Carlos: Brasil não mudará rápido por vias democráticas

Afirmativa do filho do presidente Jair Bolsonaro rendeu críticas

por Giselly Santos ter, 10/09/2019 - 08:32 Atualizado em: ter, 10/09/2019 - 08:42
Câmara Municipal do Rio de Janeiro/Renan Olaz Câmara Municipal do Rio de Janeiro/Renan Olaz

O vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC), afirmou que a transformação que o Brasil deseja não será rápida por vias democráticas. Na noite dessa segunda-feira (9), o filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) escreveu sobre o assunto no Twitter e gerou reações críticas. 

“Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos... e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!”, disse na publicação.

Carlos, os irmãos e o pai são notoriamente conhecidos por enaltecer o período em que o Brasil viveu a ditadura militar. 

A publicação gerou imediatas críticas contra Carlos Bolsonaro e fez com que o nome dele estivesse entre os assuntos mais citados no Twitter ainda na manhã desta terça-feira (10). Ao ver a repercussão, o filho de Jair Bolsonaro ironizou: "Agora virei ditador? Pqp [sic]!"

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A afirmativa do vereador insinuando a necessidade de atitudes ditatoriais se deu pouco depois dele comentar sobre o que chamou de esforço do governo do pai para desfazer “absurdos” de gestões anteriores e ponderar que isso não é reconhecido. 

“O governo Bolsonaro vem desfazendo absurdos que nos meteram no limbo e tenta nos recolocar nos eixos. O enredo contado por grupelhos e os motivos cada vez mais claros lamentavelmente são rapidamente absorvidos por inocentes. Os avanços ignorados e os malfeitores esquecidos”, observou Carlos, que ainda salientou estar tranquilo e disse que “o poder jamais” o seduziu.

Críticas

Em reação, diversos políticos e partidos condenaram a postura do vereador. O PSDB usou o Twitter para disparar contra o argumento e dizer que "a democracia é a única opção possível” para o país. 

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) aproveitou o ensejo para questionar: “O que falta para se entender que Bolsonaro prepara um golpe fascista contra a democracia e a sociedade brasileira? Carlos Bolsonaro, seu filho preferido, acaba de assumir isso explicitamente no Twitter. É hora de darmos um basta!”

Ela não foi a única, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, reagiu dizendo que “não há como aceitar uma família de ditadores”. “É hora dos democratas do Brasil darem um basta. Chega”, cravou o dirigente, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. 

Ainda na linha crítica, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) argumentou que pela censura e repressão não há avanços. “Para Carlos Bolsonaro, vias democráticas não trarão a transformação que o país precisa. O que ele sugere? A tirania? A democracia é o único caminho a se seguir para termos uma sociedade justa, livre e inclusiva. O nosso avanço será pela pluralidade e não pela censura e repressão”, disse em publicação no microblog.

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