Hacker disse que vazamento de conversas libertaria Lula

A informação é da revista Veja. Segundo reportagem, a possibilidade de soltura do ex-presidente e a invalidação de processos da Lava Jato foram oferecidas para a ex-deputada Manuela D'Ávila

sex, 01/11/2019 - 09:30
Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo Possibilidades foram expostas em conversa do hacker com Manuela Rafael Bandeira/LeiaJáImagens/Arquivo

O hacker Walter Delgatti Neto - preso pela Polícia Federal por invadir os celulares de procuradores da Lava Jato, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e de outras autoridades - ofereceu a ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a invalidação de processos da Lava Jato. A informação é da revista Veja. 

De acordo com a reportagem, Delgatti usou uma conta do Telegram que seria do senador Cid Gomes (PDT) para conversar com a comunista no dia 12 de maio. Segundo o apurado, Manuela recebeu uma mensagem de texto dizendo "Consegue confiar em mim?"  achando que se tratava do irmão do ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT), respondeu sem titubear: "sim 100%". Depois, ele seguiu: “Olha, eu não sou o Cid. Eu entrei no telegram dele e no seu. Mas eu tenho uma coisa que muda o Brasil hoje. E preciso contar com você”.

A revista aponta que autos do processo de investigação observam que Manuela ficou desconfiada até que recebeu um print de uma conversa particular que ela teve com o ex-deputado Jean Wyllys. E o hacker explicou o que queria com ela: “Eu entrei no telegram de todos membros da força tarefa da lava jato. Peguei todos os arquivos. Dá para soltar Lula hoje. Derrubar o MPF”. 

No dia 13 de maio, segundo a matéria, já se identificando como "Brazil Baronil", o hacker disse que também tinha conversas de ministro do Supremo Tribunal Federal que comprometiam a imparcialidade dos magistrados. Citou três magistrados que teriam sido alvo da interceptação e que mantinham um grupo no Telegram: Cármen Lúcia, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. “Eu tenho uma conversa da carmem (que era para ser imparcial, segundo o princípio do juiz natural) dizendo sobre a norte (morte) do sobrinho do Lula. Fazendo até piada”, escreveu o hacker. Seguindo: “E ainda ela disse exatamente assim: quem faz mal para outrem, um dia o mal retorna, e pode ser até no sobrinho.” 

Manuela d’Ávila recomendou que o hacker entrasse em contato com o jornalista Glenn Greenwald. Desde 9 de junho o The Intercept Brasil divulga as conversas.

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