Diretora acusa analista por parecer adulterado

Diretora de Mobilidade Urbana no Ministério, anunciou sindicancia para apurar como nota técnica original, contrária ao projeto suspeito de fraude, foi parar no processo

Agência Estadopor Agência Estado qui, 24/11/2011 - 20:14

No papel de porta-voz do ministro Mário Negromonte, a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Vianna, anunciou a abertura de uma sindicância, não para apurar a fraude na aprovação do modelo de transporte público de Cuiabá, mas para identificar como a nota técnica original, contrária ao projeto, foi parar no processo.

O problema é que a assinatura da própria Luiza Vianna aparece com a expressão "de acordo" no verso desta nota. Hoje (24), ela negou que tenha havido fraude no processo. "De jeito nenhum houve fraude", disse durante conversa com jornalistas. Segunda ela, o documento original que vetava a troca do BRT pelo VLT, R$ 700 milhões mais caro, foi apenas revisado. "A nota técnica foi revisada porque continha vícios de linguagem e de opinião pessoal", argumentou.

Ela apontou o analista técnico Higor Guerra como o responsável por quaisquer irregularidades no documento. Escorada no discurso de que a mudança foi pedida pelo governo de Mato Grosso, Luiza disse que "estudos técnicos" embasaram a decisão. Só não contou que a equipe técnica é contrária ao projeto.

A diretora reforçou "que, em nenhum momento, a correção do documento expressou a opinião daquela diretoria nem do Ministério das Cidades". Ela culpou o analista técnico Higor Guerra, que representava o Ministério das Cidades nas reuniões sobre projetos de Mobilidade Urbana em Cuiabá (MT), pelo teor do conteúdo do parecer que, posteriormente, foi alterado para justificar a troca.

"Houve uma quebra de confiança (com o Higor). Ele fez um papel que não é dele. Não é a primeira que o Higor tem pareceres revistos", acusou. Ela destacou que a mudança não traz ônus para o governo federal e que nenhum contrato ainda foi assinado. No entanto, omitiu que todo o dinheiro do projeto será bancado por um banco oficial, a Caixa Econômica Federal.

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