“Reforma política é antidemocrática”, diz líder do PSTU

Entre os temas recriminados, Zé Maria pontuou a cláusula de barreia devido o tempo de TV

por Élida Maria dom, 31/05/2015 - 14:15
Ausônio Silveira/LeiaJáImagens/arquivo O líder nacional do partido fez uma análise política das propostas da reforma política Ausônio Silveira/LeiaJáImagens/arquivo

O presidente nacional do PSTU, Zé Maria, criticou a aprovação, nesta semana, dos temas da reforma política na Câmara dos Deputados, em Brasília. Para o político, a legenda mais prejudicada com as novas propostas foi o PSTU.

Entre as reclamações, o tema cláusula de barreira é um dos considerados graves para a legenda, principalmente porque afeta no tempo de TV. "A cláusula de barreira votada pela Câmara já seria grave só pelo fato de que a decisão de tirar o tempo de TV dos partidos sem representação parlamentar foi feita pelos próprios partidos que já tem representação parlamentar. Eles legislaram em causa própria e decreta o monopólio do tempo de TV para os próprios partidos", questiona Zé Maria.

Além deste ponto, o líder do PSTU reclama do sistema eleitoral brasileiro como um todo. "Mas o problema é mais grave. O sistema eleitoral brasileiro que já é profundamente desigual fica ainda mais injusto e antidemocrático. E, não é só antidemocrático com o nosso partido e com os demais que também foram prejudicados. É antidemocrático também com o povo brasileiro. Sim, porque a população tem o direito de conhecer as ideias do nosso partido, assim como dos demais", alfinetou.

Zé Maria fez análises políticas e criticou o PMDB, PSDB e PT. "Ainda somos obrigados a ouvir que o que se quer é acabar com os partidos de aluguel? Ora, partido de aluguel é o PMDB que não fez outra coisa nos últimos 20 anos do que alugar o seu tempo na TV, ora para o PSDB ora para o PT. A moeda com que se pagou este aluguel foram os ministérios, os cargos na direção de estatais que FHC, Lula e agora a Dilma deram a este partido", denuncia. 

Sobre a não destinação do Fundo Partidário para as siglas sem representação parlamentar, o presidente do PSTU relembrou a posição da sigla. "Somos contra este fundo, não achamos que seja certo: o Estado financiar os partidos. Nenhum partido deveria recebê-lo", argumenta, reclamando em seguida do financiamento das campanhas eleitorais. "O que era ruim, ficou pior. Além da censura de alguns partidos, a Câmara institucionalizou a corrupção. A doação das empresas é na verdade um investimento cobrado depois das eleições em privilégios e contratos superfaturados", analisou. "Somos contra o financiamento empresarial e, inclusive, fomos o único partido a apoiar a ação da OAB no Supero Tribunal Federal proibindo este tipo de prática por ser inconstitucional", destacou. 

O membro do PSTU fez ainda um chamado as organizações dos trabalhadores do país a se posicionarem e lutarem contra a reforma. "As liberdades democráticas só existem para alguns, não existem para ninguém. Esta luta, portanto, é de todos que defendem a liberdade e a democracia", afirmou Zé Maria.

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