Edilson acusa Uchoa de articular rejeição da Frente LGBT
O psolista, no entanto, garantiu que não vai desistir de ampliar a discussão sobre as políticas públicas voltadas para o segmento
Autor do requerimento que criaria a Frente Parlamentar em Defesa da Cidadania LGBT, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) afirmou, em entrevista concedida ao Portal LeiaJá, que não vai desistir de criar um grupo na Casa para discutir as políticas públicas do segmento. De acordo com ele, a rejeição da proposta nesta terça-feira (17) atesta que o tema é “proibido” na Alepe e “deixa um alerta” a classe LGBT.
“Não foi uma derrota nossa, mas da Alepe. Como pode uma assembleia não tem 25 deputados que se disponham a criar um grupo externo de debate com o segmento LGBT? O que aconteceu hoje só prova que existe um tema proibido na Casa Legislativa: o LGBT”, disparou Silva.“A população LGBT ganha a oportunidade de perceber quais são os limites do poder legislativo de Pernambuco. Fica um alerta muito estridente para eles”, acrescentou, dizendo que o movimento vai cobrar mais respeito.
Para o psolista, a bancada de oposição cumpriu o seu papel ao se posicionar contra o requerimento, no entanto uma manobra do presidente da Cada Joaquim Nabuco, o deputado Guilherme Uchoa (PDT), ampliou as ausências fazendo com que o assunto não conquistasse a quantia necessária de votos favoráveis. Segundo ele, três deputados deixaram o plenário após uma conversa com Uchoa.
“Houve foi uma clara intervenção do presidente da Casa que desceu para o plenário para articular contra aprovação do requerimento. Deixando a entender que o problema no trato com a demanda da população LBGT não é de alguns deputados que se dizem evangélicos. A proibição é mais ampla”, cravou. “O que aconteceu hoje foi uma postura pequena e medieval. Retrograda e reacionária. Não estávamos votando nenhuma política pública, mas apenas que a assembléia ia ter um espaço interno onde essas questões seriam discutidas”, acrescentou o deputado.
Reforçando que o tema não trava uma disputa entre governo e oposição, Edilson Silva afirmou que os próximos passos serão: conversar com os 23 deputados que votaram a favor da Frente LGBT, estudar o Regimento Interno da Alepe para vê se há possibilidades de retornar a pauta para a avaliação em plenário e aguardar que alguns deputados, como Priscila Krause (DEM), retorne de licença para votar novamente a proposta.