Biometria: eleitor que não fizer pode perder benefícios

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Luiz Carlos Figueiredo, alertou que o cidadão pode perder o direito do Bolsa Família e do Fies como exemplo

por Taciana Carvalho qua, 29/11/2017 - 12:37
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O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) convocou um evento, na manhã desta quarta-feira (29), para falar sobre um problema grave que acontece em alguns municípios: a falta do recadastramento biométrico por parte dos eleitores. Foram convocados para participar do evento prefeitos, vereadores e líderes comunitários, no entanto apesar do esforço do tribunal em falar sobre o assunto, apenas participaram da reunião cinco gestores dos municípios pernambucanos do total dos 19 que foram convocados, o que significa um número bem abaixo do esperado. 

No seu pronunciamento, o presidente do TRE-PE, Luiz Carlos Figueiredo, lamentou a ausência ressaltando que entendia os motivos dos que comandam cidades distantes, porém que poucos argumentos teriam os demais prefeitos. Para se ter uma ideia, a meta do órgão para 2017, era atender pouco mais de 633 mil eleitores, mas até agora foram atendidos cerca de 576 mil, ou seja, resta um saldo de aproximadamente 57 mil eleitores.  

Desse número, as cidades que concentram 80% desse déficit são Camaragibe, São Lourenço da Mata e Cabo de Santo Agostinho. A capacidade de atendimento de Camaragibe diário é de 800 eleitores por dia, mas a média de outubro passado foi de 216. Em São Lourenço, a média seria atender 500 cidadãos por dia, mas a realidade é que pouco mais de 100 procuraram diariamente os cartórios eleitorais. 

Figueiredo destacou que esse é um problema que atinge a sociedade inteira e que é preciso agilizar a biometria para conseguir resultados expressivos no menor espaço de tempo. Ele avaliou que há dois pontos prejudiciais nesse contexto: perde o município e a população. 

"Há duas categorias de prejuízos: o próprio município que quando for fazer o cálculo do FPM, por exemplo, que pode ter uma diminuição, e depois o eleitor que recebe o Bolsa Família. Quando chegar na época do recadastramento, se ele não tiver o título de eleitor, ele não será recadastrado. Se quiser entrar no programa Minha Casa, Minha Vida a mesma coisa", alertou.

Os prejuízos também podem chegar para aqueles que buscam o apoio do Fies para ingressar na universidade. "Se você tem um filho que está na luta, que não tem como pagar e precisa do Fies, também não terá. Se for algum abonado financeiramente e quiser viajar para o exterior, na hora que for tirar o passaporte também não conseguirá", explicou o presidente.  

"O arquivo dos tribunais eleitorais são tão fortes que hoje quem tem a biometria do TRE e vai tirar um passaporte, ele [cidadão] não faz a biometria novamente. A própria Polícia Federal já aceita os nossos. São coisas importantes na vida das pessoas", pontuou. 

Quem precisa fazer o recadastramento deve acessar o site do tribunal, realizar o pre-agendamento e se dirigir ao cartório especificado na data e horário marcado com o título de eleitor e um documento oficial de identificação.

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