Mulher é vista como um instrumento, diz Humberto Costa

O senador disse que a morte da fisioterapeuta Mirella foi fruto de uma sociedade que vê a mulher como um instrumento que tem que ser controlado pelo homem

por Taciana Carvalho qui, 06/04/2017 - 18:04
André Corrêa André Corrêa

O senador Humberto Costa (PT) disse, nesta quinta (6), que o assassinato da fisioterapeuta Tássia Mirella, encontrada morta dentro de casa, chocou o estado. Ele ressaltou que a morte da jovem evidencia o machismo existente na sociedade. 

O petista afirmou também que o caso de Mirella não é um fato isolado. “É o retrato de uma sociedade misógina, que objetifica a mulher e a vê como um instrumento que tem que ser controlado pelo homem, ao ponto de ele ter poder sobre a sua vida e sobre a sua morte”, declarou. 

Humberto Costa contou que, segundo dados da Secretaria de Defesa Social, 280 mortes de mulheres foram registradas no ano passado. Também salientou outro dado preocupante: o Brasil seria o quinto país em número de feminicídios do mundo, de acordo com ele. 

“Um dia chamam as mulheres de belas, recatadas e do lar. No outro reduzem o papel delas aos afazeres e à economia doméstica. Uma mulher foi afastada da presidência da República em uma ação política que teve um componente extremamente misógino. Isso sem falar que este governo que aí está cortou, este ano, cerca de 60% da política de proteção às mulheres. A gente sabe como o governo Temer vem estimulando vários retrocessos nesta área. A luta contra o machismo tem que ser constante e permanente”, continuou.

O parlamentar foi membro da CPMI da Violência Contra a Mulher no Senado, responsável por elaborar a proposta que tipificou o feminicídio como homicídio qualificado. “O feminicídio é o crime praticado contra a mulher por razões de gênero violência doméstica, familiar violência sexual, mutilação da vítima ou emprego de tortura. A pena definida pelo Código Penal é de 12 a 30 anos de reclusão”, explicou.

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