Cardozo: rito está sendo respeitado, mas não há justiça

Ele afirmou que a defesa e os senadores aliados de Dilma Rousseff utilizarão todos os recursos possíveis para tentar suspender o processo e provar que não houve crime de responsabilidade

por Dulce Mesquita ter, 09/08/2016 - 13:56
Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo O ex-ministro José Eduardo Cardozo é responsável pela defesa da presidente Dilma Rousseff Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo

Defensor da presidente Dilma Rousseff no processo de impeachment instaurado no Congresso Nacional, o ex-ministro José Eduardo Cardozo considerou que, embora o rito de impeachment esteja sendo respeitado, não há justiça no processo.

“A acusação está pressionando para que o julgamento acabe logo. Não há uma preocupação por parte deles de provar ou descaracterizar provas contra a acusação. É um processo político, sem nenhuma base constitucional. Pressa governa os atos da acusação e não a justiça, e não a prova”, acusou.

Cardozo afirmou que a defesa e os senadores aliados de Dilma Rousseff utilizarão todos os recursos possíveis para tentar suspender o processo e provar que não houve crime de responsabilidade. “Nós utilizaremos tudo o que nós pudermos, mas sem procrastinar o processo, para continuar demonstrando aquilo que já está demonstrado: de que não há provas, de que a situação que nós temos em relação a presidente Dilma Rousseff é de pretextos que são utilizados para que ela seja afastada politicamente de suas funções”, frisou.

Já o jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do processo de impeachment, rebateu as críticas de Cardozo e sustentou que o "conjunto de provas conspira contra" Dilma, que tentou “maquiar as contas públicas”. "Sejam as provas testemunhais, as provas documentais, e a prova pericial, que foi tão exigida pela acusada, e que veio frontalmente contra a presidente Dilma". "A prova está contundente da demonstração do maior desrespeito fiscal, da ocultação dos números, da situação financeira do País perante o Congresso Nacional e a sociedade", disse.

Para ele, as questões de ordem apresentadas pela oposição no início da sessão desta terça-feira (9), representam mais uma tentativa dos aliados de Dilma de procrastinar o processo. “É mais um lenga-lenga deles. Nós temos visto isso desde o início do processo e esse lenga-lenga continuou hoje”, considerou.

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