Coronéis e empresários são encaminhados para presídios

Dos detidos na operação que investiga esquema criminoso que desviou recursos destinados para as vítimas das enchentes, apenas o tenente-coronel Laurinaldo Félix teve a prisão domiciliar decretada

por Giselly Santos sex, 10/11/2017 - 08:51

Depois de audiências de custódia realizadas na 36ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) na noite dessa quinta-feira (9), os presos temporariamente (por cinco dias) na Operação Torrentes, deflagrada pela Polícia Federal para investigar um esquema criminoso de desvio de recursos públicos que seriam destinados para a assistência das vítimas das enchentes na Mata Sul, em junho de 2010 e em maio deste ano. 

Três dos quatro coronéis da Polícia Militar presos Fábio de Alcântara Rosendo, Roberto Gomes de Melo Filho e Waldemir José Vasconcelos de Araújo foram encaminhados para recolhimento na Academia da Polícia Militar, em Paudalho, na Mata Norte. Já o tenente-coronel Laurinaldo Félix Nascimento teve decretada sua prisão domiciliar com monitoramento eletrônico, em razão da necessidade de submissão a procedimento médico.

Os empresários Antônio Manoel de Andrade Junior, Antônio Trajano da Rocha Neto, Heverton Soares da Silva, Ricardo Henrique Reis dos Santos, Ricardo José de Padilha Carício, e Daniel Pereira da Costa Lucas, foram encaminhados para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife. 

As também detidas na Operação, Roseane Santos Andrade, Taciana Santos Costa, Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha e Rafaela Carrazzone da Cruz Gouveia Padilha foram encaminhadas para a Colônia Penal Feminina do Recife (Bom Pastor). 

De acordo com a Polícia Federal todas ordens judiciais previstas, exceto a prisão temporária de Ítalo Henrique Silva Jaques. O empresário não foi encontrado em sua residência, mas o advogado que o representa ficou de apresentá-lo nesta sexta-feira (10).

Materiais apreendidos

A PF informou que durante a operação foram arrecadados documentos fiscais, computadores, mídias eletrônicas, celulares e discos rígidos que passaram por uma perícia técnica a fim de subsidiar as investigações que estão em andamento.  

Os contratos investigados totalizam R$ 450 milhões para compra de comida, colchões, filtros de água e lonas de proteção para os desabrigados. Segundo a PF, a fraude no valor de contratos para reestruturação de municípios da Mata Sul de Pernambuco após as enchentes de 2010 e deste ano pode chegar até a 30%. 

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