Insatisfação de João Lyra pode interferir no Governo
Vice-governador não participou da formação da chapa da Frente Popular
Não era preciso estar presente nos corredores do Palácio das Princesas para saber do descontentamento do vice-governador João Lyra (PSB) com a formação da chapa da Frente Popular para a disputa eleitoral em Pernambuco. O ex-pedetista nunca foi apontado como um dos favoritos a concorrer ao Governo do Estado. Preterido pelo secretário Paulo Câmara (Fazenda), o pessebista não consegue esconder sua insatisfação.
Nos bastidores, comentava-se que a demora do governador Eduardo Campos (PSB) em escolher o candidato era por conta do descontentamento de João Lyra em ficar de fora da disputa. Excluído da reunião da última semana, que culminou na formação da chapa, o vice-governador chegou ao seu limite.
No evento que lançou a formação da chapa da Frente Popular, João Lyra manteve-se sereno na maior parte do tempo, dando apenas alguns sorrisos quando recebia elogios dos seus correligionários. Ao lado de Eduardo Campos e dos postulantes aos cargos majoritários, o vice-governador mostrava-se pouco à vontade. No final do encontro conversou rapidamente com os partidários e saiu sem falar com a imprensa.
A partir do dia 4 de abril João Lyra assumirá o Governo. Ele será “o dono da caneta” do Palácio das Princesas. Em discursos anteriores, o pessebista afirmava que daria continuidade a administração de Eduardo Campos – que sairá do cargo para concorrer à Presidência da República. Mas, com os recentes episódios e sua “exclusão” na candidatura, o vice-governador poderá enfrentar um dilema de continuar o legado do líder do PSB, esperando ser ‘beneficiado’ com uma possível vitória da Frente Popular, ou dar uma nova cara na gestão estadual com a esperança de crescer seu campo eleitoral, independente da movimentação política do antigo gestor.