um grande impacto para a população em geral, para a economia global, pelas doenças que são causadas. E, quando você analisa de forma mais ampla e pensa na contaminação que acontece em termos de meio ambiente, de produtos químicos que, muitas vezes, não podem ser eliminados, fica difícil quantificar o custo de tudo isso para a humanidade.

Segundo Carlos Gil Ferreira, uma das maneiras de combater o tabagismo é através da divulgação e da conscientização. Iniciativas como a campanha da OMS, que muitos governos assumiram, tem impactos na conscientização e, especialmente hoje, na conscientização dos jovens. “Porque a nossa grande preocupação hoje, como médicos, é com o tabagismo na população jovem que, apesar das campanhas antitabagismo, vem crescendo muito, principalmente pelo uso do cigarro eletrônico”.

Esse tipo de cigarro abre as portas do tabagismo mais cedo, com malefícios ainda mais difíceis de serem medido a longo prazo. Os jovens têm começado a fumar cada vez mais cedo e, muitas vezes, começam através do cigarro eletrônico, até pelo mito de que esse tipo de cigarro traria menos malefícios do que o cigarro convencional. É provável também, segundo os especialistas, que devido à socialização e pelos dispositivos eletrônicos, esse tipo de cigarro cai muito mais no gosto da população adolescente e adulto jovem. “E do cigarro eletrônico para o cigarro convencional é um caminho mais rápido do que a gente pensa”, explicou o oncologista.

Mulheres

A diretora-geral do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), Aurora Issa, chamou a atenção para o fato de o tabagismo ter uma associação grande com as doenças cardiovasculares em mulheres. A cardiologista lamentou que apesar de haver uma conscientização grande atualmente para outras patologias, como câncer de mama, “não se vê tantas campanhas sobre doenças cardiovasculares como principal causa de morte em mulheres. As mulheres também devem se preocupar com as doenças cardiovasculares”, ressaltou, em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com dados da OMS de 2020, as doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço de todas as mortes de mulheres no mundo, o equivalente a cerca de 8,5 milhões de óbitos por ano. As mulheres têm 50% mais probabilidades de sofrerem infarto do que homens, diz a OMS. As mulheres que fumam, percentualmente, acabam tendo mais doenças cardíacas do que os representantes do sexo masculino. Aurora Issa indicou que no próprio sistema de saúde como um todo, a doença cardiovascular não é vista como tendo acometimento grande nas mulheres.

“A gente vê uma associação grande do tabagismo trazendo uma doença cardiovascular como um evento maior associado, como infarto, angina”. Muitas mulheres precisam ser encaminhadas para procedimentos cardiológicos de alta complexidade, como angioplastia, cirurgia cardíaca. O importante é conscientizar as mulheres em relação aos fatores de risco, na medida em que as doenças cardiovasculares constituem a principal causa de mortalidade. “Nesse contexto, o tabagismo é muito importante”. A diretora-geral do INC destacou que enquanto nos homens o tabagismo está mais associado ao prazer de fumar, nas mulheres há outras associações mais fortes, como controle de estresse ou de humor e controle de peso, apontam estudos.

O objetivo de Aurora Issa é conscientizar as mulheres de que existem outras formas de ajudar a parar de fumar, mostrando que a consequência são doenças cardiovasculares que podem levar à morte. Lembrou que existem tratamentos comportamentais, como psicoterapia, mudança de hábitos de vida e, inclusive, intervenções medicamentosas que podem motivar e ajudar as mulheres a pararem de fumar.

Recuperação

O pneumologista da Fundação São Francisco Xavier, Marcos de Abreu, explica que um dos principais males associados ao tabagismo é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), caracterizada pela presença de enfisema pulmonar e bronquite crônica. Entre os sintomas, estão falta de ar, tosse e chiado no peito. Além da DPOC, mais de 50 doenças estão associadas ao tabagismo. A nicotina aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca, danifica os vasos sanguíneos e promove a formação de coágulos. Esses efeitos combinados podem resultar em obstruções das artérias e eventos cardiovasculares graves.

Marcos Abreu assegura, porém, que sempre é tempo para largar o vício e que os resultados positivos no corpo podem ser vistos com rapidez, mesmo em pacientes que fumam há longo tempo. Ao parar de fumar, a função pulmonar do paciente melhora, diminui a progressão de danos aos pulmões e o risco de desenvolver doenças respiratórias e câncer cai de forma gradativa. Para o médico, o Dia Mundial sem Tabaco visa alertar a população sobre os males à saúde do tabagista e promover a conscientização sobre os benefícios trazidos em largar o hábito de fumar.

Doença causada pela dependência química da nicotina, substância viciante presente no tabaco, o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente no mundo, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse total, 7 milhões são fumantes ativos e cerca de 1,2 milhão são pessoas expostas à fumaça do cigarro, os chamados fumantes passivos.

Fumicultores

Procurado pela Agência Brasil, o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, assegurou que as afirmações da OMS sobre o impacto do plantio do tabaco na natureza são “levianas, de quem desconhece a realidade do produtor de tabaco no Brasil”. Esclareceu que desde 1980, quando foi celebrado convênio com o então Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal (IBDF), a cadeia produtiva do tabaco se comprometeu a não utilizar floresta nativa para a cura do tabaco. “O compromisso está sendo cumprido. O produtor, desde então, ciente e consciente da necessidade de preservação da mata nativa, utiliza tão-somente floresta energética na secagem de seu produto”.

Do mesmo modo, qualificou de inverídica a afirmação de que o tabaco está envenenando o planeta. “Na cultura, são utilizados defensivos com somente 1,01 kg de ingrediente ativo por hectare, enquanto outras culturas, inclusive alimentícias, chegam a usar até 46,87 kg de ingrediente ativo por hectare”. Werner entende que o tema é polêmico. Afirmou, porém, que o produtor de tabaco precisa dessa atividade para garantir a sustentabilidade de sua propriedade, o conforto de sua família, o estudo dos filhos e a sua sucessão familiar.

Benefícios

Entre os benefícios do plantio de tabaco, o presidente da Afubra citou que na safra 2021/2022, a propriedade fumicultora alcançou receita bruta de R$ 18,5 bilhões. A participação do tabaco foi de R$ 9,5 bilhões; a produção animal, de R$ 5,5 bilhões; e a vegetal, de R$ 3,4 bilhões. “Assim, podemos afirmar que o produtor de tabaco é o que mais diversifica sua produção e apresenta a melhor distribuição de renda nas pequenas propriedades”.

Em 2022, o setor gerou tributos no montante de R$ 14,8 bilhões para os governos municipais, estaduais e federal. “Não fosse o mercado ilegal de cigarros, esse valor seria bem superior, próximo ao dobro, somente no Brasil”, estimou. Completou que o produtor de tabaco, além de gerar empregos na produção, também aumentar mão de obra nas indústrias de insumos agrícolas, nas empresas que produzem máquinas e equipamentos, no transporte, no comércio dos municípios onde é produzido. Mencionou, ainda, os empregos gerados nas próprias indústrias de processamento e de fabricação e distribuição de cigarros. “A cadeia produtiva do tabaco gera tributos aos governos, renda e empregos para muitas outras atividades”.

Para garantir o desenvolvimento sustentável e proteção ao meio ambiente, Benício Werner destacou que a cadeia produtiva do tabaco já faz inúmeras ações nesse sentido. “É pioneira em várias atividades”. Entre elas, apontou o recolhimento das embalagens vazias de defensivos agrícolas, não somente dos aplicados na cultura do tabaco, mas também dos utilizados em outras culturas; realização de campanhas de preservação de florestas e de fontes de água, entre as quais o Conheça o Verde é Vida.

Citou também a promoção de programas voltados à sustentabilidade e à sucessão nas propriedades, ao combate do trabalho infantil e ao incentivo à frequência de crianças e jovens nas  escolas. Um exemplo dessas ações é o Instituto Crescer Legal, citou. Em benefício da saúde, o presidente mencionou que a Afubra orienta sobre cuidados para garantir a saúde e segurança dos produtores e trabalhadores. As ações são realizadas através do Sistema Integrado de Produção.

A Air New Zealand vai pesar os passageiros que partem em voos internacionais do Aeroporto Internacional de Auckland até 2 de julho de 2023, afirma a CNN. A pesagem de passageiros é uma exigência da Autoridade de Aviação Civil da Nova Zelândia e faz parte de um programa que coleta dados sobre a carga e distribuição de peso dos aviões.

Alastair James, especialista em melhoria do controle de carga da companhia aérea, disse à CNN, em comunicado, que tudo que vai entrar em uma aeronave é pesado, da bagagem até as refeições de bordo. Para passageiros, tripulantes e bagagens de cabine, são usados os pesos médios obtidos na pesquisa que está sendo realizada agora.

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Os passageiros irão subir em uma balança digital quando fizerem o check-in para o voo e colocarão as bagagens em outra balança para pesagem separada. Como o peso é uma informação pessoal, a companhia aérea toma cuidados: os dados são anônimos e, ao subir na balança, a informação é enviada direto para a pesquisa, sem aparecer em nenhuma tela - ou seja, ela não será visualizada por ninguém, nem pelos funcionários.

A edição da pesquisa com passageiros domésticos foi realizada em 2021. A dos passageiros internacionais ocorre neste ano porque foi adiada por conta da pandemia.

Anastasia Domini e sua esposa Anna Domini andavam de mãos dadas em um recente dia ensolarado na capital da Argentina, enquanto seus quatro filhos agitados brincavam por perto.

É uma cena comum em um país onde o casamento entre pessoas do mesmo gênero foi legalizado há mais de uma década. O casal, porém, que se casou logo depois de chegar a Buenos Aires no começo do ano passado, ainda se lembra do medo que sentiu quando decidiram pela primeira vez dar as mãos em público depois de sair da Rússia, que proibiu expressamente os casamentos homoafetivos em 2020.

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"Foi muito assustador", disse Anastasia Domini, mas "olhávamos ao redor e realmente ninguém estava olhando".

Para as Domini, que alteraram seus sobrenomes para poder se passar por irmãs na Rússia de forma mais convincente, o passeio foi um bom exemplo do quanto suas vidas se alteraram desde a mudança, unindo-se a um número cada vez maior de russos LGBTQ+ que decidiram deixar sua terra natal e se estabelecer na Argentina para fugir da discriminação e da guerra contra a Ucrânia.

Ao longo da última década, tornou-se cada vez mais difícil viver abertamente como membro da comunidade LGBTQIA+ na Rússia.

Em dezembro de 2022, o presidente russo Vladimir Putin sancionou uma lei que ampliou substancialmente as restrições sobre atividades vistas como promoção de direitos LGBTQ+ no país, com base em uma lei que já estava em vigor desde 2013, apontada por pesquisadores independentes como causa de um aumento na violência contra as minorias sexuais e de gênero.

Mais recentemente, o Kremlin chegou a enquadrar a invasão à Ucrânia em fevereiro de 2022 em parte como uma tentativa de defender valores conservadores contra a promoção de direitos de pessoas gays e trans pelos países ocidentais.

A Federação Argentina LGBT recebeu cerca de 130 consultas, ao longo do último ano e meio, de russos interessados em buscar refúgio na Argentina, mais do que qualquer outra nacionalidade.

"O conflito entre Rússia e Ucrânia acelerou a decisão de muitas pessoas que já estavam em situação de vulnerabilidade", diz Maribe Sgariglia, que coordena o departamento de relações internacionais da organização.

Integrantes da comunidade LGBTQIA+ não são os únicos russos chegando à Argentina. Em janeiro, 4.523 russos entraram no país, mais de quatro vezes os 1.037 que chegaram no mesmo mês do ano passado, segundo dados do governo. Em 2022, aproximadamente 22.000 russos entraram na Argentina, inclusive um grande número de mulheres grávidas que chegaram ao país para dar à luz, em parte na tentativa de obter um passaporte que abra mais portas.

A Argentina, porém, não era a primeira escolha de alguns dos russos que chegaram ao país.

Mark Boyarsky, um homem trans de 38 anos que deixou Moscou com a esposa e dois filhos, de 5 e 8 anos, logo depois da invasão da Ucrânia pela Rússia no ano passado, mudou-se primeiro para o Nepal, na tentativa de obter um visto britânico. Depois de vários meses infrutíferos, decidiram se mudar para a Argentina em setembro.

"Tenho uma sensação de muita segurança aqui", diz Boyarsky, observando que ainda não contou aos filhos que é trans porque "parecia muito perigoso para eles" saber isso no país de origem, considerando-se a crença geral de que "não existem gays na Rússia".

O casamento igualitário se tornou lei na Argentina em 2010; dois anos depois, o Congresso aprovou uma pioneira Lei da Identidade de Gênero, que codificou os direitos dos indivíduos transgênero, inclusive a possibilidade de alteração de nome sem necessidade de avaliação médica.

Boyarsky trabalha como fotógrafo autônomo e frequentemente tira fotos de casamentos homoafetivos envolvendo imigrantes russos. Ao menos 34 casais de russos do mesmo gênero se casaram na Argentina em 2022, e 31 este ano até agora, segundo a Federação Argentina LGBT.

Recentemente, Boyarsky fotografou o casamento de Nadezhda Skvortosova, de 22 anos, e Tatiana Skvortosova, de 29, que se casaram menos de um mês depois de se mudarem para Buenos Aires. O casal também mudara os sobrenomes na Rússia para poderem se passar por irmãs.

"É um momento muito importante para nós. Estamos esperando há muito tempo para sermos oficialmente uma família", disse Nadezhda Skvortosova após se casar em um cartório de Buenos Aires.

Muitos dos russos que chegam à Argentina sabiam pouco sobre o país antes da mudança.

"Tango, Che Guevara, e que era uma colônia espanhola", brinca Nikolai Shushpan, um homem gay de 26 anos que se mudou para a capital argentina em outubro, quando começou a ter medo de ser convocado para a guerra.

Shushpan atualmente divide um apartamento no centro de Buenos Aires com Dimitry Yarin, outro russo que ele conheceu em um aplicativo de relacionamento.

Yarin, de 21 anos, conta que há muito tempo tinha planos de se mudar para um país mais tolerante, mas "a guerra acelerou essa decisão".

Por causa da discriminação que enfrentam no país natal, muitos dos russos que chegam à Argentina solicitam o status de refugiados, um processo que pode levar até três anos.

As autoridades aumentaram o controle sobre migrantes russos depois da recente prisão de dois supostos espiões russos com passaportes argentinos na Eslovênia, no final do ano passado.

Por enquanto, Shushpan está gostando de viver abertamente como homem gay pela primeira vez. Em seu país, sempre havia tensão e a sensação "de que algo poderia acontecer".

"O único país onde não senti isso é aqui. Você não precisa ficar preocupado o tempo todo. A única coisa com que você precisa se preocupar são os preços", diz Shushpan, referindo-se à taxa de inflação na Argentina, de cerca de 110%, uma das maiores do mundo.

Depois de pouco mais de um ano na Argentina, as Domini compartilham dessa sensação de alívio.

Na cidade de Petrozavodsk, no noroeste da Rússia, Anastasia, de 34 anos, e Anna, de 44, não contavam a quase ninguém sobre seu relacionamento e seus dois pares de gêmeos, de 3 e 6 anos de idade. Havia um medo constante de que as autoridades levassem seus filhos e os colocassem em um orfanato, diz Anastasia Domini.

Elas agora vivem sem precisar se preocupar que alguém possa tomar seus filhos ou colocá-las na prisão.

"Estamos totalmente acostumadas à nossa situação de mulheres casadas que são mães de muitos filhos, e a podermos ser livres aqui", diz.

A China enviou nesta terça-feira (30) três astronautas da missão Shenzhou-16 à estação espacial Tiangong, incluindo o primeiro cientista civil como parte da equipe.

A tripulação viaja a bordo de um foguete Longa Marcha 2F, que decolou da Estação de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na região nordeste da China, às 9H31 (22H31 de Brasília, segunda-feira).

O lançamento foi um "sucesso completo e os astronautas estão em boas condições", declarou Zou Lipeng, diretor do centro de Jiuquan.

A segunda maior economia do mundo investiu um grande orçamento no programa espacial, comandado pelos militares, com a esperança de enviar humanos à Lua e alcançar Estados Unidos e Rússia na corrida espacial.

O comandante da missão é Jin Haipeng - em sua quarta missão espacial, de acordo com a imprensa estatal - e a tripulação conta ainda com o engenheiro Zhu Yangzhu.

Eles viajam com Gui Haichao, professor de Aeronáutica e Astronáutica na Universidade Beihang, que conduzirá testes científicos durante a missão, anunciou na segunda-feira o porta-voz da Agência Espacial de Voos Tripulados do país, Lin Xiqiang.

O astronauta será responsável por "experimentos em órbita de larga escala para estudar novos fenômenos quânticos, sistemas espaciais de tempo-frequência de alta precisão, a verificação da relatividade geral e a origem da vida", acrescentou o porta-voz.

A estação Tiangong é o principal elemento do programa espacial chinês, que já enviou sondas para Marte e para a Lua.

Esta é a primeira missão a viajar para Tiangong desde que a missão entrou na fase "de aplicação e desenvolvimento", informou o governo chinês.

Uma vez em órbita, Shenzhou-16 será acoplada ao módulo central Tianhe da estação antes que a tripulação entre em contato com os três astronautas da missão tripulada anterior, Shenzhou-15, que está há seis meses no espaço e retornará à Terra nos próximos dias.

Jonathan Mcdowell, astrônomo e astrofísico do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, declarou à AFP que o voo desta terça-feira representa uma representa "uma rotatividade normal de tripulação", mas que isto é significativo.

- Palácio celestial -

"Acumular profundidade de experiência em operações de voos espaciais é importante e não exige novos marcos espetaculares o tempo todo", comentou Mcdowell.

Durante o governo do presidente Xi Jinping, a China intensificou as operações para conquistar o "sonho espacial

Além de uma estação espacial, a China planeja construir uma base na Lua. A Agência Espacial pretende concretizar uma missão lunar tripulada até 2030.

"O principal objetivo é fazer um primeiro pouso (com tripulação) na Lua até 2030 e concretizar uma exploração científica lunar, além de uma análise em termos de tecnologia", disse o porta-voz Lin Xiqiang.

O módulo final da estação Tiangong (que significa "Palácio Celestial") foi acoplado no ano passado à principal estrutura.

A estação contém vários equipamentos científicos de vanguarda, incluindo "o primeiro sistema de relógio espacial atômico frio", segundo a agência estatal de notícias Xinhua.

A estação Tiangong deve permanecer em órbita terrestre baixa, a uma distância entre 400 e 450 km acima do planeta por pelo menos 10 anos, para permitir que a China mantenha uma presença humana no espaço a longo prazo.

A estação terá uma tripulação permanente, em um sistema de rodízio com equipes de três astronautas, que conduzirão experimentos científicos e ajudarão a testar novas tecnologias.

A Rússia anunciou nesta terça-feira (30) que derrubou oito drones ucranianos lançados contra Moscou e as proximidades da capital, um ataque sem precedentes que coincide com a terceira onda de bombardeios russos contra Kiev, a capital da Ucrânia, em 24 horas.

O ministério russo da Defesa denunciou um "ataque terrorista" de Kiev e afirmou que neutralizou os oito drones com suas baterias de defesa antiaérea e sistemas de guerra eletrônica.

O prefeito da capital russa, Serguei Sobyanin, informou que duas pessoas ficaram levemente feridas no ataque, que aconteceu durante a madrugada e provocou "danos pequenos em vários edifícios".

"Todos os serviços de emergência da cidade foram acionados (...) Ninguém ficou gravemente ferido até o momento", escreveu Sobianin no Telegram.

A ação contra Moscou acontece em um momento de multiplicação dos ataques em território russo. Na semana passada aconteceu uma grande incursão na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia. Kiev não reivindicou qualquer operação.

Pouco antes do anúncio do ataque com drones em Moscou, a Ucrânia informou que uma pessoa morreu em um novo "ataque em larga escala" contra Kiev durante a noite, o terceiro em apenas 24 horas.

"Das 23H30 às 4H30 (17H30 às 22H30 de Brasília, segunda-feira), as tropas russas da ocupação atacaram a Ucrânia com 31 drones de fabricação iraniana Shahed-136/131, mas 29 foram derrubados, quase todos perto da capital e no céu de Kiev", anunciou a Força Aérea ucraniana no Telegram.

"Uma pessoa morreu, uma mulher foi hospitalizada, duas vítimas receberam atendimento médico no local", declarou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.

Vários mísseis russos foram lançados durante a segunda-feira contra Kiev, o que provocou cenas de pânico nas ruas, após uma noite de bombardeios. Muitos moradores procuraram abrigos subterrâneos, em particular as estações de metrô.

- Edifícios abandonados -

Em Kiev e outras cidades ucranianas, as explosões são parte do dia a dia dos habitantes. Porém, Moscou e as localidades próximas raramente foram atacadas com drones desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

As imagens publicadas nas redes sociais mostram vestígios de fumaça no céu. Outras mostram uma janela destruída em um edifício.

Testemunha citadas pelas agências de notícias russas afirmaram que um drone "entrou em um apartamento" no 14º andar de um edifício residencial.

"Não houve explosão. A polícia pediu a todos os moradores que abandonassem os apartamentos", disse uma testemunha à agência Ria Novosti.

De acordo com Sobianin, as autoridades determinaram a evacuação de dois prédios residenciais de Moscou atingidos pelos drones.

Os moradores "poderão retornar aos apartamentos após a conclusão do trabalho dos serviços especiais", declarou o prefeito da capital russa.

"Esta manhã, os moradores de alguns distritos de Moscou ouviram explosões: era o nosso sistema de defesa antiaérea", anunciou o governador da região, Andrei Vorobiov.

Ele pediu aos moradores que permaneçam calmos e insistiu que "todos os serviços de emergência estão trabalhando".

O Comitê de Inquérito da Rússia, responsável pelas principais investigações no país, informou em um comunicado que está analisando a queda de drones em Moscou e afirmou que vários aparelhos foram derrubados quando se aproximaram da capital.

Moscou e sua região, a mais de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, quase não foram alvos de ataques com drones, mas este tipo de operação foi registrada com mais intensidade nas últimas semanas em outras áreas do território russo.

No início de maio, dois drones foram derrubados sobre o Kremlin, sede do poder russo, em um ataque atribuído à Ucrânia.

Também foram registrados ataques de drones contra bases militares e infraestruturas de energia na Rússia.

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, sancionou nesta segunda-feira (29) uma nova lei contra a comunidade LGBT+ que inclui duras punições para relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, até mesmo pena de morte. A norma é amplamente criticada pelos governos ocidentais e descrita como uma das mais repressivas do mundo.

A versão do projeto de lei assinada pela presidência de Uganda não criminaliza aqueles que se identificam como LGBT+, mas prescreve pena de morte para "homossexualidade agravada", que é definida como casos de relações sexuais envolvendo pessoas infectadas pelo HIV, bem como sexo com menores de idade e outras categorias de pessoas vulneráveis.

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Um suspeito condenado por "tentativa de homossexualidade agravada" pode ser preso por até 14 anos, de acordo com a legislação. Criticada pela ONU e por países como os Estados Unidos, a lei foi aprovada no Parlamento em 21 de março. Os legisladores, por sua vez, defenderam a norma, afirmando que essas medidas protegem a cultura nacional e seus valores.

Os EUA alertaram sobre as consequências econômicas da legislação descrita pela Anistia Internacional como "draconiana e excessivamente ampla". Os líderes do programa de Aids da ONU, do Plano de Emergência do Presidente dos EUA para Alívio da Aids e do Fundo Global, em uma declaração conjunta, disseram que "estão profundamente preocupados com o impacto prejudicial" da legislação sobre saúde pública e resposta ao HIV.

"O progresso de Uganda em sua resposta ao HIV está agora em grave perigo", disse o comunicado. "A Lei Anti-Homossexualidade de 2023 obstruirá a educação em saúde e o alcance que pode ajudar a acabar com a Aids como uma ameaça à saúde pública." Essa declaração observou que "o estigma e a discriminação associados à aprovação da lei já levaram à redução do acesso à prevenção, bem como aos serviços de tratamento" para pessoas LGBT+.

A presidente do Parlamento de Uganda, Anita Among, disse em comunicado que o presidente "atendeu aos clamores de nosso povo" ao assinar o projeto de lei. "Com muita humildade, agradeço aos meus colegas membros do Parlamento por resistirem a toda a pressão de valentões e teóricos da conspiração apocalíptica no interesse de nosso país", disse o comunicado.

Ainda que a homossexualidade seja criminalizada em Uganda desde as leis em vigor durante a colonização, nunca houve, desde a independência, em 1962, uma condenação por atos sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo.

O debate sobre a lei no Parlamento foi marcado por insultos homofóbicos. O próprio presidente se referiu a pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo como "pervertidas". A homossexualidade é criminalizada em mais de 30 dos 54 países africanos. (Com agências internacionais).

Os filhos do neozelandês Edmund Hillary e do nepalês Tenzing Norgay Sherpa presidiram nesta segunda-feira (29), no Nepal, a celebração do 70º aniversário da histórica conquista do Everest, a montanha mais alta do mundo, por seus pais.

"Por muitas razões, não foram apenas Ed Hillary e Tenzing Norgay que alcançaram o cume do Everest, mas toda a humanidade", disse Peter Hillary em uma escola fundada por seu pai, Edmund, na isolada localidade de Khumjung, a 3.790 metros de altitude.

"De repente, cada um de nós podia partir", acrescentou.

A conquista do "Teto do Mundo", que culmina aos 8.849 m de altitude, em 29 de maio de 1953, mudou o montanhismo para sempre e cobriu de glória o neozelandês e seu guia nepalês no mundo todo.

Membros das respectivas famílias se juntaram a moradores e autoridades locais na manhã de hoje para inaugurar o Escritório de Turismo Sir Edmund Hillary, instalado no mesmo prédio da escola inaugurada em 1961.

Lâmpadas foram acesas em frente aos retratos de Edmund Hillary e Tenzing Norgay Sherpa. Seus filhos, Peter Hillary e Jamling Norgay Sherpa, cortaram a fita vermelha, inaugurando o centro, oficialmente.

Um museu renovado também foi inaugurado em nome de Tenzing Norgay em Namche Bazar, o maior centro turístico na estrada do acampamento-base do Everest.

Em Katmandu, autoridades e centenas de montanhistas participaram de uma manifestação com faixas comemorativas.

Os melhores alpinistas nepaleses, entre eles Kami Rita Sherpa, apelidado de "o homem do Everest", que alcançou o cume pela 28ª vez na semana passada, foram homenageados em uma cerimônia.

Sanu Sherpa, o único que já escalou duas vezes os 14 picos mais altos do mundo, pediu ao governo que apoie os guias nepaleses, que assumem enormes riscos para acompanhar alpinistas estrangeiros em suas subidas.

Nas últimas sete décadas, mais de 6.000 pessoas escalaram o pico mais alto do mundo, de acordo com o site Himalayan Database. Mais de 300 alpinistas perderam suas vidas no mesmo período de tempo, incluindo 12 este ano.

Com cinco alpinistas desaparecidos no momento, 2023 é um ano recorde em termos de mortalidade no Everest.

Uma professora foi esfaqueada por um aluno nesta segunda-feira (29) em uma escola em Abbiategrasso, na Itália. 

A mulher, que tem 50 anos e não teve sua identidade revelada, foi atingida no braço e na cabeça. Ela foi levada às pressas para um hospital em Legnano.

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O aluno da escola Emilio Alessandrini, detido pela polícia pouco depois do ataque, também foi hospitalizado com ferimentos leves.

As autoridades locais informaram que o adolescente de 16 anos também ameaçou os outros alunos com uma arma de brinquedo.

"Nunca tivemos indícios da possibilidade de um comportamento como este ocorrer, certamente não poderíamos ter imaginado.

Uma reunião com o aluno e seus pais foi marcada para amanhã", relatou Michele Raffaeli, diretor da instituição de ensino.

Um colega de classe do aluno responsável pelo ataque afirmou que ele "parecia não ter emoções" durante a agressão.

"Ouvi todos gritando, me virei e vi que ele estava brandindo um punhal, começando a golpear a professora por trás, no ombro e no braço. Ele fez tudo sem gritar e sem dizer nada, não estava agitado, parecia não ter emoções", comentou a fonte.

"Na sequência, eu o vi levantar uma arma, enquanto a professora estava sendo escoltada para fora da sala, e imediatamente fugi junto com todos os outros", acrescentou.

A professora ferida foi visitada no hospital pelo ministro da Educação da Itália, Giuseppe Valditara.

"Depois da experiência da Covid-19, se multiplicaram os episódios de bullying, precisamente porque se interrompeu a relação interpessoal que é fundamental no desenvolvimento educativo. É bastante preocupante esse fenômeno de agressão a professores", disse o político.

Da Ansa

A transexual brasileira agredida por policiais em Milão, na Itália, formalizou uma denúncia contra os agentes por lesões com agravantes de abuso de poder e discriminação, além de tortura e ameaças graves.

A mulher tem 42 anos e sofreu chutes e golpes de cassetete durante uma abordagem policial em frente à biblioteca da Universidade Bocconi, na semana passada, provocando indignação no país.

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A denúncia foi levado ao Ministério Público pela advogada da vítima, Debora Piazza, que também está em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Milão. O caso é investigado pelas procuradoras Tiziana Siciliano e Giancarla Serafini.

    No último domingo (28), associações de defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ realizaram uma manifestação de apoio à brasileira em Milão, sob o slogan "vidas trans importam".

Logo após a agressão, um sindicato de policiais alegou que os agentes haviam sido atacados pela mulher, enquanto o governador da Lombardia, Attilio Fontana, reconheceu que as imagens da agressão eram "muito feias", mas pediu "cautela" para entender o que gerou a situação. 

Da Ansa

Várias explosões foram ouvidas nesta segunda-feira (29) no centro de Kiev, pouco depois do acionamento das sirenes antiaérea na capital da Ucrânia.

"Explosões na cidade, em bairros do centro", escreveu no Telegram o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko. "A defesa antiaérea está em ação", afirmou a administração militar da cidade.

"O ataque contra Kiev continua", declarou alguns minutos mais tarde o prefeito, que pediu aos moradores da cidade que permaneçam nos abrigos antiaéreos.

Klitschko disse que os serviços de emergência estão trabalhando para apagar o incêndio provocado pelos destroços de um foguete no distrito de Obolonskii, na zona norte da cidade.

Kiev permaneceu relativamente à margem dos ataques desde o início do ano, mas nas últimas semanas foi alvo de bombardeios quase todas as noites.

Poucas horas antes, o comandante do exército ucraniano, Valeri Zaluzhni, anunciou que o país interceptou 37 mísseis de cruzeiro e 29 drones de combate russos durante uma nova série de ataques noturnos.

"Durante a noite noite, os ocupantes atacaram instalações militares e infraestruturas essenciais. Eles lançaram quase 40 mísseis de cruzeiro 35 drones, a partir do norte e do sul", afirmou no Telegram. De todos os projéteis, 37 mísseis e 2 drones foram derrubados, destacou o comandante militar.

Um bombardeio russo atingiu uma instalação militar na região ucraniana de Khmelnitski, oeste do país, informaram as autoridades locais.

A China enviará na terça-feira (30) um astronauta civil ao espaço pela primeira vez, como parte de uma missão na estação Tiangong, anunciou a Agência Espacial de Voos Tripulados do país.

"O especialista em carga útil Gui Haichao é professor da Universidade Aeronáutica e Astronáutica de Pequim", anunciou o porta-voz da agência espacial, Lin Xiqiang, à imprensa nesta segunda-feira.

Até o momento, todos os astronautas chineses enviados ao espaço eram integrantes do Exército Popular de Libertação.

Gui, 34 anos, será "o principal responsável pela operação em órbita das cargas experimentais de ciência espacial", destacou Lin.

De acordo com a universidade, Gui é de uma "família comum" da província de Yunnan (norte do país).

Ele "sentiu interesse pelo setor aeroespacial pela primeira vez ao ouvir no rádio as notícias sobre o primeiro chinês a viajar ao espaço", Yang Liwei, em 2003, destacou a universidade nas redes sociais.

O comandante da missão será Jin Haipeng - em sua quarta missão espacial, de acordo com a imprensa estatal - e o terceiro tripulante será o engenheiro Zhu Yangzhu.

A decolagem está prevista para 9H31 locais (22H31 de Brasília nesta segunda-feira) no Centro Jiuguan de Lançamento de Satélites, informou a Agência Espacial.

- Sonho espacial -

Durante o governo do presidente Xi Jinping, a China intensificou as operações para conquistar o "sonho espacial".

A segunda maior economia do mundo investiu um grande orçamento no programa espacial, comandado pelos militares, com a esperança de enviar astronautas à Lua.

Pequim tenta alcançar Estados Unidos e Rússia depois de anos de atraso.

Além de uma estação espacial, a China planeja construir uma base na lua. A Agência Espacial pretende concretizar uma missão lunar tripulada até 2029.

O módulo final da estação Tiangong (que significa "palácio celestial") foi acoplado no ano passado à principal estrutura.

A estação contém vários equipamentos científicos de vanguarda, incluindo "o primeiro sistema de relógio espacial atômico frio", segundo a agência estatal de notícias Xinhua.

Após a conclusão, a Tiangong deverá permanecer em órbita terrestre baixa, a uma distância entre 400 e 450 km acima do planeta por pelo menos 10 anos, concretizando a ambição do país de manter uma presença humana no espaço por um longo período de tempo.

A estação terá uma tripulação permanente, em um sistema de rodízio com equipes de três astronautas, que conduzirão experimentos científicos e ajudarão a testar novas tecnologias.

A China não planeja utilizar a Tiangong em um sistema de cooperação mundial, como a Estação Espacial Internacional (ISS), mas Pequim declarou que está aberta à colaboração estrangeira.

O país está à margem da ISS desde 2011, quando Washington proibiu a Nasa de colaborar com Pequim.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, 69, venceu a eleição presidencial e vai governar o país por mais cinco anos, estendendo seu poder até 2028. Erdogan está no poder desde 2003, entre mandatos de primeiro-ministro e presidente. A projeção é da mídia estatal da Turquia.

Vitorioso nas urnas três vezes como premiê e outras duas como presidente, após promover mudanças nas regras eleitorais e na Constituição, Erdogan tem 52,1% dos votos, à frente do adversário, Kemal Kilicdaroglu, 74, que tem 47,8%. Os números são divulgados pela agência de notícias estatal, a Anadolu.

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Apesar de ter sido a disputa mais acirrada da história política de Erdogan - é a primeira vez que uma eleição presidencial vai para o segundo turno no país - o presidente turco reeleito teve 26 milhões de votos, 3 milhões a mais que seu adversário. Erdogan dominou a votação no centro do país, assim como o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), liderado por ele, e que obteve votação expressiva nas eleições parlamentares duas semanas atrás.

O adversário de Erdogan, Kemal Kilicdaroglu, ainda não se manifestou sobre o resultado. À frente de uma coalizão de seis partidos, ele votou em Ancara, capital do país, onde convidou os seus apoiadores a permanecerem próximos das urnas após o encerramento da votação, para acompanharem a contagem.

Os dois candidatos votaram perto das 12h (6h, em Brasília), ambos acompanhados pelas mulheres. Tanto Erdogan, em Istambul, quanto Kilicdaroglu, em Ancara, pediram que os eleitores fossem às urnas, diante de um clima aparentemente mais tranquilo em comparação com o primeiro turno, quando foi registrada afluência de 88%.

Assim que a votação foi encerrada, às 17h locais, o atual presidente agradeceu aos eleitores no Twitter e instigou os partidários a "cuidarem das urnas até o resultado final", na observação da contagem de votos. "Agora é hora de proteger a vontade de nossa nação até o último momento", escreveu.

O resultado indica que a crise econômica, que alimentou as esperanças da oposição de derrubá-lo, é uma pauta em segundo plano para a maioria dos turcos.

Principalmente sua base eleitoral coloca os interesses nacionais em primeiro lugar, em uma pauta identitária que muitas vezes coincide e se funde com a do Islamismo, que esteve na origem da carreira política do líder conservador.

De acordo com a rede al-Jazeera foram reportados ataques a observadores eleitorais, cédulas pré-preenchidas com votos em Erdogan e pessoas sendo impedidas de votar.

O presidente do Conselho Eleitoral Supremo da Turquia, Ahmet Yener, disse, no entanto, que a votação não foi prejudicada. "Não houve nenhuma situação negativa que tenha sido refletida em nosso conselho e que tenha impactado o processo de votação", disse ele a repórteres.

Turquia rumo à autocracia

A votação expressiva agora deve consolidar o domínio de Erdogan na vida pública da Turquia, um país estrategicamente localizado entre o Ocidente e o Oriente, membro da Otan, mas cortejado pela Rússia e pela China. Para analistas, a vitória deve dar controle ainda mais firme de Erdogan e seu governo cada vez mais autoritário.

"Erdogan tem apoio dos setores conservadores e religiosos do eleitorado de 64 milhões de pessoas, e é reconhecido como o homem forte que posicionou a Turquia como protagonista na geopolítica e deu voz ativa aos religiosos", afirmou diz Soner Cagaptay, que chefia a pesquisa sobre a Turquia no Washington Institute, uma organização de pesquisa política, e é autor do livro Um sultão no outono, sobre as mazelas do período Erdogan no poder.. "Essa concentração de poder, que começou coma reforma que acabou com a figura do primeiro-ministro e se estendeu com a perseguição política de adversários, deve aumentar ainda mais agora".

A campanha de Erdogan se concentrou nos avanços que ele disse que a Turquia conseguiu sob seu governo, como um país modernizado por megaprojetos como pontes e aeroportos e uma potência global independente que produzia suas próprias armas militares. Ele também atacou ferozmente a oposição, alegando que eles eram apoiados por grupos "terroristas", no que analistas disseram ser um sinal de desespero, já que ele flertou com a derrota pela primeira vez em anos.

Em uma tentativa de atrair os eleitores duramente atingidos pela inflação, Erdogan aumentou os salários e as pensões e subsidiou as contas de eletricidade e gás, ao mesmo tempo em que apresentava a indústria de defesa e os projetos de infraestrutura da Turquia.

A resiliência do presidente turco, quando consecutivas pesquisas previam sua derrota, certamente denota o controle sistemático de seu partido sobre os meios de comunicação e os tribunais do país (a Freedom House, entidade que classifica o estado da democracia nos países, baixou a colocação da Turquia de "parcialmente livre" para "não livre" em 2018).

Mas o autoritarismo vai muito além de votos e tiros. Televisão, música, monumentos e memoriais foram as principais alavancas de um projeto político: uma campanha de ressentimento cultural e renascimento nacional que culminou em maio, nos carpetes azul-esverdeados instalados sob a abóbada de Hagia Sophia.

Fora da Turquia, essa reviravolta cultural é com frequência descrita como "islamista", e Erdogan e seu Partido Justiça e Desenvolvimento, conhecido como AKP, realmente passaram a permitir expressões de religiosidade anteriormente banidas, como as mulheres cobrirem o cabelo com véus dentro de instituições públicas.

Mas esta eleição sugere que o nacionalismo, não a religião, pode ser o verdadeiro fio condutor da revolução cultural de Erdogan. Suas celebrações do passado otomano - e o ressentimento dos que supostamente o odeiam, seja no Ocidente ou dentro da Turquia - caminham ao lado de esforços nacionalistas não relacionados com o Islã.

O país organizou campanhas agressivas pela devolução de antiguidades greco-romanas levadas para museus no Ocidente. Equipes estrangeiras de arqueologia tiveram permissões de trabalho canceladas. A Turquia se posiciona na vanguarda obscura de uma tendência vista por toda parte hoje, principalmente nos Estados Unidos: uma política cultural de ressentimento perpétuo, quando a indignação é mantida mesmo após a vitória.

Crise econômica à vista

O índice de inflação na Turquia está em 44%. Os consumidores têm visto seus salários comprar cada vez menos comida, e agora, gastos do governo em benesses e esforços para sustentar o valor da moeda ameaçam o crescimento econômico e poderiam empurrar o país para a recessão.

O desafio será duro para Erdogan. "A economia relativamente forte dos trimestres recentes foi produto de políticas insustentáveis, portanto muito provavelmente haverá contração ou recessão", afirmou Brad Setser, especialista em comércio global e finanças do Council on Foreign Relations.

"Os trabalhadores turcos se sentirão mais pobres quando o valor da lira cair", afirmou ele sobre a moeda local. "As pessoas terão mais dificuldade de encontrar emprego para ganhar um salário que cubra o custo de vida."

A turbulência econômica na Turquia, uma das 20 maiores economias do mundo, poderia ecoar também globalmente, em razão de sua extensa rede de relações de comércio internacional.

Em sua primeira década na presidência, Erdogan coordenou um crescimento econômico dramático, que transformou cidades turcas e retirou da pobreza milhões de pessoas. Mas alguns desses ganhos têm erodido nos anos recentes. A moeda nacional perdeu 80% de seu valor em relação ao dólar desde 2018. E o índice anual de inflação, que chegou a mais de 80% em seu auge, no ano passado, baixou, mas no mês passado ainda permanecia em 44%, fazendo muitos turcos se sentir mais pobres.

Enquanto a ortodoxia econômica normalmente requer aumentar taxas de juros para combater a inflação, Erdogan tem insistido em fazer o oposto, reduzindo-as repetidamente - o que, segundo economistas, exacerbou o problema.

Durante sua campanha pela reeleição, Erdogan não demonstrou nenhuma intenção de alterar suas políticas, dobrando a aposta em sua convicção de que juros baixos ajudam a economia a crescer por ocasionar crédito barato para aumentar a manufatura e as exportações turcas.

Erdogan prometeu "combater" a crise eeconômica. "Nós trabalharemos incansavelmente até colocar a Turquia entre as dez maiores economias do mundo", afirmou Erdogan em um comício este mês. "Se hoje a realidade na Turquia não permite que seus pensionistas, trabalhadores e funcionários públicos sejam esmagados pela inflação, é porque nós fomos bem-sucedidos em apoiar vocês."

Maioria no Parlamento

Além disso, a aliança liderada pelo Partido da Justiça e Desenvolvimento, de Erdogan, manteve sua maioria no parlamento de 600 assentos, embora a assembleia tenha perdido muito de seu poder após um referendo que deu à presidência poderes legislativos adicionais. O AKP de Erdogan e seus aliados garantiram 321 assentos na Assembleia Nacional, enquanto a oposição conquistou 213 e os 66 restantes foram para uma aliança pró-curda, de acordo com resultados preliminares.

Howard Eissenstat, professor associado de história e política do Oriente Médio na St. Lawrence University, em Nova York, disse que esses resultados deram a Erdogan uma vantagem no segundo turno, porque os eleitores não gostariam de um "governo dividido".

Quase 89% dos eleitores elegíveis na Turquia votaram e mais da metade dos eleitores estrangeiros foram às urnas. A participação eleitoral na Turquia é tradicionalmente forte, apesar do governo suprimir a liberdade de expressão e reunião ao longo dos anos e especialmente desde a tentativa de golpe de 2016.

Terremoto esquecido?

Os terremotos de fevereiro deste ano no sul da Turquia deixaram cicatrizes em um curral eleitoral de Erdogan, mas não foram suficientes para abalar a popularidade do líder turco. Os tremores deixaram a maior parte da cidade em ruínas. Um boom imobiliário de duas décadas por aqui, emblemático em relação ao foco nacional de Erdogan em desenvolvimento, mais do que dobrou a população local, para cerca de 25 mil pessoas.

Um em cada seis habitantes de Nurdagi morreu nos terremotos. Mais de 50 mil pessoas morreram na região, de acordo com cifras oficiais; muitos observadores acreditam que o número real é muito maior. Os resultados relatados pela agência estatal Anadolu mostraram que o partido de Erdogan domina a região, vencendo 10 das 11 províncias em uma área que tradicionalmente apoia o presidente. Isso ocorreu apesar das críticas à resposta lenta de seu governo ao terremoto de magnitude 7,8 que matou mais de 50.000 pessoas.

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