Defesa diz a Moro que Bumlai foi internado
O pecuarista é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por crimes financeiros no empréstimo de R$ 12 milhões da Schahin para o PT em 2004
A defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, o amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informou nesta quinta-feira (18) ao juiz federal Sérgio Moro que seu cliente foi internado. Petição anexada aos autos da Operação Lava Jato afirma que o pecuarista, de 71 anos, se compromete a apresentar "os resultados dos exames e o diagnóstico médico tão logo estes forem concluídos".
O pecuarista é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por crimes financeiros no empréstimo de R$ 12 milhões da Schahin para o PT em 2004.
O documento informa que, após avaliação médica, foi determinada a internação "para realização de exames e investigação de quadro infeccioso". A defesa também anexou aos autos um "pedido de internação" por "quadro febril a esclarecer".
Bumlai foi preso preventivamente em novembro de 2015 na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato. Em março deste ano, foi colocado em custódia domiciliar pelo juiz Moro para tratar de um tumor na bexiga. Durante o tratamento, Bumlai foi submetido a uma cirurgia cardíaca.
Em 10 de agosto, o juiz da Lava Jato mandou restabelecer a prisão preventiva do amigo de Lula. A decisão determinou que Bumlai se apresente à Polícia Federal em 23 de agosto.
Em 11 de agosto, a defesa de Lula requereu habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal. O pedido está nas mãos de Teori Zavascki, ministro relator da Lava Jato na Corte máxima. O habeas corpus busca derrubar decisões sucessivas da primeira instância, com Sérgio Moro, passando pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e pelo Superior Tribunal de Justiça.
O argumento central dos criminalistas que defendem Bumlai é que seus antecedentes são bons, ele não representa risco de fuga e, desde que foi capturado, tem colaborado com a Justiça esclarecendo todos os fatos.
Nesta quarta-feira, 17, Bumlai esteve na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo para depor sobre o sítio de Atibaia (SP), que a Lava Jato suspeita ser de Lula. O pecuarista chegou e saiu da sede da PF amparado pelos advogados Daniella Meggiolaro e Conrado de Almeida Prado.
Bumlai declarou ao delegado Marcio Anselmo que a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, mulher do ex-presidente Lula, queria ampliar Santa Bárbara, em Atibaia, para passar os fins de semana. Segundo Bumlai, Marisa pediu a ele que os ajudasse na ampliação das acomodações.
O pecuarista afirmou à PF que solicitou a um engenheiro da usina da sua família, que estava em obras, que atendesse ao pedido e, depois deste pedido, não teve mais contato com o assunto. Bumlai declarou que "o engenheiro providenciou tudo". O ex-presidente Lula nega ser proprietário do sítio.