Lula e Dilma saem em defesa do programa Bolsa Família
Discursos dos dois petistas dão uma mostra de como será a campanha da presidente para a reeleição
Cada um da própria forma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff criticaram os opositores do Bolsa Família, durante a cerimônia realizada nesta quarta-feira (30) em Brasília em comemoração pelos 10 anos do programa. A iniciativa foi criada em 2003, no governo Lula, e foi ampliado nos últimos três anos, na gestão de Dilma. Antes dos discursos deles, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, apresentou um balanço.
Com bom humor e comentários enfáticos, Lula citou várias matérias jornalísticas e artigos que, na época do lançamento do programa, previam fracos resultados. "Eram visões extremamente preconceituosas. Eles tentavam transferir para o pobre a responsabilidade pelo abismo social que sempre existiu entre a população pobre e a elite que estava no poder", pontuou.
"O engraçado é que mal as pessoas tinham entrado no programa já tinha gente querendo que eles saíssem", lembrou ele, sobre as cobranças feitas nos primeiros anos no programa. "Se eu voltasse no tempo, eu começaria outra vez pelo combate à fome e à desigualdade, começaria outra vez pelo Bolsa Família", garantiu Lula.
Dilma Rousseff também engrossou o coro. "Não é esmola; é um programa de transferência de renda. Não é caridade; é uma tecnologia social de distribuição de renda e combate a desigualdade", frisou. "Ninguém que governou de costas para o povo tem legitimidade para atacar os programas sociais que estamos promovendo, porque eles não entendem a vida dos pobres e nem querem enxergar a pobreza", alfinetou Dilma, apontando a postura que adotará durante a campanha para as eleições de 2014.
Ela também garantiu a continuidade do programa. "Muitos gostam de repetir que o Bolsa Família tem que acabar, porque já durou demais. Repetem também aquela história de que o Bolsa Família vicia. Agora a pergunta é a seguinte: como é que já durou demais? Como é possível acabar em uma década com a miséria que foi construída durante séculos? Foram séculos de descaso, de não enxergar a pobreza", pontuou. A presidente também classificou o programa como "emancipador", por transferir "poder ao cidadão".