Alvo de processo no PDT, Tabata diz: Não fui eu quem traiu

A deputada federal lembrou que o PDT firmou um compromisso com o movimento Acredito garantindo 'práticas partidárias mais democráticas e transparentes', além do diálogo

seg, 29/07/2019 - 11:01
Will Shutter/ Câmara dos Deputados Will Shutter/ Câmara dos Deputados

A deputada federal Tabata Amaral (SP) entrega, nesta segunda-feira (29), a sua defesa ao Conselho de Ética do PDT, onde responde administrativamente por ter votado a favor da reforma da Previdência no primeiro turno da votação da proposta na Câmara dos Deputados. Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo de hoje, a parlamentar rebateu as críticas que recebeu de membros da legenda sobre sua postura e disse que não agiu como traidora.

“Fui chamada de traidora por ousar, como parlamentar mulher e jovem, dizer sim a reforma da previdência que havia mudado desde a sua apresentação”, ressalta no texto. “Não fui eu quem traiu”, acrescenta pouco depois. 

Tabata aproveitou a ocasião, que coincidiu com o dia da apresentação da sua defesa, para lembrar que ingressou no PDT a partir de um compromisso assumido pelo partido com o movimento de renovação política Acredito, do qual é uma das fundadoras, e pontuou que o documento defendia "práticas partidárias mais democráticas e transparentes", além do diálogo.

"Não me infiltrei no PDT, como dizem. Fui acolhida junto com minhas convicções. A carta assinada entre o Acredito e o PDT-SP destacava o compromisso de dar voz ao voto dos integrantes filiados e respeitar a identidade do movimento. Sei que tal documento não se sobrepõe às normas partidárias e não é disso que estou tratando, mas sim do absurdo de carimbar minha expressão como ato de rebeldia, quando exerci o direito de manifestação da minha consciência", destacou a deputada, no artigo.

E, ainda, justificou seu voto a favor da reforma: “meu sim à Previdência dialoga com a crença de que reformar nosso sistema pode trazer benefícios aos mais pobres, porque políticas públicas sociais precisam ser sustentáveis”.

O voto pela Previdência rendeu a Tabata, inclusive, críticas do vice-presidente da legenda e ex-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, de quem era considerada pupila. Ciro chegou a acusar a deputada de fazer "dupla militância". 

Além do processo que responde no Conselho de Ética pedetista, Tabata e mais sete membros do partido que votaram ao contrário do que pregava a sigla estão com as atividades partidárias suspensas.

COMENTÁRIOS dos leitores