“Os patos amarelos retornaram à Câmara”, diz Wyllys
Parlamentares, que são contra a terceirização, na noite de hoje, estão na Câmara segurando patos amarelos infláveis, ironizando a Federação das Indústrias de São Paulo, que é a favor do projeto
Na noite desta quarta-feira (22), em breve pronunciamento ao vivo na Câmara dos Deputados, transmitido pelo seu Facebook, durante a votação do projeto de terceirização, o deputado Jean Wyllys (PSol) mostrou a situação caótica da Casa com diversos parlamentares segurando patos amarelos infláveis.“O pato é símbolo desses tempos sombrios. Os patos amarelos retornaram à Câmara, não como símbolo, os patos vieram ironizando justamente o fato de que a Fiesp [Federação das Indústrias de São Paulo] está pressionando o governo golpista a aprovar a lei da terceirização”, contou.
O parlamentar disse que a “presença dos patos” tem como objetivo constranger os colegas da base do presidente Temer para votarem contra o projeto de lei. Na verdade, a referência é ao “Pato da Fiesp”, que se tornou símbolo da Federação, que foi usado em campanha contra a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e outros impostos durante o governo de Dilma Rousseff.
Jean Wyllys pontuou que o projeto, caso aprovado, irá derrubar diversos diretos dos trabalhadores ao permitir a terceirização de empresas, que irão demitir os funcionários fixos para recontratá-los como “pessoas jurídicas” e não de acordo com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
O psolista ainda ressaltou informações, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no qual diz que um trabalhador terceirizado tem um jornada de três horas a mais e que ganha, em média, 27% a menos que um profissional contratado conforme as regras da CLT. “Além disso, os terceirizado são mais acometidos por acidentes de trabalho e a rotatividade é muito alta. Esse projeto votado hoje amplia o contrato temporário para seis meses [nas regras atuais são três meses] e poderá ser renovado por mais seis meses”.
Jean pediu para que a população não deixe se enganada. “Ele não vai elevar o número de empregos, irá abolir direitos atuais como férias, licença maternidade e seguro desemprego”, acrescentou.
O governo Temer defende a terceirização em todas as atividades de uma empresa privada e no serviço público. Enviada pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002), a proposta já foi aprovada pelo Senado. Caso for aprovado pelos deputados, seguirá para sanção de Temer.