Petistas tentam obstruir sessão da CPI da Petrobras
Membros do partido reclamaram da manobra usada para aprovação dos requerimentos e acusaram o presidente do colegiado de agir contra o PT
A aprovação em bloco de 140 requerimentos de convocações e acareações na semana passada está gerando discussões da CPI da Petrobras, nesta terça-feira (16). Deputados do PT compareceram em peso à reunião e acusam o presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), de agir contra a legenda e “acobertar” pessoas ligadas a outros partidos.
Os petistas ouviram reclamações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela convocação de Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula. Ele deverá prestar esclarecimentos sobre doações recebidas pela empreiteira Camargo Corrêa. "Vocês não podem deixar o PT levar essa bola nas costas", exigiu Lula, em conversa reservada com petitas durante o Congresso Nacional do partido.
Logo no início da sessão, o deputado Afonso Florence (PT-BA) solicitou a leitura da ata da sessão anterior, algo que normalmente é dispensado. Após a extensa leitura, inclusive da relação de todos os requerimentos aprovados, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), fez questão de registrar que votou contra todos os pedidos.
Durante a discussão da ata, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) reclamou da manobra usada para a aprovação dos requerimentos, já que sessão ocorria ao mesmo tempo em que a Ordem do Dia era iniciada no plenário da Câmara. "Foi usada uma janela do plenário, articulada para aprovar em bloco esses requerimentos. Quero protestar contra essa manobra e especialmente contra a convocação do presidente do Paulo Okamoto. O Instituto Lula nunca teve envolvimento com o esquema de corrupção na Petrobras", frisou.
O presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), rebateu as acusações e disse que “sempre agiu com imparcialidade na condução dos trabalhos”. “Quero aqui salientar que o vice-presidente da República Michel Temer nunca interferiu no colegiado”.
A reunião foi convocada para ouvir os depoimentos de dois executivos ligados à empresa Sete Brasil, Newton Carneiro da Cunha e João Carlos de Medeiros Ferraz. As oitivas virão após a discussão da ata.