Bolsonaro diz que é preciso 'facilitar a vida dos patrões'

Reforçando o posicionamento a favor dos empresários, o presidente minimizou normas de segurança e justificou que as multas trabalhistas atrapalham a vida dos patrões

por Francine Nascimento sex, 10/01/2020 - 12:31
Isac Nóbrega/PR Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reproduziu mais declarações polêmicas a respeito das norma regulamentadoras do trabalho. Na tradicional live transmitida nessa quinta-feira (9), em sua página do Facebook, Bolsonaro ironizou as multas trabalhistas e disse que é preciso "facilitar a vida dos patrões para dar emprego". 

Bolsonaro começou falando das multas aplicadas em donos de empresas que possuem banheiros coletivos usados por trabalhadores. Segundo ele, só para os sanitários havia mais 40 itens. "Até a altura da pia, se tivesse um centímetro abaixo ou a acima, multa no cara”, ironizou. 

O presidente enalteceu o trabalho do deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN),  dizendo que o parlamentar está fazendo uma “lipoaspiração” nas normas. De acordo com o presidente, o deputado diminuiu o número de itens relacionados à segurança para aplicar no caso dos banheiros. De mais de 40 pontos, agora são 4.

Um exemplo dado por Bolsonaro foi sobre multas direcionadas as corporações da região Norte do Brasil que trabalham no corte de folhas de carnaúba para a produção da cera de matopiba. 

"O cara desce uma palmeira daquelas, de cem metros, pega um banheiro químico borbulhando de fezes, fecha a porta e tá (sic) oitenta graus. Vira um micro-ondas, e para fazer xixi. Tem cabimento isso? Tem cabimento multar por causa disso?” citou.

De acordo com Bolsonaro, um empresário teve que pagar uma multa de mais de R$ 100 mil por não disponibilizar um banheiro adequado. “Assim não dá para produzir no Brasil. O pessoal chega lá no carro blindado com ar-condicionado para multar os caras”.

O presidente finalizou justificando a demissão de trabalhadore que, na opinião dele, não são mandados embora por maldade. Além disso, recomendou que quem estiver reclamando “vá ser patrão”. "O patrão quando manda embora não é por maldade, é porque a pessoa não está trabalhando, está dando prejuízo, ou quer contratar alguém melhor”, defendeu.

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