Representando a liderança do PSDB, o deputado federal Daniel Coelho rebateu, na tarde desta sexta-feira (15), na Câmara Federal, a crítica de que o julgamento da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa seria baseado em impopularidade e não em crime de responsabilidade. Em um discurso duro, durante a hora reservada à legenda, o pernambucano disse que o quantitativo de votos recebidos pela petista não é “salvo conduto” para a corrupção. 

De acordo com Coelho, a primeira Constituição do país já previa o descumprimento do orçamento votado pelo Congresso Nacional como crime de responsabilidade. “Somente nas ditaduras não há espaço para discutir os gastos do governo”, observou. “Dizer que não há crime. Como utilizar 70 bilhões sem autorização do congresso não é crime? Como considerar isso um ato normal?”, acrescentou lembrando o valor das pedaladas fiscais. 

Para o deputado, as pedaladas configuram “um crime da maior gravidade” porque “esses R$ 70 bilhões que fazem falta nas escolas e nos hospitais é do povo brasileiro”. Além disso, Daniel denunciou que ao contrário do que diz o governo, as pedaladas fiscais foram praticadas não apenas para custear programas sociais, como o Bolsa Família, mas também para emprestar recursos para Cuba e Venezuela. 

“Desses [70 bilhões], R$ 30 bilhões foram usados pelo BNDES para que o dinheiro fosse emprestados para Cuba, Venezuela e para empresários como José Carlos Bumlai, parceiro de Lula nas negociatas do governo federal”, acusou o pernambucano.

Veja o discurso do deputado Daniel Coelho: